quinta-feira, 24 de maio de 2007

Aviso aos companheiros...

Amigos..o blog da globo estourou..coloquei aqui os textos, mas as fotos não vieram...em breve estarei organizando em nova pagina..agora que acabou o Comida di Buteco terei tempo..obrigado pela atenção e até breve..abraço a todos...

Meus meses na Europa...

adrianonafranca
08/02/2007
Ainda nas buscas, pois muito tem a ser visto...lugares, comidas, vinhos, pães, azeites e livros...

Infelizmente tive de deletar a ultima musica, pois meu blog tá estourando o limite...


Estas são as cores que falei...

Os bares...







Este é o Templo Bar...



Eu no Templo Bar, ouvindo a original musica da irlanda, e musica céltica...



A cidade..














Então peguei o trem e fui para uma cidadezinha à beira dos rochedos..




























Na casa das rochas morava o poeta Yeats...






Essa era a vista de sua janela, onde escrevia, ou assentado nas trilhas das ovelhas ou nas rochas..essa paisagem inspira poesia....se ele tivesse morado na favela do Brasil..teria sido Pagodeiro ou Funkeiro...




Acho que já postei anteriormente sobre alguns hábitos de que sinto falta, entre eles, é claro, aos sábados, era ir aos Sêbos do Ed. Maleta e depois tomar cerveja em pé no mercado central, quase sempre com o Robertão. Muitas vezes levava minha filha, tentando incentivá-la à prática da leitura, pois é prática antes do amor e necessidade de ler. Raramente ia com um livro especifico em mente, mas uma vez, e me lembro bem, fui procurar Moby Dick, de Herman Melville, e ainda comprei outros de culinária..para variar...e tinha uma coletanea de poemas, e o comprei. Não era um livro grosso..gosto de coletânaes, pois costuma estar as melhores obras...tenho, "Os cem melhores contos Brasileiros do século" e " Cem Melhores Contos de Humor da Literatura Universal"..que por sinal..é melhor começar da metade do livro, pois o inicio é duro..poemas gregos ...dureza..e pude ler alguns poemas de Yeats, T.S.Elliot, Fernando Pessoa, Garcia Lorca e etc.. Lembro-me que a primeira frase de Yeats era curta e grossa, e com a ajuda da internet, pude buscar para voces:


VIAJANDO PARA BIZÂNCIO

William Butler Yeats

Aquela não é terra para velhos.
Gente jovem, de braços dados, pássaros nas ramas
gerações de mortais, cantando alegremente,
salmão no salto, atum no mar, brilho de escamas,
peixe, ave ou carne glorificam ao sol quente
tudo o que nasce e morre, sêmen ou semente.
Ao som da música sensual, o mundo esquece
as obras do intelecto que nunca envelhece.

Um homem velho é apenas uma ninharia,
trapos numa bengala à espera do final,
a menos que a alma aplauda, cante e ainda ria
sobre os farrapos do seu hábito mortal;
nem há escola de canto, ali, que não estude
monumentos de sua própria magnitude.
Por isso eu vim, vencendo as ondas e a distância,
em busca da cidade santa de Bizâncio.

Ó sábios, junto a Deus, sob o fogo sagrado,
como se num mosaico de ouro a resplender,
vinde do fogo santo, em giro espiralado,
e vos tornai mestres-cantores do meu ser .
Rompei meu coração, que a febre faz doente
e, acorrentado a um mísero animal morrente,
já não sabe o que é; arrancai-me da idade
para o lavor sem fim da longa eternidade.

Livre da natureza não hei de assumir
conformação de coisa alguma natural,
mas a que o ourives grego soube urdir
de ouro forjado e esmalte de ouro em tramas,
para acordar do ócio o sono imperial;
ou cantarei aos nobres de Bizâncio e às damas,
pousado em ramo de ouro, como um pássaro,
o que passou e passará e sempre passa.

Gostaria de passar a cena em que me encontro. Estou sentado em uma pequena mesa de madeira, com uma vela em um porta velas de cristal que parece ser Leonardo, vermelho. A luz é baixa e estou no bar do Hostel, que possui5 televisores espalhados pelo ambiente, com esportes variados, mas sem som, pois toca musica de bom gosto aqui..agora, um piano que parece ser Herbie Hancock..ou do gênero..o bar é muito agradável e ninguém fumando por perto. Estou ao lado da vidraça da rua, com minha boina viraa ao contrário e está agradável a temperatura aqui..e lá fora está nevando, e muito. Os flocos caem grandes e é muito bonito. Umas brasileiras estão ajuntando a neve de cima dos carros e brincando de guerra. Normalmente, ela não demora, e amanhã com o sol, derrete rapidamente.
Comprei uma taça de vinho, que é grande, com quase 300ml de um honesto vinho tinto, mas é claro que na minha bolsa tem uma garrafa de um ainda mais honesto e justiceiro vinho Rioja espanhol que custou 1,29 no supermercado aqui perto, No balcão tem sempre jarras de agua com pedaços de laranja e outra de limão, com gelo..vou revezando. Estou na segunda taça. Farei uma pausa e começarei a descrever então...Berlim. Um abraço e obrigado pela paciência.



Escrito por adriano januario braga em 08/02/2007
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05/02/2007
Olá pessoal...sei que andei sumido..é que vim parar em Dublin...não confundam com Baldim, terra da Michelline...é na Irlanda, e foi uma grande aventura essa..prá começar do motivo...estava chegando o dia de sair da casa onde estava, e não tinha um lugar certo para ficar. O dono do restaurante disse que me arrumaria um lugar..mas é difícil acreditar, e quando em uma estação de metrô em Madrid, vi uma placa com uma promoção para Dublin...o preço estava muito em conta, então fiz alguns cálculos e comprei a passagem. Me despedi sem saber ao certo se volto para Madrid e aguardo por lá o dia de minha volta ou se tento ir para Davos, mas com a pouca grana que tenho, seria muita loucura, mas que não está descartada pois de louco eu tenho meus momentos. O dono do restaurante quer que eu volte e ficou de me enviar um convite para trabalhar em um outro restaurante com ele..mas vamos ver...o chato é que esqueci meu jaleco para trás..mas tudo bem...as passagens de volta para Madrid são bem baratas também...não está difícil conseguir lugar, na verdade, o garoto que trabalha no restaurante é muito legal e o pai é comandante da aeronáutica em Madrid, e me convidaram com muita presteza a ficar hospedado na casa deles. Aliás, em Madrid, cozinhei para políticos, generais, embaixador do Brasil, jogadores de futebol, familiares de jogador, atletas e etc...em Madrid não é difícil fazer amigos. Bom, mas se acham que foi só pegar a mochila e pular pra Dublin...bom, não foi tão fácil. Como bom mineiro, fui pro aeroporto com tempo de folga, e foi minha sorte, pois o aeroporto é imenso e desci na estação errada, e tive que atravessar todo o aeroporto, mas tudo bem. Como sempre, peguei meu lugar na janela, pois gosto muito de ver a textura das nuvens, a cor do céu no crepúsculo, no amanhecer, as luzes das cidades, e foi um espetáculo do cores que a natureza me ofereceu. O dia estava se pondo e formando um laranja intenso no horizonte das nuvens, misturado com amarelo dos raios solares que ainda insistiam em enviar seu brilho, formando um curioso tom esverdeado, e acima, o azul se tornando cada vez mais denso e escuro, e surgindo as primeiras estrelas, com muito brilho e destaque, já que as nuvens estavam logo abaixo de mim. A única coisa que a companhia aérea fornece é um modesto sorriso, bem discreto mesmo, mas como havia comido no restaurante, só me servi de uma água gasosa, que por sinal, sempre peço em francês, ...o porque também não sei. O fuso tem diferença de uma hora, mas como estou sempre embaralhado com dias e horas, nem ligo. Foi quando estava sobrevoando Dublin que começou algo mágico, pois se avistava toda a cidade, que não é tão grande, com 1 milhão de habitantes, mas por cima dela, havia uma fina névoa, mas por toda ela, sem buracos, como um véu de noiva, um lençol muito fino, e com as diferentes luzes da cidade, parecia um efeito de fumaça com muitas luzes coloridas..muito lindo mesmo, a textura e os tons...fiquei maravilhado com aquilo, até que desci no aeroporto. Ao desembarcar, tive que passar por uma guarita especial para cidadãos não da Comunidade Européia...credo...me senti um povália..o vampiro brasileiro...foi um interrogatório estressante, tive que mostrar reserva do albergue, que por sorte havia feito, e mostrei minha outra passagem partindo dois dias após, tive que tirar todo o meu dinheiro para ele contar, e quase riu de mim nessa hora..só isso?...quase respondi se ele estava cobrando caro pelo programa...mas saquei de meus 3 poderosos cartões de crédito, aí eu é que quase ri ao lembrar dos limites, e disse que meu limite é bom, não preciso de muito dinheiro, tenho visto válido e vim pra Dublin porque não tinha nada melhor pra fazer...o cara tava fazendo sinal que não ia me liberar a entrada, então respondeu que tudo bem, eu poderia ficar dois dias e ainda tive que tirar uma foto, onde fiz questão de sorrir como bom turista..e lá vou eu pra cidade, sozinho, com inglês analfabetico mas tudo bem, a cidade é um barato...muito agito, muita gente nas ruas e os bares lotados. Fiquei no Hostel que se chama Templo Bar...ao lado do bar mais famoso da Irlanda e ao lado dos melhores Pubs...foi uma festa, pois deixei minhas coisas no hotel e fui andar e tomar umas merecidas cervejas. Albergue é uma doidera, mas nesse havia muita gente legal no quarto, apesar do garoto na cama abaixo da minha exalar metanol. A garota na cama ao lado da minha, uma francesa, foi muito simpática e conversamos bastante e percebi que ando bem melhor no francês, mas acordei com ela me cutucando pois estava roncando...também, muita cerveja, e dormi de barriga para cima...quase rachei a telha...soltei um desolée e virei pro canto e voltei a dormir. No dia seguinte, fui percorrer a cidade e muitos lugares legais, muita gente bonita, e muita gente esquisita, apesar que na espanha esquisito é maravilhoso...mas era esquisito de doido mesmo, e no entanto, todos muito gentis. Pedi muitas informações e todos foram solícitos e pacientes, para entender meu portufranholgalês...um mistura de português, francês, espanhol, inglês e gagolês..pois parecia que até gaguejava de tão estranho que me parecia as palavras, mas eles entendiam e me atendiam...e vejo por um cartão postal um lugar muito bonito, um farol em uma imensa falésia, e resolvi que tinha que descobrir se haveria possibilidade, e não é que consegui perguntar para uma francesa em uma agencia de turismo que prontamente me explica como chegar de trem..e lá fui eu....grande viagem, grande lugar, maravilhoso visual...a estação é na beira de um porto pesqueiro, fui até o farol, e avistei as enormes rochas com casas em cima, e resolvi ir até lá..como andei, sempre sozinho por trilhas estreitas a beira do penhasco, mas valeu cada suor. Ocasionalmente passava por alguns casais retornando de lá, me mostrando pra ficar experto com o horário do trem de volta para Dublin...mas tudo certo. Foi uma grande caminhada essa. Tirei muitas fotos, e subi por uma trilha e cheguei ao topo, e era muito alto, e avistei algumas casas que ficavam no alto dessa montanha, com cavalos e ovelhas, e após o mar, creio que era Liverpool que se avistava, bem ao longe. Na volta, passei por outra trilha e cheguei a pensar em estar ligeiramente perdido, mas deu tudo certo. Resolvo entrar no porto onde estava atracando um navio pesqueiro, muito velho, e cheio de gaivotas revoando. Fico ao lado tirando umas fotos, quando um pescador ao meu lado me diz algo que não entendi nada, mas apontou para o outro lado do barco, e pulou da margem para a grade do barco e apontou da borda para algo me dizendo para fotografar. Ainda bem que mantenho loucura aliada com agilidade, pois também saltei da borda do cais para a grade, e então avisto três grandes leões marinhos, nadando, saltando e comendo peixes. Puxa, fiquei muito agradecido ao pescador que é do Senegal e então me diz que ele não trabalha naquele barco, mas em outro, e se despede e salta de volta e vai embora. Havia uns pescadores no interior separando os peixes e camarões, não resisti, mas sabendo que poderia acabar linchado por estar de clandestino no barco e tirei umas fotos. Então dois homens que estavam no cais me perguntam o que estava fazendo..disse que tirava fotos, agradeci, e com maior agilidade, pulei de volta. Eles não fizeram cara ruim agradeci e disse, com as mãos é claro, que fotografava os leões marinhos. Foi tudo certo e saí daquele lugar muito satisfeito por aquele dia. Bom tenho que terminar por aqui, pois estou no Mac Donalds com o computador ligado na energia deles e o atendente toda hora me pergunta se já acabei...e só restam 2 batatas da batalha, e faz uns 40 minutos. Meu vôo sai às 06 da manhã e tenho que ver o que faço.
Tentarei enviar as fotos na proxima....um abraco a todos.
Escrito por adriano januario braga em 05/02/2007
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31/01/2007
Ainda nas buscas, pois muito tem a ser visto...lugares, comidas, vinhos, pães, azeites e livros...















Olá pessoal...
Alguns dias atrás, mostrei uma foto tirada da janela do meu quarto aqui em Madrid...a neve tem caído bastante, mas nas montanhas aqui perto, mas em Madrid mesmo, só na madrugada e o sol e o vento a dissipa rapidamente. Como qualquer brasileiro, a neve me fascina, mas ainda mais ao Ricardo que nunca a viu de perto. Decidimos na segunda-feira, dia de nossa folga no restaurante, pegarmos um trem e irmos a Caldos, uma cidadezinha nas montanhas, em Nava Cerrada...e como havia neve...foi um dia muito divertido. Fomos eu, Ricardo e Ana. A viagem é rápida, não muito de 2 horas, mas a paisagem muda completamente...tudo fica branco e macio. Chegamos a um parque, e havia muitas crianças, pois era feriado escolar, o dia do professor eu creio. Alugamos um trenó, desses para duas pessoas, e nos divertimos como as crianças ao nosso redor. Tudo se tornava brincadeira, os tombos, escorregões, guerra de bolas de neve...o Ricardo é muito palhaço e eu não ficava atrás. Descíamos de trenó e subíamos aos tombos e escorregões. A descida tinha mais de 300 metros, e como nevava finamente, criava uma névoa que atrapalhava um pouco as fotos e a visão em maior distância. Paramos apenas para a “merenda”, pois fizemos uma imensa tortilla na noite anterior e a comemos com pão. Levei ainda minha “bota” com vinho...cabe 1 litro de vinho..chocolate quente não ia combinar...
A Ana desceu na frente para nos esperar no restaurante da estação, quando estávamos para ir embora, pois o trem partiria às 16:20hs, enquanto eu e Ricardo ficávamos descendo de trenó, ainda um pouco mais, e quando entregamos o trenó na loja de aluguel de equipamentos, partimos rumo à estação, com uma batalha de bolas de neve, e após andarmos um bocado e trocarmos muitas boladas nas costas, cabeça e pé-do-ouvido, concluímos que estávamos na direção contrária...também..tudo é branco e pinheiros...e foi uma correria de volta, mas foi tudo bem, fora o torra da Ana no Ricardo, mas isso é normal...Voltamos muito cansados, e ainda tinha uma incumbência, fazer um coelho para dois amigos da Ana. Seria bom pois testaria minha receita pois talvez tenha que fazer algo para a família do Robinho e poderia ser isso...queria fazer “à moda do cervejeiro”, uma receita Belga, com algumas adaptações, mas a Ana e o Ricardo são muito limitados quanto ao gosto e tive de mudar, já que não gostam de frutas ou açúcar na comida..infelizmente acontece muito disso com o povo brasileiro e principalmente com os mineiros, pois ficam viciados em alho, cebola e sal...como se tempero fosse isso, mas posso assegurar com muita firmeza que tanto o açúcar, como a canela, o mel, geléias, e uma infinidade de produtos de sabor adocicado ficam muito bem na comida salgada...quem assistiu o “O tempero da vida” percebeu o valor do sabor da canela nas carnes, quem assistiu “Comer, beber, viver”, o valor do açúcar em tudo que leva sal, quem assistiu “A festa de Babete”, o valor de gostar de comida...da deliciosa e linda comida, feita com prazer e amor.
Adaptei a receita do Coelho a Caçadora e ficou muito boa, todos adoraram, mas acabei de jantar e os deixei conversando na sala e fui me deitar cedo, pois estava muito cansado, e adormeci fácil, mas acordei de madrugada e percebi que não dormiria mais, e não quis para o computador, pois esse treco vicia...o deixo ligado quase sempre, baixando musicas, onde estou aproveitando para conhecer mais as obras de Victor Jará e Silvio Rodriguez, isso quando ele não desconecta por perder o sinal. Peguei um dos livros que estou lendo aqui, “Noticias de um seqüestro” – e fiz grande progresso, li até as 9 da manhã, quando então fui arrumar cozinha e descer para o trabalho com o Ricardo.

Caso alguém tenha interesse na receita é fácil e pode ser feita com Frango também:
1 coelho em pedaços ou um frango, de preferência mais firme. Deixar numa marinada de 1copo de vinho tinto, 2 folhas de louro rasgadas, 2 galhos de alecrim, 1 cebola e 3 dentes de alho picados e 5 grãos de pimenta do reino...menos pro Gerban. Deixar ao menos 1 hora. Enquanto isso, cozinhe 6 batatas em rodelas grossas e as espalhe em uma assadeira, e juntamente com 10 tomates cereja cortados no topo em cruz, regue com azeite extra virgem de preferência . Empanar o coelho ou frango na farinha de trigo e dourar bem na mistura de manteiga e azeite. Reserve. Prepare:Corte 4 cenouras em diagonal, não muito finas e umas 12 cebolas pequenas (echalotes). Coloque 3 dentes de alho picados e uma cebola pequena em cubinhos para dourar no azeite e junte o coelho ou frango com a cenoura e cebola e toda a marinada. Acrescente um bocado de alcaparras e mais um copo de vinho fervido com um cubo de caldo de frango (de coelho duvido que vc tenha). Deixe tudo cozinhar por 1 hora em fogo médio, o frango por 40 minutos +-, confira se já está macio, e mexendo para não grudar, mas com cuidado para não despedaçar as cebolas. Quando estiver faltando 5 minutos, adicione ervilhas congeladas e champignon se quiser, cortados ao meio. Passe para a assadeira, colocando as batatas e tomates assados nos cantos, polvilhe salsa picada e deixe aquecer um pouco mais no forno, uns 5 minutos. Acompanha um bom pão, pois ele fica farto de legumes como acompanhamento e um delicioso caldo...bom, eu achei...e bon apetit!

Ei Gerban...não me esqueci da sua pergunta...mas “Duro é esse discurso, quem o suportará...”

Foram muitas as minhas paixões, mas a vivência hoje está na colheita daquilo que um dia semeei, pois por estar só em terras distantes, me deixa muito limitado, ou seja, muito tem sido as lembranças, mas as novidades aqui completam ao menos a paixão pela cozinha e por conhecer e fotografar locais prazerosos. Aqui na Europa não é diferente de muito do que vivi em BH quanto a sentimentos e sensações, mas asseguro que estar sozinho te deixa um tanto estranho. As paixões que inundam minha alma, como de qualquer outro vivente, pode ser inspirador ou doentio, tanto que me lembro de no estágio em La Rochelle, uma única frase dirigida à minha pessoa me deixou enfermo, ou seja, o que habita a minha alma se torna patológico, e assim o é, tanto que os psiquiatras estão muito bem de dinheiro, gente doente e de loucos. Aliás, grandes males patológicos têm origem na alma doente, cansada, amargurada, aflita e sedenta. E mesmo os que crêem em Cristo e na Libertação do mal e da condenação, e se dedicam à fé, não estão isentos, pois se há algo que acredito, ser desconhecido verdadeiramente ao homem, é sobre sua alma. Freud explica, mas não convence muito! “Há coisas que aos homens são reveladas..”, bom, mas na nossa soberba de superior criação e domínio, julgamos, classificamos e os demais que aceitem ou estão errados...mas sinceramente, penso que não se sabe tanto da alma...não é de nosso tempo que o homem crê na existência da alma no corpo, que o homem pode julgar e escolher coisas diferentes baseado no sentimento que é distinto entre as pessoas, e não apenas pelo mecanismo do corpo onde somos iguais. Os filósofos muito escreveram sobre a alma...Sócrates principalmente, que nos mostrou o sentir o belo, mas em troca tomou uma boa xícara de cicuta ...ao menos Pitágoras, Demócrito e outros eram também médicos..o que a mistura, raizada e massagens não curava era mal da alma e um ânimo fora de ordem, então tentavam a cura de ambos, corpo e alma, e o principio da cura pela higiene, o que trouxe melhores sorrisos e puderam pintar e não apenas esculpir.
Descartes diz em seu ensaio As paixões da alma: “que não existe melhor caminho para chegar ao conhecimento de nossas paixões do que examinar a diferença que há entre a alma e o corpo, a fim de saber a qual dos dois se deve atribuir cada uma das funções existentes em nós”. Corpo e alma são essencialmente de naturezas distintas....mas fazem um barulho danado, o que espero é que a minha esteja cuidando dos dentes. “Penso, logo, existo ... vai alguém tocando saxofone...”
O corpo sadio depende da alma sadia e da vontade sadia...bom, elucubrações à parte...estou sadio até onde posso, mas minhas vontades estão um pouco em stand-by...se coloquei minhas paixões no passado, Freud explica, mas não me resolve...na verdade não me sinto muito feliz, mas não estou triste. Vivo dias que não poderia entender por não sentir e nem viver o que vivo...vou dar um exemplo. A minha passagem de volta é para o dia 20 de fevereiro partindo de Frankfurt, e minhas malas já estão lá, na casa de amigos. Bom, não poderia ficar lá todo esse tempo, então liguei para meus amigos em Madrid, que prontamente me convidaram e me disseram que poderia ficar o tempo que fosse preciso, mas as coisas mudaram e tive o dia limite..02 de fev...o problema é que meu dinheiro acabou completamente, o meu cartão é de pouco limite, 1.200 reais, pois não usava cartão em BH, prefiro dinheiro, assim só compro se tiver condições, e ele foi feito no mês que vim para a Europa. Como me roubaram a câmera, comprei outra e já estourei o cartão, pois também ajudo com as compras da casa. Meu cartão vence dia 06...fiquei um dia pensando pra onde poderia ir, preciso enrolar mais 18 dias...sei que sou querido em Frankfurt, mas não estaria à vontade...o que fazer...bom, aproveitei do outro cartão que é de 600 reais e comprei uma passagem para Dublin, reservei minha vaga em um bom albergue e lá ficarei 3 dias, e já comprei outra passagem para Berlim e já reservei um albergue por 4 dias...ficaram apenas 11 dias para me preocupar....então...me escreve meu amigo Urban, de Davos Platz me convidando a voltar para lá após o dia 12, quando a família retorna ao Brasil e ele fica só na quitinete...e meu problema está resolvido!...O dinheiro não é tanto o problema, o meu comércio me banca, se meu pai não tivesse depositado a grana na conta do banco do Brasil que não tenho senha ou cartão, ao invés de ter mandado uma ordem de pagamento, estaria mais tranqüilo, mas na verdade, não queria ficar recebendo mesada do comércio além do cartão...estava mal acostumado no Brasil e isso precisa mudar, por isso não guardo dinheiro, e esse, o dinheiro, não aceita desaforos...no dia que dormi na estação de trens na Suíça com temperatura de -9°C foi um tanto prazeroso...não recorrer a pagar 120 euros por uma noite, simplesmente passando o cartão e eles pagando por lá. Tenho vivido modestamente com meus parcos recursos daqui, estou trabalhando para um cara que não acredito ainda que vá cumprir com o prometido, e talvez não receba o que me prometeu pagar..aliás...é melhor eu manter distancia...bom, mas poderei estar duro esquiando na Suíça! O que quero dizer é o que está nas entrelinhas do tempo..entre o e-mail do Urban, entre eu conseguir a passagem em preços que meu cartão suportava, bem como os albergues e o tempo que sabia que tinha de partir...
...Alguns minutos sequer poderiam ter me adoentado, me deixado angustiado, mas na verdade, não tenho vivido isso aqui na verdade. Ao receber a noticia que deveria partir em breve de Madrid onde me sentia seguro, numa zona de conforto, sem ter ou saber para onde ir, não passou um frio na barriga...não senti muito. Acho até estranho. Passei por grandes sofrimentos aqui, grande agonia, temor, revolta, tristeza...perdi o que achava não ter como perder, e ganhei o que achava ter e ainda não tinha...lembrança da minha própria história! As coisas nunca foram fáceis. Infância, adolescência, paixões da mocidade, casamento, emprego, coisas, paixões já na maior idade, namoro, desnamoro...tudo mudou quando fiquei só com minhas carências, em lugares que me isolam com facilidade, pois não tenho rotina para me distrair ou entorpecer...e as necessidades da minha alma não pode ser uma massagem nas costas.... Achava estranho ter que queimar um dia ao sair de casa, e no entanto, conhecer e fazer coisas legais e instrutivas, ou ao menos que não me causaram hematomas... Estou para voltar, poderia antecipar minha volta e resolveria meus problemas de dinheiro, atenção e ocupação...mas perdi a pressa.
Gerban, meu grande amigo, não perdi minhas paixões, mas certamente as melhores não são vividas sozinho! Não fomos criados para vivermos só, e certamente esse desejo de parceria é o maior dos males que afligem a alma!..e o que mais adoenta o corpo das pessoas e o que mais produz crimes e paixões, leis e dinheiro...caso você ainda não tenha apertado o delete ou isolado o micro pela janela..fica aqui o meu abraço...
Aos 20 anos ou menos conheci um disco da Bandeirantes...América do Sol Canta...provavelmente a maioria não conheça, mas era muy ricas canciones...tenho saudades dos meus vinis...a minha favorita sempre foi essa que tentarei enviar...Campesina, de Silvio Rodriguez.


Escrito por adriano januario braga em 31/01/2007
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28/01/2007
Olá pessoal..hoje é domingo, e estou indo pro trabalho, mas deixo essa canção...tenho a mesma musica cantada por Nitty Gritty, Sammy Davis Jr, John Denver, Jim Croce, Jerry Jeff e Nina Simone...todas são muito boas, com a original de John Denver...mas resolvi deixar essa versão...já citei sobre ela em post do passado, e recebi a mensagem de confirmação de boa escolha da Patricia, que aliás...está vndo dia 13 para a França....Boa Sorte Patricia, e mande noticias.
Um abraço a todos

Escrito por adriano januario braga em 28/01/2007
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27/01/2007
Ainda nas buscas, pois muito tem a ser visto...lugares, comidas, vinhos, pães, azeites e livros...

Olá pessoal...
Ontem foi dia de muito trabalho no restaurante, devido a chegada de novos equipamentos e saí muito tarde. O último metrô passa 1 da manhã e por pouco não o perco, e não obstante o horário que me deitei, acordei muito cedo, antes das 07 da manhã e o dia ainda não havia mostrado sua clareza. Infelizmente não está havendo sinal de internet, e aproveite para ler uns textos que deixei arquivado. Tem um site – Releituras, que é excelente, onde sempre copio textos e guardo para momentos como essa manhã. Aqui em Madrid está muito frio, e de manhã, o aquecedor está desligado e preciso colocar blusa. Estou no sétimo andar, e muito privilegiado pela vista de minha janela, que dá para as montanhas, que estão cobertas de neve. O vento vem dessa direção, e, portanto, ao sair pela manhã, sinto o ar gelado, mas gostoso desses ares espanhóis. Madrid é interessante, pois ainda como metrópole, se vê o céu estrelado. Ontem ganhei do dono do Restaurante, um gaúcho, uma garrafa de um bom vinho, e o tomei todo por lá mesmo, pois tinha de esperar por meu amigo Ricardo de qualquer maneira. O Ricardo está muito inseguro quanto ao emprego, pois o gaúcho quebrou com o antigo e enorme restaurante que tinha, e esse novo, está sem clientes, o que é péssimo. Tenho tentado ajudar com algumas dicas, mas não tem adiantado, pois ele fica na internet dia e noite, às vezes falando com 11 mulheres ao mesmo tempo pelo msn, e o restaurante está cobrando atenção e não a recebe. Buscaram uma churrasqueira a gás ontem, do restaurante antigo, e diz o Ricardo que é impressionante a quantidade de objetos deixados ao tempo, expostos a chuva e sol..fazer o quê...como dizia meu amigo Paulo Ademar, “chapéu de burro é marreta”...vou fazendo minha parte. Queria muito ler os e-mails hoje, e como não tem sinal, irei rapidamente ao Locutório e aproveitarei para postar este bilhete. Minha filha está na praia e gostaria de enviar e receber noticia dela....tenho sentido muita, muita mesmo, saudades dela. Esta noite tive um sonho com ela e com a mãe dela, e foi muito bom lembrar quando era ainda pequenina e vivia grudada em mim...pena que crescem e adquirem asas...enquanto era filhote era muito bom...sempre por perto exigindo atenção e cuidado. Está quase na hora de voltar para o Brasil, e nem estou com pressa mais. Tenho conhecido alguns brasileiros que me incentivam a voltar..ontem, recebi um recado do Sérgio Schieber, que ele, a Lú e o Júnior chegaram a conclusão que eu devo ficar...mas não sei ainda. Perdi coisas importantes e ganhei coisas importantes nesse tempo aqui. Serão muitas lembranças e muita experiência. Vi pessoas que fazem as coisas da maneira certa e vi pessoas que fazem da maneira errada, e me vi fazendo a minha vida desenrolar da maneira certa e também da errada, mas quanto ao meu futuro, realmente não sei. A independência que adquiri com meu comércio aqui se foi embora, e mesmo sem dinheiro como já estou não me perturba. Se tivesse, iria para Marrakesh, mas fica para o ano que vem. Para esse ano, se puder, irei à China, pois é uma cultura que quero conhecer de perto. Assisti várias vezes “Comer, Beber, Viver”, uma bela película do Yang Lee, fiz a cópia do filme, e adoro ver as comidas e sua cozinha. Na escola fiz um trabalho muito legal, onde fiz um paralelo entre esse filme e Quatro casamentos e um funeral, gostei tanto do resultado final que nem tive coragem de jogá-lo fora como os demais após a formatura. Lembro-me de minha professora que anotou bons elogios no trabalho. Gostar é muito bom, e escolhi algumas coisas muito ricas para gostar..comida, vinhos, fotografia...o chato é que engordei um bocado aqui, pois nem trouxe um tênis para correr, já está trancado na mala em Frankfurt...mas também, duvido que correria nessa geladeira que está lá fora. O dia clareou e está na hora de me preparar...aliás, o dia está muito bonito, com sol e tempo limpo. Vou tirar uma foto pela janela e tentarei enviá-la. Novamente, obrigado pela companhia de vocês..e pela paciência de ler, os que conseguem é claro, minhas narrativas pessoais.
Um abraço a todos




Essa é a vista da janela do meu quarto...
Escrito por adriano januario braga em 27/01/2007
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25/01/2007
Olá pessoal...vou aproveitar o sinal e enviar uma musica para vocês...aliás, fui um homem de muitas paixões...por família, pelo Senhor Jesus, pelas artes, pela fotografia, pela cozinha, pela música...mas não gosto de rádio...prefiro escolher eu o que irei ouvir, já que tenho tantas opções, muitos e muitos discos de vinil e cds...perambulei pela Europa quase sempre com fundo musical, de mochila nas costas muitas vezes, e com o mp3 fazendo a trilha, e gosto disso. Escuto de Aracy de Almeida a Stravinsky, mas tudo tem seu momento...o tipo de música que não gosto é a que toca no restaurante onde trabalho, e alta demais para o horário do almoço...axé e dupla sertaneja ...é osso!
Me surpreendi muitas vezes com a musica que entrava por meus ouvidos e amalgamavam meu corpo com algum lugar, momento e sensação...me lembro de estar no Museu da Resistência em Besançon, entrando no andar escuro do campo de concentração do nazismo, com fotos, roupas, objetos pessoais e um quarto montado, com beliches e as roupas dos judeus, até o cheiro do lugar era triste...e a música que surgiu era “Prelúdio- Bachiana n.4” de Villa Lobos interpretada por Egberto Gismonti...foi como me maravilhar com alguma cena de filme, com sua imagem e musica, como na Lista de Schindler, enquanto surge a carroça cheia de corpos, numa cena em p&b como todo o filme, e se vê o vestido vermelho da garotinha...onde mais chorei..me lembro que chorava tanto nesse filme que tive de assoar na cortina do saudoso cine Palladium, música tem essa magia, esse encanto, desde que componha bem com o momento e lugar...lugares densos que nos enchem as vezes de tristeza sem nos mostrar somente a desgraça, ou lugares lindos, ternos e iluminados mas que não conduzem à pieguice poética, acompanhados da musica adequada sensibiliza de verdade, nos faz desabafar sentimentos ocultos e bem guardados em recônditos de nossa alma...me lembro quando esperava conseguir uma carona para chegar a Beaune, na França, onde estava morando, para não dormir outra noite na estação de trens como na Suíça, de onde estava vindo, cansado e faminto, e já eram 11 da noite e eu de polegar em riste e alma agoniada, e surge a longa musica de John Abercrombie – “Timeless”...resolvi até esperar mais um pouco antes de desistir e descansar meus braços, pois a trilha me levava à expectativa...e fui abençoado naquele momento e consegui alguns minutos depois uma carona...
Me disseram que essas minhas exposições não são boas, que chamo muito a atenção para mim...bom, não sei o amanhã..mas espero deixar uma pequena lembrança na vida de meus amigos...e sou assim
O papo está bom, mas está na hora de ir trabalhar...e aproveito para deixar uma pequena mas significante música para voces!
Um grande abraço a todos...



Escrito por adriano januario braga em 25/01/2007
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24/01/2007
Ainda nas buscas, pois muito tem a ser visto...lugares, comidas, vinhos, pães, azeites e livros...


Olá pessoal....muito tem acontecido, e os dias tem passado rápido e logo estarei de volta. Estou trabalhando no restaurante aqui, na Plaza de Espana e tem sido uma experiencia interessante face a inexperiência gastronômica de quem propõe ter um restaurante, mas espero ser útil e ajudá-los nesse prazo em que preciso enrolar a Europa antes que ela me despache para casa. Veio me conhecer um atleta, que pretende criar um espaço para gastronomia com uma dieta que favoreça a atletas, ele possui a maior academia aqui e ainda a maior academia de capoeira do mundo, pelo que disseram, com mais de 400 alunos, e é campeão mundial de luta...caprichei na comida pra não ter que encher ele de porrada pra comer tudinho...





Bom..nesses cozinhar, fritar e lavar, o proprietário que está fechando uma sociedade da maior churrascaria da Espanha, me convidou para chefiar a cozinha. Disse que vai fazer um documento para eu encaminhar meu visto de trabalho junto a embaixada...achei legal, mas não sei se é isso que quero, mas é uma opção e um fruto do que investi em amar as panelas e mercados...uma coisa eu tenho consciência...a Europa e tudo o que passei por aqui me deixaram um pouco duro...de grana principalmente...Se tivesse me preparado melhor, poderia estar melhor locado nos restaurantes aqui, mas talvez não fosse tão útil até para meu aprendizado, até para ver como não fazer para se obter sucesso na concorrência do mercado.
Fui conhecer o Chefe de um restaurante aqui muito legal, ele é português e é o segundo chefe. Ele foi incrivelmente simpático e me insentivou a voltar para Madrid e me disse que me encaixaria na equipe...bom...de lá, resolvi conhecer o Museu de Arqueologia e a Biblioteca nacional..bem, me perdi no caminho, mas parei em frente a um supermercado onde haviam 2 moças e perguntei à ela onde ficava o museu e aonde eu estava, pois estava munido do mapa da cidade, mas as ruas eram confusas, a a praça que seria minha referencia, inha o mesmo nome da avenida que eu estava e que não tinha nada a ver com a praça....foi muito louco..as duas ficaram estudando o mapa, e cada uma me mandava para uma direção contrária, chamaram então o segurança do supermercado, que me assegurou que era para outra direção ainda..restou um meridiano ainda, pensei, com vontade de rir..alias, de mijar de rir, pois de repente, estavam as duas moças no maior bate boca com o segurança..e o tempo esquentou..queria pegar o mapa e correr para qualquer direção, desde que longe dos solícitos loucos ali...mas o mapa estava sendo esticado pelo segurança e pelas outras duas...e com gritos e frases como “me cago se não for alí..”pra pior..quase deu pancadaria..se fosse com o Woody Allen, aposto que ganharia muito dinheiro com a cena, pois foi engraçada..quando discutiam e afrouxaram os braços, puxei o mapa e disse “gracias” e fui pro rumo do meu nariz..do qual era o único certo e cheguei ao museu sem maiores problemas....êta Europa doida!...
Estou no sétimo andar, e da minha janela avisto as montanhas cobertas de neve, e recebo na rua o vento gelado que ela sopra..é muito linda a paisagem....Gela as costas e as pernas..o gabiru embutiu de esperto...A tarde aqui tem uma cor linda, laranja com azul..as fotos que viram ao teve retoque ou efeito..as cores invernais são lindas quando o tempo está lindo...eu to quase lindo, pois cortei meu cabelo novamente..adoro fazer isso, e ainda conto com a benção da natureza de meu cabelo crescer novamente e ser um bravo..resistiu sem reclamar....A espanha é ótima, e vendo a política e violência do Brasil..que estão interligadas, dá vontade de ficar..mas ainda não..tenho muita saudade acumulada e muita para ser ainda formada, por amigos que ainda nem conheço pessoalmente, mas que já acompanham minha vida....em breve estarei em BH..comendo picanha no Bar Amarelinho do Prado...tomando cerveja gelada e melhor..barata, espero que ainda esteja!!!...e joelho de porco!
Espero conseguir publicar algumas fotos...Beijos a vocês.....filhinha do meu coração...estou com muita saudade..mande noticias!
Patricia, que legal..se eu pudesse iria te recepcionar e tomar um vinho com você..não se assuste, o primeiro mês é osso, se gritarem com você...e isso depois da segunda semana, não se assuste, no final da noite vão te abraçar e te chamar para ir ao bar tomar pastis ou vinho...se tiver duvidas..me escreva..conheci bem a galera e gostei muito de como me trataram..depois que saí da França...
Aos meus amigos queridos de plantão..meus fiéis e loucos seguidores de jornada..meu muito obrigado..Jujú...morro de saudades de te ver tonta...Do sítio e da rede do Lúcio, da comida da Neuza, Fátima, Titã, Piu, Urban e família, que com amor me acolheram na Suíça, Ângela, Roger, Alcielito, Flávia, Dandan, Márcia, Lú, Schieber, Regina, Gerban....galera....muito obrigado...obrigado a vocês que estão me acompanhando há pouco tempo também, saibam que sou um homem de muita sorte, pois realizei o sonho de passear pela Europa, conhecer comidas e vinhos que muito aprecio, nesse tempo, de maturidade, solidão e importância...foi o tempo hábil para minha existência e história. Shieber....tô com saudades..de verdade!..Não vejo a hora de exagerar nos casos tocando um balde e comendo jiló na chapa com filé...Gente...se existe algo legal de se ter, são os amigos..estou só, com um casal de amigos que muito amo, mas estou longe e valorizo muito a cada um de vocês...saudades do Tinho, meu primo irmão, que não deve nem saber do blog, dos meus amigos de infância do Eldorado e dos meus novos amigos de faculdade e do bar..Fábio, Álvaro, Tati, Ailton, Godó e família maravilhosa, Jeane, todos os funcionários, até do Sérgio ..dá pra acreditar..brincadeira...meu irmão se serviço antes de ser funciionário...do Rogério, Lílian, Xexéu e Keila, Jane, minha irmã e família, meu pai...figura fantástica, minha chorosa mãe, a maior cozinheira do mundo pelo amor...dos que ainda nem sei o nome direito, e mais ainda...de minha filha querida, o amor de minha vida, de minha ex-esposa Eliane e do Paulo, grande pessoa, de meu ex cunhado e familia...bom se eu morrer..já me despedi de todos pelo jeito...nem estou chorando se assim pensam..a Europa me fêz um duro...de todos os sentidos..!
É isso, são duas da manhã e o vinho já acabou e o sono começou..
Abraços...
Escrito por adriano januario braga em 24/01/2007
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22/01/2007
Ei pessoal..comprei uma camera nova!





Ei filhinha...to morrendo de saudades de voce..me lembrei do ano passado aí na praia...e do ES quando arrumei essa pequena fã..muito linda!










Beijos e mande noticias....
Escrito por adriano januario braga em 22/01/2007
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Ainda nas buscas, pois muito tem a ser visto...lugares, comidas, vinhos, pães, azeites e livros...

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Fernando Pessoa
(Ricardo Reis)


Bom pessoal, hoje é domingo, e não vou trabalhar agora de dia, então tentarei conversar um pouco mais, para os deixar a par do que tem acontecido nesse meu período na Espanha.
Quando cheguei em Valência, encantei-me com o tudo. Ruas, becos, prédios, monumentos, bares, comidas, vinhos, pessoas...perambulava em ares de deslumbre, pois então, compreendia o que as pessoas falavam, e ainda que sempre só, sem conversar, não causava incomodo algum. Conheci e provei muitas iguarias locais e tudo foi muito bom. Em Madrid, estou na casa dos pais da Ana, que moram em BH e moravam aqui. A Ana está de 6 meses de gravidez e tento ser útil a ela e ao Ricardo, mas sempre que a sensação de incomodo, por permanecer tanto tempo, apesar de ser um grande apartamento e ficar em um quarto mais isolado. O meu interesse maior é tentar aprender um pouco da gastronomia daqui, e talvez, conseguir trabalhos temporários e levantar algum dinheiro pois o meu chega ao fim, e não quero me privar de vinhos, azeites (comprei um de 0,15 de acides que é demais!) e comer uns tapas e pratos típicos ocasionalmente. Para equalizar a dureza, comprei um livro de culinária e no mercado compro os ingredientes e faço o prato. Arroz negro com polvo é o jantar de hoje. Do cozido asturiano, a Fabada, o que restou ainda fiz um vinagrete de feijão delicioso.
a fabada asturiana é uma das grandes receitas da Espanha. Pode ser pouco conhecida dos brasileiros, mas está entre os pratos regionais mais emblemáticos do país, junto com a paella valenciana, o gazpacho andaluz, o caldo galego, o cozido madrileno, as migas de pastor e a caldereta extremenha. A receita poderia ser resumida ao cozido de feijão branco, embutidos e carne de porco. Entretanto, se fosse apenas isso, não teria motivado incontáveis poemas, citações, odes e até algumas anedotas asturianas que circulam pela Espanha. Na França aprendi o respeito de se fazer comida, da organização e seriedade na produção de um prato, mas aqui, aprendi sobre o prazer de comer. Existem museus de Jamon por todos os lados, com preços módicos de 12 euros o kg a 180 euros..e sempre filas para comprar nos supermercados. Muitos tapas antes, acompanhados de vinho tinto quase sempre. Caso não saibam, Tapas vem do seguinte: O dono da taverna sempre oferece algo para quem for beber, ou seja, Tapas não é vendido. Quando colocava a caneca de vinho, para que as moscas não ficassem posando no copo, colocava uma fatia de pão cobrindo o copo..TAPANDO, e depois começou a colocar no pão, azeites, mariscos, lingüiças, jamons, sardinhas, azeitonas e etc.
O cozido madrileno parece o Cassoulet francês, mas ao invés do feijão, se coloca grão de bico. Fica delicioso. Aliás, aqui estou fazendo comidas que não tinha pratica alguma, com grão-de-bico e lentilhas, que aqui é do dia a dia, como nosso arroz e feijão. Fui convidado a ir na casa de um tio da Ana, que me ensinará fazer CALLOS A LA MADRILEÑA, que é dobradinha e que aqui, cada região tem sua receita, mas uma coisa aprendi...muito pimentón, que não é nosso pimentão, que aqui chama pimento.
Fiz o Arroz negro com lulas ontem a noite, e ficou demais!...e por falar em ontem...fui passear um pouco pelo El Rastro..a feira livre daqui, só passear mesmo, andar um pouco e ver as barraquinhas com sua diversidade e a multidão com seus sons, os músicos de rua que aqui estão por todos os lados...quando eram umas 13 hs, resolvi ir embora e parei na estação da Plaza de Espana, e fui ao restaurante onde estou estagiando...muito engraçado isso, pois não recebo salário mas sou quem está meio que responsável para levantar o restaurante que está às moscas, e a cozinha, amadora e de péssima apresentação visual, não obstante a comida ser gostosa..parece comida caseira..com apresentação caseira em um restaurante que quer ser internacional..e quem está lá, não possui conhecimento e iniciativa para tanto..quando chego, o dono, Orley, quase dá um pulo, dizendo que estava tentando me localizar, o que não entendi, a não ser que tenham sofisticado o Google Earth e agora eles acham pessoas nas ruas...disse que estava apavorado, pois estava só o Ricardo na cozinha e estava indo o jogador Roberto Carlos e família, 15 pessoas, e queria que eu fizesse a comida e o Ricardo ficaria por conta dos bifes de picanha....estava sem o jaleco e não me entusiasmei tanto pelo jogador, ainda mais sabendo que na cozinha faltava tudo..ele correu num mercadinho aberto e comprou um vidro de aspargos, picles..tinha uma maionese horrível e um pé de alface e 2 tomates....é osso, mas vocês não acreditariam no resultado. Na cozinha não tem sequer um aro, então abri uma lata de ervilha dos dois lados e improvisei, montei as folhas de alface, usei as 2 cenouras que estavam desavisadas no fundo da geladeira e abusei da criatividade e da minha bichice, pois ingredientes eram poucos. Foi ainda palmitos, pepinos em conserva laminados passados no mel, aceto balsâmico e mostarda, enformei a maionese e decorei com tiras de pimentão vermelho e aspargos intercalados, com o talo do aspargo parecendo esses postes de barbearia antigos...ficou colorida e bem disposta, e corajosa para encarar os importantes comensais. Foi tudo tão corrido, montei 5 travessas exatamente iguais, e nem deu para fotografar pois eles já chegavam e não tinha o que colocar na mesa para beliscar e usaram a salada. Via a angustia do dono de não poder servir melhor, ele achou dois pacotes de mexilhoes no freezer e me pediu para fazer algo com eles, e rapidamente estavam em travessas, salteados no vinho branco, cebola ralada e uma mistura de caldo de peixe e frango...com o suco, engrossei e ficou muy rico como disseram depois...No final, ganhei um elogio do jogador, uma foto e um autógrafo, preferia minha parte em dinheiro, mas paciência...lembrei que sou bom na montagem dos pratos e rápido e que pude ser útil. No final, chegou a cozinheira da noite e ficou enciumada, na noite anterior houve 40 pessoas festejando, e havia sobrado as saladas que ela fez...inacreditável na feiúra e mal gosto...parecia essas que fazemos em casa quando estamos sozinho, amontoando tudo picado igual...mas eu fiquei na minha e fui lavar panelas com sentimento de dever cumprido, mas ela detesta o Ricardo, por ser ele desorganizado e bagunceiro, e via ele não fazendo muita coisa e querendo levar a comida para a mesa do jogador..o pau comeu...achei que fossem sair na pancadaria...acabei de lavar e fui para fora..e parece que o tempo esquentou entre os dois, e ela diz ao dono, que foi um banana, ao chegar na cozinha pelos gritos, não disse nada, eu que fechei a porta e sai. Tomei um chope de pagamento e fui embora....Aqui está indo bem, mas ficar na casa do pai da Ana e Ricardo é um tanto difícil pois eles são jovens e inconstantes, as vezes me sinto querido e outras um incômodo, mas pelo Ricardo e pelo desequilíbrio que está passando, acho melhor ficar mais uns dias, pois gosto muito deles. Bom pessoal, é isso.






Depois escrevo mais! Estou escutado uma musica do Elomar que gosto muito, interpretada pelo Xangai...provavelmente a maioria não conheça, mas é muy rica!



Cantada

E então desperto e abro a janela
ânsias, amores, alucinações
Desperta amada que a luz da vela
tá se apagando chamando você
Está chamando apenas para vê-la
morrer por teu viver.
Amada acende um coração amante
que o som suave de uma aurora distante
estremeceu aqui no peito meu
Os galos cantam pra fazer que a aurora
rompa com noite e mande a lua embora
Os galos cantam, amada, o mais instante
O peito arfante cessa e eu vou me embora
Vem namorada que a madrugada
ficou mais roxa que dos olhos teus
as pálpebras cansadas
Amada atende um coração em festa
que em minha alcova entra nesse instante
pela janela tudo que me resta
uma lua nova e outra minguante
Ai namorada nesta madrugada
não haverá prantos nem lamentações
Os teus encantos vão virar meus cantos
voar pra os céus e ser constelações
Ai namorada nesta madrugada
incendiaram-se os olhos meus
Não sei porque você um quase nada
do universo perdido nos céus
apaga estrelas, luas e alvoradas
e enche de luz radiosa os olhos meus
Mulher formosa nesta madrugada
somos apenas mistérios de Deus...
Escrito por adriano januario braga em 22/01/2007
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18/01/2007
Ainda nas buscas, pois muito tem a ser visto...lugares, comidas, vinhos, pães, azeites e livros...

Bom pessoal..de graça recebi, de graça estou enviando:

"Não sei se a vida é curta
ou longa demais para nós,
mas sei que nada do que vivemos tem sentido
se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que acaricia,
desejo que sacia,
amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo!
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira,
pura,
enquanto durar..."

"Feliz aquele que transfere o que sabe
e aprende o que ensina."

(Cora Coralina)

Infelizmente não terei tempo para escrever agora, pois estou indo conversar com o proprietário de um grande restaurante aqui em Madrid...se der, escrevo depois...abraços
Escrito por adriano januario braga em 18/01/2007
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Ainda nas buscas, pois muito tem a ser visto...lugares, comidas, vinhos, pães, azeites e livros...

Olá pessoal...
Estou estagiando em um restaurante aqui em Madrid, como citei anteriormente, e tenho ainda procurado cursos da culinária espanhola para fazer, e ainda procurando outros restaurantes para conhecer a cozinha e seus pratos, hoje a noite irei em um muito famoso aqui....e na é que o dono do restaurante está entusiasmado comigo!...disse que daria uma declaração do tempo que estiver estagiando no restaurante dele, e ontem foi a festa de despedida do embaixador...
O tempo está esfriando esses dias, mas nem compara com a Alemanha, e no entanto, a cidade está sempre cheia e movimentada. Ontem aprendi a fazer um bacalhau no azeite, quase um carpaccio, com pimentão assado e molho de tomate, que por mais frugal que fosse a receita, ficou delicioso, e com azeite 0,4 (graus de acidez)...e ainda ficou muito bonito. O restaurante está movimentado, pois o dono, o gaúcho, parece ter fechado o negócio da churrascaria com outro sócio, e parece que é grande, só de obras serão 2 ou 3 meses, com 4 andares...legal ver isso acontecendo, pois ele chegou aqui faz 15 anos trabalhando de garçom, e parece, lutou e trabalhou muito para chegar aonde está...bom ver isso! Ontem saí bem tarde da noite, mas foi bom. Infelizmente não tenho tempo para escrever mais, mas fica um abraço a todos. A noite tentarei escrever com mais calma e enviar fotos, se tiver sinal é claro!...agora por exemplo, estou quase pendurado na janela para dar o sinal, e mínimo...e é sétimo andar!
Um abraço e até a noite, se não dobrar de turno novamente!


eu e o Ricardo






Palacio Real...


Eu e a Ana..no palácio de cristal


Ricardo e Ana


Até pessoal!
Escrito por adriano januario braga em 18/01/2007
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16/01/2007
Ainda nas buscas, pois muito tem a ser visto...lugares, comidas, vinhos, pães, azeites e livros...




Na falta de fotos novas...

Ei pessoal....é madrugada aqui em Madrid, mas não consigo dormir, resolvi reler alguns textos que trouxe, e aproveitei para escutar algumas musicas. Coloquei a musica do Elomar, Incelença para um Poeta Morto, como estava para repetir, a escutei umas 5 vezes...e me fez bem.
Andei um pouco chateado, pois a ordem do dia nem sempre segue seu desejo, e no balança do travesseiro, costuma espetar..mas vamos andando que a vida não anda, nós é quem a percorremos. Hoje foi meu segundo dia trabalhando em um restaurante de um Gaúcho aqui em Madrid..ele é pessoa influente, com fotos com jogadores, políticos e famosos, e muito simpático. Amanhã voltarei, e podendo ter mais liberdade para tentar corrigir alguns erros que ali estão, na cozinha, que é onde eu entendo um pouco. Estive muito chateado pela maquina, mas já passou, existem perdas piores, e no mais, o ser humano é mal por natureza...não se ensina o primeiro erro a uma criança...somos da semente uma inclinação ao erro e ao mal...difícil é errar então?..não! Difícil é acertar, difícil é deixar de praticar o mal, é optar pelo bem, pelo honesto, pelo correto..isso é difícil, é exercício no dia a dia, é pratica pela educação dos pais, do ensino dos mestres...na rua, o mestre é o mal..quem sou eu para ficar me magoando com a natureza...vou é tentar comprar outra, pois, fiquei, confesso, meio aleijado aqui sem uma câmera..quem me conhece melhor sabe disso!
Não consigo dormir, mas também não estou conseguindo escrever....o sinal aqui não é constante..se der, enviarei.

Incelença para um Poeta Morto

Cantemo u'a incelença
pra esse ilustre professor
qui nessa hora imensa
chegô aos pés do Criador
choremu outra incelença
pru grande mestre da "Lição"
de saudosa lembrança
em nosso coração
levanta é madrugada
os galo já cantô
qui sua "Viola quebrada"
silenciosa ficô
segue a istrela de guia
nos campo do Sinhô
qui "A mão nevada e fria
da saudade" chegou. Elomar

Essa mão anda me alisando muito....!

Um abr@ço a todos...e se tiverem tempo e saco, mandem mensagens que é muito bom...aliás...Patricia, um grande abraço pela companhia constante, e boa sorte na França, não se preocupe, você vai adorar, após o primeiro mês....muito do que aprendi pude exercer no restaurante que estou “estagiando”. Te trás segurança e te eleva o nível em uma cozinha...e adoramos cozinhar não é mesmo?..

Quando a tampa do tempo destampa e o vento e o tempo vai, quem tá leve voa, quem está com os pés no chão no cai... adaptei de uma musica do Juraildes da Cruz.

Com a Graça de Deus estou vivendo, crescendo e o sol clareando!

Escrito por adriano januario braga em 16/01/2007
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15/01/2007
Ainda nas buscas, pois muito tem a ser visto...lugares, comidas, vinhos, pães, azeites e livros...



Olá pessoal...
Aqui em Madrid o brasileiro se sente a vontade, pelo idioma, pelas pessoas ao redor, pelos lugares comerciais e até pelo clima...15 graus...que maravilha!..mas é Europa, e se pega um jornal aqui, dá para sentir a diferença desse nosso país desgovernado e tomado pelo dinheiro do crime. Aqui é diferente, as pessoas fumam maconha na rua, existem cassinos, bingos e loterias por todo o canto, na Alemanha vi pessoas se picando na rua, existe até acompanhamento médico para o drogado se injetar... e ao se ler um jornal por aqui, as noticias são mais amenas quanto ao crime e o seu poderio. Tem bandidos aqui é claro, até roubaram minha câmera fotográfica...dá para imaginar o Adriano aqui, sem máquina, quase duro e com um cartão de merreca...ao menos o vinho é barato...mas o Brasil ta demais....
Ontem, domingo, fui passear no “El Rastro”...a feira livre daqui...uma multidão, muitos camelôs, muito comércio e muita arte, muita musica de rua, muita alegria...como a conexão anda fraca, tentarei mandar as fotos depois...
Hoje, estou indo trabalhar no restaurante de um brasileiro, onde fico até quinta-feira. Na ultima vez que estive lá, ele estava no telefone com o Ronaldo (jogador), ele estava reservando para comemorar o aniversário dele com uns amigos. Lá é novo e não muito grande, e o dono é um gaúcho, que está em uma transação de construir com um grande grupo, uma churrascaria aqui, em um espaço de quase mil metros quadrados...mas o restaurante dele é novo e vamos ver no que dá! quinta-feira estarei indo a outro restaurante, de comida espanhola, onde, se tudo der certo, fico por uns dias...é assim que poderei conhecer melhor da gastronomia daqui, e é muito variada! Quem sabe ainda ganho algum e compro uma câmera nova!!
Ontem, terminei de ler o livro “Dos horas com Sergi Arola”..dono do La Broche, o melhor restaurante de Madrid...vou mandar um e-mail...quem sabe?...
Bom é isso, queria aproveitar o minimo que tenho de sinal para mandar um alô!.. melhorar o sinal, enviarei algumas fotos...
Li algo aqui muito legal:
“sólo como guerrero se puede sobreviver en el camino del conescimento, porque el arte del guerrero és equilibrar el terror de ser hombre com el prodígio de ser hombre”
...bom..vou tentando equilibrar, mas tem hora que o chão fica liso!!
Apesar de estar na companhia amável e verdadeira do Ricardo e Ana, tenho passado várias horas sozinho, enquanto se está observando e contemplando, estando ocupado, nem percebo que a sombra é quem me acompanha...e faz sentir falta dos amigos!..obrigado a todos voces..e agora, talvez antecipe minha volta...tô com saudades da câmera...
Te cuida, cinemas de Bh...
Abraços a todos...

“Se cada dia cai, dentro de cada noite,
há um poço
onde a claridade está presa.
há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência." Pablo Neruda

Um abraço e até amanhã...
Escrito por adriano januario braga em 15/01/2007
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13/01/2007


E fomos para Segovia...eu, Ernane e Marcelo. O Ernane mora aqui e é espanhol, o Marcelo mora em Paris..e de repente.somos amigos!









No caminho, fomos no carro do Ernane, passamos na Granja..um tipo de mini-Versailles, onde já morou o Rei...com fontes que funcionam por pressão da água que desce das montanhas...















No caminho, passamos pela estação de esqui, mas a estação da neve tá atrasada..




Chegando...se avista o aqueduto feito pelos romanos...


E chegamos ao Alcazar..pátio e lugar de muitas guerras com mouros, com muita informação sobre cruzadas e ocupação muçulmana na Espanha...



























A catedral de Segovia...
















quando estavamos indo, pedi para reduzir a velocidade e fiz ainda essa foto do aqueduto..


Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando Pessoa)

Em Portugal o Cabo do Bojador tem o significado do último limite do homem e do seu mundo. Os poetas sempre se referem a ele...aqui em Madrid tem uma imensa livraria, acho que tem em SP também...e quando não tenho o que fazer, pego alguns livros de meu interesse e me acomodo em uma arena para leitores, carpetada e com musica clássica compondo o ambiente...queria ser um polvo com vários braços segurando vários livros diferentes e ricos, e uma aranha, com vários olhos, para ler diversidade ao mesmo tempo, mas precisaria de repartir meu cérebro...o que seria tarefa árdua sobrar muito....tanta riqueza nas prateleiras...poemas, fotografia, gastronomia, ficção, dramas, HQ, turismo... quanta informação em único lugar...
Tenho esperado uma confirmação de um trabalho aqui, mas tem ainda um curso de gastronomia espanhola que estou aguardando a liberação de minha vaga junto a prefeitura daqui, o ajuntamento de Madrid...e tem ainda, e tem ainda....na verdade, meu dinheiro acabando, e quanto para se ver, quanto para se conhecer...recebi um e-mail com um convite da companhia aérea para ir para Oslo por 14euros...como deve ser tão ao norte?..como será a paisagem sentida e a culinária provada e sentida...
Estou com saudade de casa...pois esse é meu limite, meu horizonte...achei que fosse mais sonhador, mais aventureiro, mais sedento por conhecer...e me vejo hoje num sentimento de falta...ó vil metal...
Mas de tudo que tenho visto aqui, foi o perigo e o abismo que mirou a maravilha ao meu coração, ao meu paladar e minha visão, meus olhos não secaram e não secam nunca, pois ainda estou aqui...
Estou com saudades de meu laboratório de P&B....agora vou começar a tirar a cor de algumas fotos digitais, pois sou saudosista, e ainda gosto do vinil...de bar com balcão, mulher com perfume, filho obediente, ...papo furado...estou na casa de duas boas pessoas, que me abrigam com muito amor, mas quando se está sozinho no quarto...a balança começa a ligar...e querendo pesar o que que conquistei com minha aventura...estou com saldo..e grande...e não se alegre se for meu inimigo, pois consegui ver o que não se apaga e nem esquece, vivi o que não se deixa de viver ou de relembrar...e foi muito bom até aqui e assim o será.
Tenho conhecido muitas pessoas...e como é bom isto...o primo da Ana e outro amigo me convidaram para conhecer Segovia...fiz novos amigos. Fomos e passamos o dia percorrendo muitos lugares bons de se ver e conhecer.
Hoje a tarde, na rua em meio a grande multidão, uma loira, uma senhora de olhos verdes e simpática, me cumprimenta com um compreensível Olá...me lembro de cara..do Museu do Prado...uma senhora percorrendo o mesmo sentido que eu, quadro a quadro e sala a sala, parecendo minha sombra...conversa comigo em um espanhol que eu não entendi e respondi em um inglês que ela certamente não entendeu...ela é Russa e se chama Ina...nos despedimos com foi um prazer, eu acho que foi isso que falei...e a chance de encontrá-la de novo em uma cidade grande é bem remota agora, mas foi bom ser reconhecível...pois se chamo a atenção para mi, necessito de um receptor..sou um quadro pendurado em um coração latente, onde muitos observam, uns comentam e outros julgam..mas como é bom ser relembrado...lembrado de novo! Se sou arte ou não...depende de quem me vê, pois a arte precisa do receptador artista...fui ao Museu Reine Sofia...muitos quadros de
Picasso, Salvador Dali e Miro...a principio se pode pensar:”minha sobrinha de 5 anos faz uns assim...” mas ser relembrada é a diferença....isso nos renova e nos faz ser novidade...e estarmos de acordo...

“O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender ...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar ...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...”
(Alberto Caiero..Fernando Pessoa)

Hoje estou um pouco cansado, e conexão é sorte...mas fica meu grande abraço a todos...e respondendo:
..Alcielito, grande pessoa...estou com 80 kg novamente...mas descendo. Um abraço e felicidades, e mande um abraço a patroa.
..Gerban..gaste os 50 que é melhor...o modelo não é tão bonito de perto...um abraço cara..vi um livro aqui, “Todos os contos do Woody Allen”...tem coisas desconhecidas...mas a grana ta curta...mas vou ver se consigo levar um...abraço nas meninas..
..Tati, para fazer a galinhada é fácil, frite tudo separado, frango, lingüiça e bacon, e faça o arroz com açafrão, e na segunda água, coloque os pertences, mas use caldo de frango ao invés de água e duas colheres de molho de tomate...finalize com queijo minas e cebolinha. Aposto que vai ficar bom...um abraço.
..Roger..foi eu quem tentou ligar, e sábado novamente...Um abraço
..Kel, tentei te ligar também...mas sei que está bem...muita saudade...muita mesmo! Te amo!
A todos um abraço e obrigado pela companhia.
Nem ligo se enviarem mensagens...

Escrito por adriano januario braga em 13/01/2007
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10/01/2007
Olá pessoal...
Então deixei Frankfurt...


E cheguei a Valencia...pois consegui uma passagem aérea pela bagatela de 7,90 euros...e de lá partiria para Madrid.


Passando sobre os Pirineus


Chegando...

Valencia é muito legal...a cidade é linda, próxima ao litoral, e as pessoas ficam nas ruas até tarde da noite. Fiquei 2 dias, mas ficaria mais, pois as ruas são cheias de bodegas, bares de tapas e beijos, e de muita alegria. Fiquei no albergue com mais 8 pessoas, mas tudo bem e o lugar era legal. A recepcionista, uma francesa, onde foi ótimo falar novamente, mas descobri, após um mês na Alemanha, que a língua espanhola é fácil, estou entendendo bem...mas falar, vai demorar. A recepcionista me deu uma indicação, um cartão de um bar de tapas, mas estava lotado, tinha muita moçada de olhar guloso e muita fumaça de cigarro...resolvi andar mais. As ruas, cheias de pessoas e de todas as idades, e cheia de opções para comer. Gostei de uma pequena, com o segundo piso em madeira, tive de me abaixar muito para chegar a uma mesinha no fundo, mesinha mesmo, pois era mais um banquinho.





Havia uma mesa grande ao lado com um pessoal muito alegre mas não barulhentos e foi tudo bem, pois as paredes eram vermelhas, velas e musica flamenca...gostei de cara...Pedi uns tapas sortidos...e comi muito bem e barato. Batata assada com ervas, bacalhau no azeite, azeitonas temperadas, janon com queijo, berinjela, e depois mais janon, que é presunto, muito caro aqui, mas é o que eles adoram. Ao sair, eram meia-noite, e escuto um som de multidão mais adiante, segui por uns becos e me deparo com uma avenida lotada de pessoas...como a feira da Afonso pena, mas sem barracas no meio.





Fiquei andando e olhando as lojas, que estavam muitas abertas apesar do horário...até 01:30 de manhã, e a avenida continuava lotada. Por estar sozinho e cansado, fui descansar. No outro dia, percorri a cidade, que estava quase deserta, pois era feriado de dia de reis, e a tarde peguei o trem para Madrid. Havia um leito seco de um rio, o que pude observar do avião, e ele passava pela cidade, e hoje é um imenso jardim, com pistas, campos de futebol, parques,



acompanhando muitos quilômetros pela cidade. As ruas são arborizadas com pés de laranjas, e carregados de laranjas maduras, e não vi ninguém apanhando...bonita a cidade. Por não ser capital, se torna mais segura, limpa e tranqüila.

















Passei pelo Museu de Belas Artes e entrei...era gratuito, até estranhei...






Pude ver quadros importantes e belos, de Sorolla, Salvador Tuset, e uma mostra "de Goya a Gauguin" que foi incrivel.





Conheci muitos monumentos, castelos, torres, jardins, praças e chafariz, o mercado...o maior mercado da Europa é o que está na placa...e a praça de touros, que parece o coliseu. Gostaria de ver uma tourada, mas não é época.








Fui à estação comprar a passagem para Madrid, e até que foi barato, pois 20 euros por 322 km está barato para Europa...bom, o trem foi um horror, pois demorou 6 horas e meia para percorrer os 322 km...e sacudia demais. Chegava a ser engraçado às vezes, mas o bom era a paisagem, com plantações de uvas e oliveiras, muita montanha, um lindo por do sol. Havia comprado um marmitex e o almocei no trem, paella valenciana é claro!...e arroz com grão de bico e morcela...um tipo de chouriço. Foi uma ótima escolha essa.Vou ficando por aqui, pois preciso sair, e continuo mais tarde. Um abraço a todos.



Nem ligo se quiserem enviar mensagem...

Escrito por adriano januario braga em 10/01/2007
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06/01/2007
Ola pessoal...



O musico ao fundo










Passeando pelo rio Main


Relogio...nao gostei do modelito entao nao comprei


No restaurante tipico, onde nao tem cerveja, somente vinho de maca~




Meus amigos alemaes gostam de dizer a todos que o melhor eisbein-joelho de porco, comeram no Bar Amarelinho do Prado




Antes da festa, na casa da Lili e Tim






Frente ao teatro..onde dancei a noite toda...















Por enquanto e so pessoal...
Escrito por adriano januario braga em 06/01/2007
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05/01/2007

Ate breve Frankfurt...

Olá pessoal...acabaram minhas férias!Estou deixando a Alemanha (antes que eu engorde mais!) e indo para Madrid, onde procurarei trabalhar em algum restaurante por uns dias. Desembarco em Valencia e devo ficar lá por 2 dias, pois também quero conhecer um pouco de Espanha. Este tempo na Alemanha foi muito interessante e educativo, e pude conviver com pessoas maravilhosas, que me acolheram como da família, e diferente de muitos anos no Brasil, passei um natal e reveillon com muitas pessoas que me queriam bem, me presentearam e me deixaram muito a vontade, apesar de não falarmos nada parecido, nos comunicamos, nos divertimos e muito! Em Madrid, irei encontrar-me com o Ricardo e a Ana. Fui padrinho de casamento dos dois, e são pessoas maravilhosas, e consequentemente conheci suas famílias, pessoas incríveis! O Ricardo fez o curso de cozinheiro junto comigo, no Senac, e é uma peça rara...de um bom humor incrível! A Ana faz mestrado e é professora de espanhol...e está grávida..esperando um menino! Fiquei muito feliz com a noticia, pois gosto muito deles.Sai de La Rochelle com 78 kg, e deixo Frankfurt com 83kg....chega de mamata, ou vou virar uma bola!Dizem que todos aqui engordam no inverno, mas não é a toa. O dia amanhece frio, chovendo e ainda escuro até as 09hs...levanto as 11hs e lancho. As 15hs almoço e as 19hs jantar...antes de dormir mais um lanche, e algumas cervejas com o Tim e a Lili, que estão de férias. Andar...quase nada...foi fácil engordar...mas quero voltar para o Brasil com meus 78kg novamente. Além de moderno, charmoso e viajado, preciso voltar "mais ou menos"... Aconteceu algo na noite de reveillon que gostaria de relatar. Sai de casa era umas 17hs, o que já é noite aqui, e fui caminhar um pouco, pois a galera, umas 10 pessoas, iam chegar as 20hs para jantarmos e tomarmos umas e outras e então, irmos juntos para a festa. No centro, fiquei observando como as pessoas normalmente passavam alegres e chiques, outros embriagados, outros em bandos barulhentos, mas todos com pressa, pois todos estavam indo a algum lugar, que não fosse ficar transitando pelo calçadão do centro como acontece normalmente todas as noites. Em um canto, estava um senhor muito branco, tocando a balalaica, um instrumento russo, com som que parece com cavaquinho, mas tem apenas 3 cordas, é triangular e côncavo atrás, e muito surrado. Tirei uma foto para não me esquecer desse momento. As pessoas simplesmente passavam, ninguém sequer diminuía a marcha para ouvir a boa musica que ele tocava. E notei como ele era intenso para tocar. Fazia caras e jeitos, lembrando um tocador de viola que faz umas caras engraçadas, acho que RenatoAndrade, e a musica era muito bonita.
Então resolvi ficar em pé e ouvindo, e como a mala do instrumento estava aberta, logicamente era para receber trocados, e coloquei algumas moedas. Ele prontamente agradeceu, e ao terminar a musica, me perguntou algo em alemão, que não faço a mínima idéia do que, mas respondi que a musica era very good, e de repente, estávamos nos comunicando. Ele é russo e vive das moedas que ganha com o instrumento, pois tocava na rússia em um conjunto que não mais existe, e as dificuldades o empurraram europa abaixo, e pela idade é difícil trabalho. Começou a tocar outra musica, e a ouvi como se fosse para mim, pois era o único em pé. De repente, para toda uma família ao meu lado, de negros com adesivos da noruega...europa é assim...e coloco mais uma moeda na caixa, e em seguida, o pai entrega umas moedas para o filho levar e depositar na caixa. Para um casal, e outro, e outras pessoas, e de repente estavam muitas pessoas ouvindo e depositando moedas na caixa. Provavelmente parariam pela musica, mas certamente, ter alguém em pé ouvindo trouxe a sugestão. Fiquei contente, pois talvez aquela seja a comemoração de virada de ano daquele solitário russo. A companhia, os transeuntes anônimos mas solidários, e sua ceia, por mais modesta, já estava garantida, e a musica, ele produzia, e a alegria...tinha que vir de dentro dele mesmo, pois alegria estava por todos os lugares, mas do lado de fora de sua realidade. Voltei para casa e já estavam uns amigos do Tim. Conversei em francês com um e com outro, que parece duende Irlandês, muito simpático por sinal, conversei em gesticulês..
Fizeram uma tradição por aqui, esquentar uma peça de chumbo na colher e jogar na água, e o formato que der era conferido numa tabela...fiz também, mas a figura ficou parecendo uma lontra fumando cachimbo e carregando um jogo de panelas, inclusive com o escorredor de macarrão(lembra dessa Gerban?), mas não tinha esse tipo nas definições, então deixei pra lá. No caminho para casa, passei pela vitrine de uma joalheria, e vi um relógio que custava...162.250,00Euros...e uma caixa de gadernol....ou um lança chamas para queimar os pobres das proximidades...credo! Ser pobre ta ficando démodé ....

É isso pessoal...mando noticias da Espanha!
Agradeço as pessoas que lembraram de enviar uma mensagem....um abraço a Jujú e família, Alci, Rogério(estou esperando suas melhoras), Tati, Patricia, Kel, minha filha preferida...e única, e linda, maravilhosa, bonita, moderna e charmosa...aos meus parentes, se é que alguém lê meu blog, o que quase duvido, a Regina, Nina e familia, Urban e cia, ao Junior, ao Grande e honorável Schiber e toda sua clã, Gerban e patota, a todos os gente boa do mundo, inclusive uns argentinos...a você que sabe quem...e todos que se dão ao trabalho e ao tempo para conferir esse lapso de tempo que vivo...
Escrito por adriano januario braga em 05/01/2007
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31/12/2006


Feliz Ano Novo Pessoal...

Não espere meia-noite, pois não acontecerá nenhuma magia, nada anulará a carga que já levamos em nossos corações, nada apagará o que entrou em nossas mentes, nada fará desaparecer o que já dissemos, e também.... nada nos afastará do amor de Deus.
Este ano que passou...foi um grande ano em minha vida, mas não poderia voltar atrás com nada do que fiz ou disse...muito arrependimento já encheu minha vida de trevas por instantes, mas não poderia ser diferente em nada. Das coisas mais difíceis neste ano?...provavelmente foi me perdoar pelos meus erros. Das coisas mais fáceis neste ano que passou?...certamente foi errar. Portanto, se errei com você que lê essa minha mensagem, esforce por me perdoar, que estarei me esforçando daqui...
Nesse ano que passou, divorciei, terminei a faculdade, me afastei de algumas pessoas e me aproximei de outras, fiz novas e preciosas amizades, descobri que perdi a paixão pelo meu emprego e me vi desperdiçando tempo. Afastei-me de minha filha, saí do país achando que deixaria meus temores para trás, mas eles vieram na bagagem, mas tive muito tempo a sós para identificá-los, os conhecer pelo nome e renovar as esperanças de que meus dias melhores estão por vir, ainda não estou pronto. Deus me soprou a vida, e ela ainda está sendo construída para O conter, mas ainda não terminou essa obra. Se me vi com tantas fraquezas, me vi também com coragem e intensidade....aliás intensidade demais...fui ao fundo e fui nas nuvens, fiquei no escuro, mas também fiquei em lugares maravilhosos e iluminados, fiquei no desconforto, mas também cercado de carinho e conforto, vi que valorizava pessoas que não me davam valor, e não correspondia com os que queriam se aproximar...saí para caminhar agora de manhã, o dia está frio, mas caminhei por 3 horas, pensando que meia-noite vai chegar e não quero esperar...orei e perdi perdão a Deus, certo que Ele me perdoou, pois Ele renova suas misericórdias comigo a cada manhã...Dos meus planos para o próximo ano?...viver com mais amor...trabalhar com mais amor, adorar a Deus com mais amor...e decidi começar meu ano novo agora!...pois estou vivo neste momento, e esse é um presente...é o presente...o futuro a Deus pertence, e o passado, já passou!
O que desejo a você?...que seu amor seja revitalizado neste instante!
Recebi uma mensagem linda e gostaria de repassar a você:

A inteligência sem amor, te faz perverso.
A justiça sem amor, te faz implacável.
A diplomacia sem amor, te faz hipócrita.
O êxito sem amor, te faz arrogante.
A riqueza sem amor, te faz avaro.
A docilidade sem amor, te faz servil.
A pobreza sem amor, te faz orgulhoso.
A beleza sem amor, te faz ridículo.
A autoridade sem amor, te faz tirano.
O trabalho sem amor, te faz escravo.
A simplicidade sem amor, te deprecia.
A oração sem amor, te faz introvertido.
A lei sem amor, te escraviza.
A política sem amor, te deixa egoísta.
A fé sem amor, te faz fanático.
A cruz sem amor se converte em tortura.
A vida sem amor...não tem sentido...

pois...Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e näo tivesse amor,
seria como o metal que soa ou como o sino que tine.

E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios
e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse
os montes, e näo tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres,
e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e näo tivesse amor,
nada disso me aproveitaria.

O amor é sofredor, é benigno; o amor näo é invejoso; o amor näo trata com
leviandade, näo se ensoberbece.

Näo se porta com indecência, näo busca os seus interesses, näo se irrita,
näo suspeita mal;

Näo folga com a injustiça, mas folga com a verdade;

Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca falha; mas havendo profecias, seräo aniquiladas; havendo línguas,
cessaräo; havendo ciência, desaparecerá;

Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos;

Mas, quando vier o que é perfeito, entäo o que o é em parte será aniquilado.


Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria
como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.


Porque agora vemos por espelho em enigma, mas entäo veremos face a face;
agora conheço em parte, mas entäo conhecerei como também sou conhecido.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o
maior destes é o amor. 1Co.13

Mäe...para voce ver que estou bem e corado...








Um abraco a todos voces!
Escrito por adriano januario braga em 31/12/2006
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27/12/2006


Ola pessoal...


em Frankfurt..


Casa do Hans em groß-geraü




Tava quentinho perto da lareira




A cerveja gela na varanda


com Tim




vinho de macä


parece a av.Parana...


é a mesma coisa...









passeando ao sol








esse prédio redondo é ...diferente











Meu dia em Colônia!
Como diz a Hebe..”gracinha”...parece titulo de redação de criança, como a célebre “Meu dia no Zoológico!”...a minha redação clássica, e na época ainda era Composição, “A pescaria”!Já me gozaram muito por isso, mas as redações eram boas. Caso não tenha comentado nos “patrasmente”, quando estudei no Salesiano, na 7.série, houve um concurso de redação em toda a escola. Pois no ano posterior seria utilizado nos vestibulares, e eu ganhei o primeiro lugar. O tema foi A pescaria, só mudei o nome e a seqüência. Falei sobre a experiência de ser pobre, não conhecer praia até então e o único laço sócio-familiar com meu pai eram nas pescarias, já que eu era levado para limpar os peixes e cozinhar, mas guardava tudo com meu olhar, e desfrutava do pescar sozinho embaixo de alguma arvore, ouvindo a sinfonia quieta da natureza a beira de um rio caudaloso, enquanto todos partiam de barco. Enfrento panelas desde cedo. Ganhei de alunos do “cientifico”, mas nem sei aonde foi parar o pequeno honra ao mérito, não achei grande vantagem, pois na época eu fazia redações a troco de merenda, as vezes o mesmo titulo, fazia 5 redações diferentes, com letras diferentes e rápido. Os colegas detestavam redação e eu não entendia isso, depois da merenda e do ping-pong no recreio era o que mais gostava na escola. Voltando a vaca fria...Fui à Colônia...Köln...na excursão com a turma de escola do Hans, mas não comentei sobre esse passeio e não deve passar despercebido. Colônia foi devastada pela guerra, foi completamente bombardeada e pude ver pelos postais, mas a igreja ficou intacta. E como a igreja é alta! Muito alta mesmo, não tem como fotografá-la inteiramente. Eu estou enjoado de tanta igreja na Europa, mas essa era legal de se ver. Quantos detalhes esculpidos, os vitrais, a simplicidade por dentro, em total contraste com o soberbo vaticano...e lá, tem uma caixa de 130 kg de ouro contento restos ou utensílios dos 3 Reis Magos...bom...é o que diz a placa. Colônia é bem Alemanha, com muitas casas antigas ao lado de muita modernidade, muitos carros incríveis, lojas e shoppings de pirar muita mulher, muita gente nas ruas apesar do frio e muita limpeza e educação. As pessoas não atravessam fora da faixa nem com sinal vermelho, existe a pista para ciclistas, são muito esportistas e estão muito na nossa frente, já que as pessoas não ficam em casa seguindo novelas. Muitos idosos na rua, enquanto no Brasil muitos jovens já ficam velhos cedo, não saem com os filhos e amigos para passear na rua simplismente, ficam trancados na frente do “deus globo, deus faustão, deus silvio santos, raul gil” e tantos outros venerados e seguidos fielmente. Sou um pouquinho preconceituoso com a tv e talvez já tenham notado, só de pensar em horário político e as mentiras sendo vendidas e enfiadas nos cérebros com QI de escagot de muitos brasileiros me dá um arrepio. Quando vejo as pessoas que nos representam hoje na política, e que venderam suas mentiras pela tv tão barato ao povo e estão hoje eleitos..dá vontade de ficar por aqui. Maluf e Clodovil é demais meu povo! Memória curta é uma coisa..isso é demência!
Voltando a Colônia....pude ver a mais antiga perfumaria da Europa..é por isso que existe “Água de Colônia” pessoal. Foi um dia muito frio, mas muito legal. Estou indo agora para outra cidade...Heidelberg. Estou escrevendo de dentro do carro, com algumas seções de contorcionismo, mas queria escrever. HEIDELBERG é a Ouro Preto da Alemanha, e com muitas escolas e faculdades, muitas republicas e castelos. Foi engraçado, e me lembrei agora, quando levei o Hans e a Renate em Ouro Preto, mostrando a ele nossa história e seus casarões antigos, que tudo a volta deles é muito mais antigo. Está muito frio e pela janela do carro sabe o que vejo?..Muita bicicleta! Muitas mesmo! Estacionamentos imensos de bicicletas. Continuo na volta!
De volta...e o passeio foi muito legal. A cidade é muito bonita e com muitas pessoas nas ruas. Na rua principal, com muito comércio, estava lotada, muita gente empacotada, pois está muito frio. Fomos ao castelo, um grande palácio com grande parte em ruínas, por bombardeios, e museus e...o maior barril de vinho do mundo, com capacidade de 21.760 litros de vinho...dá uma boa festa...acho que o rei tomou tudo numa noite e o país acordou na republica da ressaca e fim da monarquia. Infelizmente o dia está com neblina, mas o visual da cidade, vista de cima, com o rio dividindo a cidade é um belo panorama. Muitos turistas americanos e japoneses transitavam a nossa volta. Aliás, deve haver rodízio de japoneses no Japão, como de carros em São Paulo. Lá não deve caber todos, então, metade fica passeando na Europa e metade no Japão....haja japas.... Tomamos chocolate quente e passeamos a pé pela cidade. Estamos agora em direção a Darmstad, onde o Tim irá comprar um computador novo, pois ganhou um monitor de plasma de 19’’. Ele está preocupado com o aumento do imposto a partir do dia 1, aumento de 3%...no Brasil, nem se assusta com aumentos, não vejo ninguém protestando pela água, luz, telefone, gás e gasolina, e ninguém preocupado com isso no Brasil. Pior é ...se reclamar com a Cemig e ficar no escuro....Brasil, fraud explica!...Continuo depois.

Escrito por adriano januario braga em 27/12/2006
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FELIZ NATAL PESSOAL


Hans e Tim


Calvados de 15 anos e 50 euros


Coral:eu e as gatas


mesa de natal


com Moet Chandon


Hans e novo capacete para esquiar


Renate e Lili


Os primos do Tim










O tio do Tim e novo capacete...igual peru da sadia


Olá pessoal...
Hoje é natal...25 de dezembro e estou na Alemanha. Passei uma ótima noite de natal, cercado de pessoas amorosas, simpáticas e cheias de tradição em hospitalidade e festividades. Confesso que foi um dos melhores que passei em muitos anos, pois geralmente passava sozinho, já que minha filha e ex passavam com a família e eu...bem...ficava em casa. Se tem algo que é muito bom de se ver nas pessoas com quem tenho convivido, é a amizade e o carinho. São muito amáveis com todos, e mesmo eu sendo peregrino e forasteiro, acaba sobrando para mim..e é muito bom. Aliás...te envolvem o tempo todo, pude participar da ceia, onde fizemos rocambole de frango recheado de queijo e espinafre e molho de mostarda com gengibre..foi sucesso garantido, ainda de apresentar um numero na noite...tradição da família, cada um apresenta algo, toca uma musica, canta ou declama..eu cantei o Pai Nosso juntamente com a Lili e a Nina, houve a ceia e a troca de presentes, muitos presentes...eu mesmo ganhei um monte..vinhos, pen-drive, perfume, champagne, meias, câmera para Notebook, e ingressos para uma grande festa de Reveillon...disse que voltaria todos os anos, e eles riram muito A ceia foi ótima, com salmão defumado e molho, saladas e muita cerveja, vinho e...Moet-Chandon! Coisa boa são amigos ricos! Natal regado a Moet Chandon..e muito! Champagne francesa de primeria....e depois fui à igreja assistir ao culto de natal...foi demais...em alemão. Peguei o hinário e cantei, e eram muitos cânticos, quando percebi que os rapazes na minha frente estavam dobrando para segurar o riso foi que percebi que estava empolgado demais e cantando alto...muito Moet-Chandon na cabeça!...mas foi uma boa experiência..e decidi que aprender alemão não é prioridade, pois tenho me comunicado e bem. A festa da noite de natal foi na casa dos tios do Tim..não os conhecia ainda, exceto o Tio (buda)...muito simpático e bastante alemão. Na festa ele tocou sax e o Tim tocou Pistão..um desastre, mas valia tudo, e era tudo muito bem recebido, o que me deixou a vontade para soltar a voz sem me preocupar muito. A tia nos fez uma excelente recepção com tradução simultânea graças ao Tim e a Lili, que está perfeita na língua alemã, e depois de 3 anos já irá para a faculdade aqui. Aliás, ainda não falei bem sobre a Lili. Ela é modelo, e maravilhosa, além de bonita..sempre prestativa e preocupada, teve a festa do lançamento de um calendário onde ela era a capa, mas apesar do convite, corri, pois detesto boate, danceteria e coisas do gênero. Ela conheceu o Tim quando trabalhava na Bahia, em um hotel chique. O Tim..merece um capitulo a parte...percorreu a América do Sul desde o equador a Argentina, e por acidente foi parar no Brasil e conheceu a Lili...e são um lindo par. Na casa deles, me sinto muito constrangido, pois sempre me vejo como um móvel que ocupa muito espaço..mas eles possuem uma paciência incrível. Eles estão lá em cima jogando banco imobiliário, me convidaram, mas preferi assistir tv e escrever um pouco. O almoço de Natal terminou faz pouco tempo, onde a Renate fez uma deliciosa e tradicional aqui, sopa de abóbora, ajudei no almoço com o cuscuz e peru assado, o Tim detesta farofa e optei pelo cuscuz....alem de muita salada. Havia ainda muita couve de Bruxelas e repolho roxo tipo chucrute...quase gostosos...mas foi um grande almoço com as mesmas pessoas da noite anterior. Depois do almoço eles estão jogando e eu vim escrever. Estou com certo apuro aqui, pois vim para ajudar a Nina com a bagagem... mas na verdade, minha estada aqui está totalmente fora do horário. Prometi ainda no Brasil de visitar o Tim, Lili, Renate e Hans, e por isso, planejei minha volta de Frankfurt, 2 semanas após o termino do estagio...mas as coisas mudaram, e como mudaram...e agora, a Nina volta para o Brasil e eu, que já estou sobrando faz muito tempo, tenho que partir e ainda não sei para onde...mas tudo bem...minha vida tem sido assim...e gostaria então de deixar minha mensagem para vocês que estão me acompanhando...Não estive só! Nem um momento sequer estive só. Ainda que a situação tenha mudado e muito aqui na Europa e tenha me sentido desamparado e rejeitado...nunca só. Andei por muitos lugares, dormi em estação, fui para locais desconhecidos com línguas que não conheço, estive sem dinheiro, sem conforto, sem certeza, sem alegria, sem tristeza...mas nunca só. Também experimentei a fartura, a amizade, o conforto e a regalia...Por mais estranho que fosse muitas de minhas emoções nesse tempo, no final podia perceber que estava me fortalecendo ou renovando as poucas forças que carrego comigo. Aprendi que minha vida é cheia de sonhos, de grandes sonhos, mas que vivo dos pequenos, que posso fazer realidade. Muitas vezes a vida me pareceu tempestuosa e turbulenta ruidosa e inquieta, mas descobri nesse tempo, e pela distancia a verdadeira afinidade, que tanto me ajudou a enfrentar e continuar a enfrentar dias como o de hoje. Pela afinidade, pude fazer, ainda distante, preciosos amigos...alô Regina, Wellington(Grande Junior), Cyntia, Patricia..pessoas que mal conheci quando perto, mas fui conhecer pela distancia em afinidade, pude receber muito deles antes que me enviassem qualquer coisa, sem contar com os amigos de sempre, que fortaleceram os laços e me ajudam sempre...de muitos que esperei contato, não recebi, mas não me incomodo mais...não é para preocupar com isso, nem esperar destes, prefiro esperar dos que tem afinidade, dos que afiam a vida junto comigo. Tem um provérbio de Salomão que diz algo como “tal qual o ferro com o ferro se afia, assim é o homem com seu próximo”...provavelmente afinidade venha disto...faz fagulhas, esquenta, esfria, mas faz útil. Essa é então minha mensagem de natal...”Obrigado amigos...e Feliz Natal”...comemorem pois o Aniversariante de hoje nos trouxe um presente que mal podemos compreender...Vida abundante e Vida Eterna..VIDA!

Escrito por adriano januario braga em 27/12/2006
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22/12/2006
Ola pessoal...
Estive ausente por uns tempos, mas estou de volta...retornando de ROMA!
Foi uma viagem que me fez muito bem, pois Roma é história por todos os lados, cultura, beleza, e é claro, pizza...muita pizza. Aliás, pizza é a cara de Roma, gostosa, mas uma bagunça. A cidade eu pude vasculhar de norte a sul, leste a oeste. Andei muito, o dia todo, e com o mapa da cidade, que não é tão grande, foi fácil nesses 4 dias. De tudo que Roma é e tem para ser visto, não existe nada igual ao Coliseu. Não apenas pelas ruínas e sua estética, mas, tive muito para refrescar minha memória um pouco esclarecida sobre muito de Roma, e seus governos e poder. O Coliseu foi mandado construir por Flávio Vespasiano, por volta do ano 70 a.C. No século III foi-lhe acrescentado mais um andar. Com uma altura de 48 m, as bancadas eram de mármore (entretanto desaparecido, muito está no vaticano, que afanou primeiro) e tinham capacidade para mais de 50 000 espectadores. Esta subdivisão deve-se ao fato de ser uma construção essencialmente vertical, criando assim uma diversificação do espaço. Os assentos são em mármore e a cavea, escadaria ou arquibancada, dividia-se em três partes, correspondentes às diferentes classes sociais: o podium, para as classes altas; as maeniana, setor destinado à classe média; e os pórticos, construídos em madeira, para a plebe e as mulheres.
A tribuna imperial era balizada pelos assentos reservados aos senadores e magistrados. Rampas no interior do edifício facilitavam o acesso às várias zonas de onde podiam visualizar o espetáculo, sendo protegidos por uma barreira e por uma série de arqueiros posicionados numa passadeira superior de madeira, para o caso de algum acidente. Algo que li e achei bizarro é que a massa usada como cimento, era do mesmo material do pó-de-mico...devia coçar demais os pedreiros.
Várias centenas de gladiadores e milhares de animais foram mortos nos 100 dias de festivais de banhos de sangue que marcaram a inauguração. A sua única preocupação era o grito lançado ao poder público: «panem et circenses» (pão e circo)....Hoje tem “bolsa merenda, vale quentinha, etc”... Á medida que o império crescia, cresceu a duração e a frequência dos espectáculos sangrentos. O anfiteatro tinha um labirinto de celas e túneis para os gladiadores e animais. Haviam portas falsas onde podiam sair animais ferozes, rampas e manivelas para proporcionar espectaculares efeitos visuais.
O anfiteatro foi uma invenção grega que os Romanos tomaram de empréstimo. A sua área elíptica era rodeada por fileiras de bancadas, a partir das quais grandes multidões podiam apreciar os espectáculos e exibições de combates e carnificinas. Animais exóticos de todo o mundo eram exibidos, observados e depois abatidos, a nova arena foi erigida no leito de um lago que pertencera à absurdamente luxuriante "Domas Aurea", a casa dourada de Nero. Vespasiano construira numa escala tão grandiosa quanto a de Nero, mas fê-lo num gesto público e interesseiro, pois o povo estava pobre e faminto, e assim eles distraiam o povo, como os politicos fazem até hoje. O nome Coliseu vem do local que tinha uma estatua colossal de Nero, o doidão que colocou fogo em Roma.
Foi com Cláudio, que a celebre frase dos gladiadores apareceu: “Ave César. Nós que vamos morrer te saudamos.”...nos dias atuais seria, “olha Lula, Maluf, Clodovil e todos os demais politicos, nós que vamos pagar o pato te elegemos”.
Neste espaço colossal, chegaram mesmo a realizar-se batalhas navais, e quando li a repeito, fiquei assombrado, pois desviavam o curso do rio que passava perto e inundavam a arena em poucas horas.
Próximo do Coliseum, ficava a prisão onde Paulo esteve preso, e onde escreveu suas epistolas, que é a base verdadeira da Igreja, apesar do domínio católico achar que a base é Pedro e seus sucessores, mas sobre isso falarei mais adiante. Bom, a cela é o que diz na placa, pode ter sido por pouco tempo, pois Paulo teve uma casa alugada e nela gozava de certa liberdade para pregar, já que era cidadão romano. Mas entrar naquele lugar após ter perambulado pelo interior do coliseu me trouxe à lembrança palavras que não se esquece. Lembrei-me de Hebreus 11. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem. Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho. Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê.” Pela fé Noé obedeceu a Deus e construiu um grande barco, sendo que nunca havia chovido até então sobre a terra. Pela fé muitos morreram e muitos escaparam da morte, mas muitos não adoraram a César como Deus e pagaram com a vida e divertindo a muitos. Usaram os corpos de cristãos pregados em poste para iluminar a cidade e muitas outras atrocidades.
Na Itália, pude perceber o quanto minha mente ainda guardava, ainda que parco, importante conhecimento, que muitas vezes estavam interligados. Pensava, quando percorria o interior do Coliseu, o ruído que devia ocupar aquele lugar. Aonde era no inicio para jogos, com gladiadores e animais, foi mais tarde usado para acabar com os cristãos, ou seja, aquele lugar era para punir, dissuadir e divertir, já que as execuções em geral acontecem em meio aos jogos circenses, com os cristãos jogados às feras, expostos ao grande público. Penso que Paulo certamente ouvia o rugir das feras enquanto estraçalhavam os cristãos, e a turba delirando com o sangue, não sabendo que ali fortalecia a crença e a fé NO Sangue. Quando ele escreveu que muitos foram lançados as feras por defender O NOME, provavelmente ouviu de sua cela o ruído da morte e da loucura. Muitos pensaram que aquilo era uma onda, e que logo passaria, durante todo o curso da historia, pensavam que haveria um declínio e silencio por parte dos seguidores de Cristo, mas vemos que isso não foi verdade, e ainda que se tornasse corruptível e corrompível, pois é a religião grande forma de enriquecimento, a verdadeira Igreja, que se baseia no Sangue, na Fé do perdão e nas promessas do mundo vindouro, continua pequena e crente.
Até mesmo John Lennon disse isso e logo depois foi assassinado por um fã...”os Beatles são maiores que Jesus”....
É um monumental pedaço de História, sem dúvida, mas sua história não é simpatica e lá dentro me sentia feliz por contemplar, mas estranhamente incomodado. Não recorda nada de agradável para a Humanidade, mas que deve ser visto.
É claro que fui ao Vaticano, na igreja de São Pedro e na Capela Sistina, me senti pequeno diante de tanto esplendor e arrogância, de como ainda sustentam tanta aparência e soberba. Mas também, não pude deixar de admirar as belezas externas, as obras de arte, e são muitas, muitas mesmo, a arte ali preservada e exposta. A igreja Católica não pode dizer que “..nem ouro nem prata eu tenho...”como também não pode dizer, ”....o que tenho te dou, toma seu leito e anda...”. É um exagero, mas é a cara de Roma, onde tudo termina em pizza.

A Capela Sistina é uma capela situada no Palácio Apostólico, residência oficial do Papa na Cidade do Vaticano. Foi construída a partir de 1475 (o mesmo ano em que Michelangelo nasceu) e contém em si um espaço interessante: é uma única e ampla sala retangular, com as medidas que a Bíblia atribui ao templo da Salomão: 40,23 metros de comprimento e 13,41 metros de largura. Se em Roma todas as reputações ficam pequenas, isso vale mais ainda para a capela Sistina, onde a fama de Michelangelo obscureceu aquela dos outros que ali trabalharam. Nas paredes, então, há afrescos de artistas do porte de Botticelli, Ghirlandaio ou Luca Signorelli, mas poucos reparam nelas. Ao entrar, por uma pequena porta ao lado do altar, quase todos os visitantes levantam os olhos vorazes para a abóbada, até que, satisfeitos, encontram o "Juízo Final", e não foi diferente comigo, pois depois do Coliseu, era o que mais queria ver nesse passeio.
A titulo de informação, Michelangelo pintou primeiro a abóbada. Iniciou em 1508, tinha 33 anos e pouca vontade de executar o trabalho que lhe foi encomendado pelo papa Júlio 2º. Preferia trabalhar como escultor, queria enfrentar blocos de mármores, cinzéis e martelos, não cores e pincéis. Resistiu como pode-se resistir a um papa: desculpou-se, disse que aquela não era sua arte e até propôs o nome de Rafael, que também estava trabalhando nas dependências papais. Um biógrafo de Michelangelo, escreveu que foram os inimigos do artista que convenceram o papa a chamá-lo para fazer a abóbada e esperavam que ele fracassasse em pintar a imensa superfície de 680 metros quadrados, perdendo assim a estima do sumo pontífice. Mas Michelangelo afastou todos da Capela Sistina, colocou tapumes para que ninguém visse o que fazia e trabalhou sem interrupção, por quatro anos, com a cabeça reclinada para trás. Entregou a obra em outubro de 1512, data memorável para a história da pintura.
Na parte central do afresco, são representados episódios do Velho Testamento. Ao redor, os corpos de profetas, sibilas e outros personagens são comprimidos em um espaço exíguo, que parece inadequado. Michelangelo usava esse contraste para acentuar os movimentos e, parece, para expressar os esforços do homem para alcançar o divino. Mais de 20 anos depois da abóbada, outro papa, Paulo 3º, chamou Michelangelo para pintar a parede do altar. Ele tinha 60 anos e tentou resistir outra vez, mas sem sucesso, pois o Papa poderia papá-lo. Para que o "Juízo Final" fosse pintado, foi coberto um afresco anterior de Perugino, mestre de Rafael, e duas lunetas executadas pelo próprio Michelangelo. Ele trabalhou mais ou menos cinco anos. A obra foi apresentada em outubro de 1541.
Quase não há profundidade no afresco. Michelangelo eliminou praticamente todas as referências ao espaço para concentrar a potência visual e simbólica nos corpos, a maioria nus. Tudo parece acontecer no mesmo instante. É uma apoteose de corpos, num espaço sem existência. Sobrepostos, contorcidos, nenhum gesto é repetido. Saí desse lugar com um leve torcicolo, e pelo esfregar de pescoço e alongamentos feitos por muitos, é normal por ali.
A Fontana di Trevi é demais, mas não joguei a moeda, pois dizem que você volta, e Roma..., provavelmente não voltaria, se pudesse escolher, ...voltaria a Veneza, mas não a Roma. É imperdível, mas uma vez e foi muito bom. As pessoas não são simpáticas, muito pelo contrário, muita sujeira nas ruas, mendigos demais, e o transito...é de doer, não existe respeito a pedestres e nem fazem fila...é um país lindo, com pessoas lindas e chiques, mas com hábitos de pais pobre, talvez eu é que esteja “europetizado” demais. Estranho que dizem que os franceses é que são grossos, no tempo que estive lá, não me foram “ruspeteiros”. O alemão então, com uma língua e um sotaque que parece estarem sempre te xingando, são gentis e prestativos. Fui agora a tarde ao cinema, assisti Eragon, num cinema que passa original em inglês, que em alemão já seria demais. Já dei cada fora..disse que a cidade dos pais do Tim é muito grande, pois tem placas em vários lugares apontando para ela...a placa dizia “Ausfahrt”...eu achando que é o nome da cidade... e é “saída”. Fui comprar cerveja no mercado e cheguei com cerveja com suco de limão, parece cerveja com sprite...riram muito, voltei e comprei outras, riram mais ainda, pois trouxe cerveja sem álcool, ....disse que parei de beber....é muito doida a língua alemã. Falei pro Tim que em Frankfurt tem até o Banco do Volks...Volksbank...ele me diz que volks é povo, banco do povo....Ontem assisti ao filme “A lenda do cavaleiro sem cabeça” na tv,...só vi as gravuras, pois não se entende nada, mas me recordava dos diálogos e foi interessante.
De Roma, pude conhecer o Templo de Adriano, o Panteão, o Palantino - as ruínas da antiga Roma, os Arcos de Tito e de Constantino, o Foro Traiano, o imenso monumento a Vitória, Basílica de São Pedro, Museu do vaticano, Teatro d’opera, castel Sant’Angelo, pontes, Piazza del popolo, de espanha, argentina, republica, igrejas, capelas, becos e buracos, varias praças, shopings, Via Borguese, Via Crucis, Via láctea, Viaduto...
Bem...é isto, conheci bastante de Roma, foi muito bom e me sentia muito bem.
Tentarei melhorar a freqüência das postagens. O “correio andou arisco”..mas deve melhorar daqui em diante.
Um grande abraço a todos. Gostaria de agradecer a Regina pela Constancia no acompanhamento, bem como a Jujú, minha inseparável amiga que está sempre “por perto”. Um abraço ao Cristhian e gostei muito da mensagem. A minha filhinha querida, mando o beijo e o amor de sempre. Roger, Alcielito, Gerban, Cyntia, Patricia, Fátima, Ângela, Olga & Sons, Dandan, Márcia e minha familia...ainda enviarei meus votos de Feliz Natal, mas já vou adiantando um abraço. Aqui vai tudo bem, e muito frio!
Escrito por adriano januario braga em 22/12/2006
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FOTOS DE ROMA




Modesto o altar...


















Capela










Sepulcro de Pedro?
















Coliseum






Devo ter experimentado uns 10 sabores






Essa fila foi o maior mico..conto na proxima!


Fontana di Trevi










Nem me perguntem..nao sei qual é a da bandeira






Já mamando da Loba


Esse é baita...












Panteon




Roma antiga..quando o povo era educado






Templo do Adrius
Escrito por adriano januario braga em 22/12/2006
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11/12/2006

Minha despedida da Franca...

Olá Pessoal,
Então...deixei a França para trás, e de mala e cuia. Estaria sendo injusto e mal-agradecido se tivesse um sentimento diferente de muita gratidão àquele país, povo, lugares, etc. Foram experiências diferentes e em circunstancias e motivos diferentes, e o que deveria ser um estágio, ou seja, um motivo profissional passou a ser uma lição de vida. Pude passar momentos de esplendor e contemplação, admiração, felicidade, alívio e riqueza, mas também vivi nesses meses, muita agonia e tristeza, decepção e sentimento de injustiça, mas o saldo, será para o futuro, será para minha vida restante e o legado que poderei deixar um dia, nos contos e relatos desse tempo aos amigos quando voltar, para minha filha, para meus amigos que acompanham no blog, bem, esse saldo eu ainda não posso conhecer, mas estou certo que nada acontece ao acaso. Sei que colhi do que plantei, e nisso tem frutos doces e amargos, mas todos me alimentarão para seguir a vida. Parti com a Nina e suas enormes malas até a casa de sua irmã e cunhado, os mesmos que estavam na feira em Beaune. Foi incrivelmente estressante devido ao volume, quantidade e peso da bagagem. Optamos por ir de ônibus, pois era muito mais barato e sairíamos de Dijon, onde poderia ser melhor para levarmos as malas. O motorista xingou muito, mas nos levou. Frankfurt é uma cidade grande e linda, tem uma arquitetura moderna, com prédios maravilhosos e diferentes, tem um hotel que parece uma moeda entrando no cofre...é redondo e diferente, ainda mando uma foto. O apartamento deles é lindo, muito bem localizado, e estou muito a vontade no meio deles. O que não fica bem é as malas na sala, ta parecendo achados e perdidos de rodoviária. Mas é por pouco tempo. Fomos a feira de rua de Frankfurt, na parte histórica. Muito legal e diferente, a língua então, não dá para chutar...pedi um sanduíche, pois queria um pão com uma grande lingüiça, que vi uma pessoa comprando...apontei para a placa e me entregaram um pão com um pequena salsicha..não tinha nem como reclamar...estava muito frio e tomei vinho quente. No sábado, o Tim não trabalha e a Lili estava desfilando na Austria...entao nos levou a uma pequena cidade, Mainz, ao lado do rio Reno...mais tarde fomos assistir ao jogo do Frankfurt, time do Tim, em um bar australiano, o time dele perdeu de 6x1...o outro time dele é o galo...nem ficou triste..está duplamente acostumado....fomos a uma festa a noite, no apartamento de um colega do Tim da Sadia, e foi ótimo, todos brasileiros. Domingo fomos passear em um parque próximo a casa que estamos, muito grande e apesar do frio, com muitas pessoas correndo, caminhando ou passeando com seus bebês e cachorros, apesar que aqui não é como na França, ainda bem, a chance de chegar em casa com a bota sem cocô de cachorro é bem maior ...e a tarde, fomos para a casa dos pais do Tim, e sua terra natal, em Gross-Gerau, fica a 25 km ao sul de Frankfurt, uma linda cidade pequena, e a casa deles, parece de filme, fica ao lado de um riacho e grandes campos de lavoura. O pai está esquiando, e fomos recebidos pela Renate, a maravilhosa e fantástica mãe do Tim...ela é demais. Um amor de pessoa...de verdade. Comi muito e bem, torta de queijo...e depois fomos assistir uma orquestra na igreja dela, são Luteranos. Na volta, o jantar, batatas, salsichas e bacon picados e um delicioso molho de iogurte com 6 ou 7 ervas frescas picadas...delicia...comi sem-vergonha alguma...muito mesmo, para minha sorte, o Tim come e bebe mais do que eu. Foi muito bom tudo até aqui, mas amanhã parto para Roma, pois comprei uma passagem em promoção e volto dia 16...só espero que o papa não venha tirar sarro do meu cabelo..”cabelinho mal cortado heim meu filho?...”. Ao voltar, começa nova etapa, pois devo ir trabalhar em Madrid ou Lisboa...mas a Renate faz muita questão que passe o natal com eles, tenho até que cantar uma musica...é mole?....vamos ver. Não sei ao certo o que será quando voltar. Sei que o tempo está passando e tenho vivido, de muitas maneiras e de diferentes sentimentos..mas tenho vivido...um dia após o outro...e na Europa. Já foram Portugal, França, Itália, Suíça e agora Alemanha....tá bom né?...
Hoje liguei para meus pais, foi muito bom ouvi-los, duro é minha mãe ameaçando chorar...”volta logo meu filho”..coisas de mãe...tenho saudades disso, foi bom falar com meu pai e irmão. Falei também com minha irmã e peguei a receita de massa de empada, a dela é imbatível, estamos fazendo empada nesse momento, de frango e outras de champignons.
Depois mando melhores noticias....um abraço a todos.



Eu e o Tim tomando umas


Cerveja de trigo..


Eu e Tim no Reno






Na feira de natal de Frankfurt




Em frente a opera


Na casa da Renate


Parque no centro de Frankfurt


No rio Reno


Com o frio..vinho quente e melhor


Feira em Mainz


A orquestra


Depois da cerveja...tomar Unicum...e mole?
Escrito por adriano januario braga em 11/12/2006
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05/12/2006
Eu estava indo ao supermercado agora a noite, assim que a chuva deu uma trégua, não é chuva torrencial, mas fininha, como uma garoa, mas que as vezes fica o dia inteiro. A dispensa está em baixa, e como estava com saudade de comida chinesa, fui comprar cenoura, acelga, gemgibre, shoyo e uma coxa de peru, que fiz assada com molho de cidra e uma gostosa e quente sopa de acelga. No caminho para o mercado, enquanto escutava musica, percebi o quanto fico emotivo nesse clima. Sozinho, nos últimos dias inclusive, com sentimento de abandono, caminhando por ruas compridas, molhadas, sem nenhum outro pedestre para acompanhar, no frio, e escutando Nina Simone cantando Mr. Bojangles, bom...é inspirador, apesar da língua ficar comprimindo o céu de minha boca. Aliás, é uma das musicas que mais gosto. Tenho essa musica – Mr. Bojangles, cantada por Nitty Gritty, Sammy Davis Jr, Nina Simone, Jim Croce, John Denver- minha favorita, Jerry Jeff Walker...e as vezes as coloco para tocar seguidamente. Gosto muito, e recomendo baixa-las na internet, principalmente a versão original com John Denver ou Jerry Jeeff. Aproveitando a boa trilha sonora pude relembrar sobre esses últimos dias de viagens e aventuras. Horários desencontrados, lugares que deveria ter parado e continuei, lugares que deveria ser de passagem e por lá permaneci...bom, essa é minha vida e assim sou eu. Não tenho medo de ficar sozinho, dormindo em bancos de estações com o clima abaixo de zero, mas tenho medo de não ter para onde voltar, para que ou para quem voltar. Essa tem sido minha vida. Não fiquei temeroso por estar em lugares desconhecidos, onde até o dinheiro era diferente e eu não tinha nenhum, não me estressei por passar horas em trens, conferindo mapas, deduzindo a melhor maneira, o melhor caminho, esquecendo que a lógica geográfica não funciona nos alpes suíços, pois não se pula as montanhas, mas me estressei ao chegar em casa e ver que as coisas não correm bem como planejamos e desejamos, pois se já perdoei erros difíceis de serem perdoados, acabo por me colocar em situação contrária e reações contrarias, muitas pessoas já me trouxeram decepções, e de certa forma, tentava ver como menos grave e ia levando, mas se me vejo levando decepção, fico a mercê da expectativa de serem assim também, mas esqueço que as pessoas são mais fortes, decididas e firmes. Sou assim mesmo, titubeante e claudicante muitas vezes, mas sem medo de pedir desculpas, perdão. Digo que amo com facilidade,não por banalizar o amor, mas por saber que assim como eu, as pessoas devem gostar de saber ouvir que é amado, que alguém se preocupa. Amar, não apenas na forma de postais e poemas juvenis, amar como Fileo, Estorge, Eros...tudo a seu tempo e tudo misturado. Para quem não sabe, são as raízes da palavra amor em grego, ainda existe Ágape, mas esse amor o homem não conhece, pois pertence ao criador, envolve um tipo de sacrifício que não conhecemos, por isso o homem teme tanto recebê-lo ainda que seja de graça. Raul Seixas escreveu com Paulo Coelho (aliás, o maior mago do mundo por se passar pelo escritor) que “estão chamando as criaturas, que dessa água se fartam mesmo as escuras, ainda que seja de noite”, e no amor ágape é o inverso, pois está chamando as criaturas para beberem enquanto é dia, pois quando a noite cair sobre nossa vida, não haverá outra oportunidade, até porque, oportunidade é algo que não sabemos quando será a ultima. Sei o quanto sou impulsivo, e acabo por assustar, mas sei o que é entristecer alguém, e muitas vezes também me fizeram triste, e muito, já me traíram, e muito e muitas vezes, mas também já traí, já levei mágoa e também já as devolvi, já amei sem ser amado, já paguei o mal com o mal, e já recebi o mal e assim deixei, já dei pulos sozinho de tanta alegria, já gritei glórias e aleluias por um lugar, por uma lembrança, me encantei e me apaixonei por um piercing no dente, choro por ler bilhetes e ver fotos de minha filha, por ouvir uma musica, perdi quem temi perder, e ainda sabendo que seria melhor, muito sofri, as vezes achando que a natureza me cobrava algo em troca do respirar, mas me achando o mais feliz por ver coisas que não passavam de sonhos, fantasias e devaneios, contemplar lugares que me fazem gargalhar sozinho, e me perder e sentir o frio subindo da cueca e atravessando a espinha até deixar os pelos da nuca em pé, e ainda assim, saber que tudo ficará bem, ser complexo...mas por ser assim também fiz preciosas amizades, poucas, mas que acompanham na velhice. O Sérgio Schieber, meu amigo, me disse uma vez que comigo ou gosta muito ou detesta...escuto Nina Simone e traduzo que sou intenso...e nem passei pelo Galba Veloso...espero ter juízo e segurar a tecla delete no final...mas são meia-noite e meia e está bom para conversar, o papo parece estranho, mas vocês não tem como reclamar, não ainda.
Um abraço

Escrito por adriano januario braga em 05/12/2006
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04/12/2006
Olá pessoal, estou de volta!
E COM MUITA NOVIDADE!

Quando fui a Dijon, comprei uma passagem de ônibus para Milão, que durava toda a noite, e assim fui, com alguns desconfortos, já que o ônibus não estava cheio, mas as pessoas ocupam 2 lugares e dormem. Assentei-me no ultimo banco, que fica de frente ao corredor, onde estavam 2 moças dormindo. Pedi licença e me acomodei. Depois de algum tempo, estava espremido, pois elas ocupavam 2 assentos de cada lado, e para minha surpresa, eram 2 paulistas, onde rendeu muito assunto quando enfim despertaram. Elas eram folgadas mas legais. Chegamos na fronteira e houve um problema com um passageiro, que ficou detido, causando 1 hora de atraso. Chego a Milão. A cidade parece Belo Horizonte sem o subúrbio...muito feia para passear, então comprei outra passagem e parti para VENEZA, e não é o bairro Veneza. Pessoal, é demais. Só seria melhor se estivesse acompanhado. Tudo muito antigo, os becos, os canais, as cores, as pessoas...encontrei muitos brasileiros. 2 moças me pediram em inglês para as fotografar em uma ponte, quando descobrem que sou brasileiro, foi muita conversa, pois eram simpáticas e estavam viajando pela Europa juntas, assim como as 2 paulistas do ônibus. Convidou-me para ficar no mesmo hotel, mas preferi procurar o albergue. Depois de rodar bastante, peguei o vaporeto, que é o ônibus-barco de lá, cheguei e para minha surpresa, o lugar era muito legal. Cheguei junto com outro mochileiro, alto e barbado, e descubro que é outro paulista, o Diogo, sujeito muito legal. Saímos juntos mais tarde, pois não estava inclinado a aceitar o convite das paulistas para sairmos, e compramos vinho e conversamos por bom tempo em um banco avistando Veneza, e estávamos de frente a praça São Marcos, da outra margem. Conversamos tanto que quase ficamos trancados de fora, pois fechava meia-noite, e olha que saímos às 19hs. No albergue havia ainda uma outra paulista, Cyntia, de 25 anos viajando sozinha. Muito legal ela também e ficou conversando com a gente. No outro dia, ando bastante e após outrovaporeto, chego a Lugano, onde fazem obras em vidros. Dá para ficar um dia inteiro contemplando o que fazem...muito lindo, de tudo. Depois de dois dias em Veneza, parto para Firenze, Florença, passando ainda por Bréscia, cidade grande a beira de uma alta montanha, e curioso, a cidade é de edifícios baixos, mas no centro, uma alta e solitária torre, um edifício de vidros escuros, como a Montparnasse em Paris. Como estava de ônibus, fiz um verdadeiro tour, passando por Padova, Bologna, Módena, Parma e enfim, Firenze. A cidade é maravilhosa, imperdível na Itália. O tempo estava lindo, e fui para a Igreja de OrsanMichelle e Opificio...a torre é demais, e tinha que subir, e quando no topo, pude contemplar o por-do-sol, que foi maravilhoso. Cheguei suando de tantos degraus para subir, sem fôlego e com as pernas doendo, mas ao ver a cidade de cima, pude escancarar um sorriso de satisfação de estar vendo aquele lugar e naquele momento. Fui mais tarde ao museo de´llOpera del Duomo onde está a Pietá, de miquelangelo e Maria Madalena, de Donatello...muitas obras incríveis e que nem imaginava poder um dia ver o original em minha frente. Quando fiz Belas Artes na Guignard, vi em livros e achava que seria apenas nos mesmos que poderia admirar as obras desses artistas que enriqueceram a humanidade com seu talento. Quando resolvo partir para o Albergue, pego o ônibus em direção contraria e faço, sem querer, um tour pela cidade. O Albergue fica no meio de um bosque lindo e imenso, e tinha que andar muito pelo bosque para se chegar ao edifício, e na minha frente, na trilha, quem estava caminhando rumo ao albergue...a Cyntia, que estava em Veneza. Fomos juntos mais tarde ao supermercado, onde comprei um vinho italiano e voltamos para jantar no Albergue, mas já haviam encerrado. Tomamos o vinho e conversamos bastante, muito legal ela, e muito madura e segura. Fomos comer pizza no restaurante que tinha nas proximidades, e estava lotado, ficamos na fila de espera, mas valeu a pena. Aqui se coloca pouca muzzarela, mas são sensacionais. A minha tinha alcachofra e cogumelos. Voltamos, e após um banho, fui para meu quarto, onde havia um rapaz dormindo. Eu desmaiei de cansaço. No outro dia, parto para andar pela cidade e fui à Galeria da Academia, onde vi então a escultura de Davi, de Michelagelo, bem como muitas outras esculturas, quadros e manuscritos. Fico sabendo que este é um dos mais importantes museus da Europa. Havia uma parte sobre o pensamento de Da Vince, com anotações, maquetes de suas invenções e muitos quadros inacabados, muitas obras...incrivel, Donatello, Raffaelo, Caravaggio, Rubens, Rembrandt, Goya, Botticelli...foi um inflar de cultura artística e histórica nesta cidade. Fui ainda ao Museo Hebraico e Sinagoga, que não dá para acreditar que tudo aquilo foi pintado a mão, toda a cúpula, nave, corredores, como papel de parede...demais, e ainda tive de usar o gorrinho deles para entrar. No museu, havia a maquete do Gueto que foi construído em Florença, com muitas fotos e objetos, e ainda os instrumentais e vestes dos rabinos. Fui a ponte Vecchio, ao Mercato Centrale, ao Forte Belvedere, varias Piazzas...nas ruas, muitas obras de arte, nas vitrines e andando pelas ruas também... O povo é muito bonito, com lambretas para tudo que é canto. Vou para a estação, e por um mapa que arranquei de uma revista de bordo no ônibus, compro uma passagem para a divisa com a Suissa, e chego então a Mesocco...não dá para descrecer a maravilha que é, uma cidade a beira de um grande lago, cercada de montanhas. De lá, compro outra passagem para Lugano, pois meu destino era Davos, e tinha que chegar naquele dia ainda. Em Lugano, descubro que não havia como ir de trem para lá, teria que ir a Zurick e de lá para Davos, que fica no leste, ou indo pelas cidades revezando entre ônibus e trens, e somente na manhã seguinte. Apesar de chateado, peguei o mapa e perguntei qual a cidade próxima com trens disponíveis ainda naquele dia, e vou para Bellinzona. Teria que dormir lá. Quando chego no hotelzinho que fica na frente da estação, descubro que eram 100 euros por uma noite. Sem chance...fui andar, pois eram ainda 22 horas. Então me deparo com um imenso castelo no meio da cidade, todo iluminado, com uma muralha iluminada que subia pela montanha...linda, e vejo então mais dois outros castelos, e não acreditava na beleza do lugar. Estava muito frio, mas andei até meia-noite, voltei para a estação e me aninhei no banco de uma proteção, um aquário onde as pessoas aguardam o trem no inverno, e descansei, pois não dormi nada. Os trens de carga passavam de 10 em 10 minutos e parecia que estava em cima de mim tal o barulho. Eu estava bem agasalhado, e ainda assim, começo a bater o queixo. Estava -9 graus. Mas passei legal a noite, estava maravilhado demais. As 06:30 pego um ônibus para Chuz, e a viagem foi pra lá de maravilhosa. As estradas acompanhavam riachos em meio a florestas de pinheiros, despenhadeiros, e então, avisto os Alpes...e o sol ia nascendo e iluminando os topos, dando cores lindas, cobertos de neve e pinheiros...ficava extasiado com a paisagem...estava assentado na primeira cadeira, de frente para a estrada, olhando para tudo e todos os lugares, as casas não tinham cercas, as vilas são pequenas e próximas, o ônibus entrava em todas, e subiam e desciam poucas pessoas, crianças indo para a escola sozinhas, em outra vila...muito legal estar vivendo aquele instante...
Depois de uns dias na França, eu liguei para minha mãe, que me disse que meu pai não estava bem de saúde. Quando saí, o deixei tomando conta do Bar Amarelinho do Prado
Para mim. Temi que tivesse deixado uma carga pesada demais para ele, que sofreu um principio de derrame, e cheguei a cogitar minha volta, pois é meu negócio e meu ganha pão, e tenho responsabilidades com despesas, funcionários, pensão...esperei 15 dias, continuando a trabalhar, quando avisei que sairia do estágio, assim estavam preparados....e graças a Deus eu permaneci aqui. Meu pai melhorou e se adaptou a rotina de obrigações do bar, que está levando com muita competência por sinal, e parece que o bar vai muito bem....e então, pude ver tudo isso antes de morrer. Ainda falta Atenas, as Pirâmides, Jerusalém, Praga, Marrocos e Fernando de Noronha, mas fica pra mais tarde
....de lá um trem para Alsfarth, e ia sempre no ultimo vagão, e olhar aquele trem vermelho cortando aquelas paisagens, curvando a minha frente. Em dado momento, ele entra em um túnel de uns 7 km, quando sai, avisto uma ponte enorme e outro túnel, gente, estávamos passando de uma montanha para outra a uma altura indescritível...quase tive um orgasmo...peguei a maquina, mas ainda não sabia que podia descer o vidro, e a foto ficou ruim, mas registrei no meu coração aquela cena...de lá para Chur e finalmente outro para Davos Platz.
Então começa um certa tensão, pois na Itália, tentei ligar varias vezes para o Urban, o meu amigo que tem casa em Davos. Ele é professor de esqui durante o dia e crupiê no cassino à noite. Pessoa fantástica. Comprei um cartão de telefone e liguei diversas vezes para sua casa e seu celular, e nada. Estava longe de Zurick, em um lugar caríssimo, mas a beleza do lugar era tanta, que coloquei minha mochila na estação e fui passear. As pessoas na rua com vestes e equipamentos de esqui por todos os lados...corteses e bonitos. Peguei ônibus, não se pagava, bem, descobri mais tarde que os turistas pagam ao hotel incluído trens e ônibus para os teleféricos bem como o passe para a subida. Andei o dia todo, e como a bateria da maquina fotográfica estava acabando, entrei no Mac Donald´s e enquanto comia um sanduíche, coloquei a bateria para carregar em um ponto próximo da mesa. Ao sair, tento ligar mais uma vez, e depois de tocar bastante, ele atende. Que alivio! Marcamos para uma hora e meia depois e ainda pude andar bastane... nos encontramos e fomos para sua casa, que fica próximo da estação e do shopping, com uma vista para as montanhas que parece postal. Fizemos um lanche e conversamos bastante. É uma pessoa especial. Ligou para a esposa e filhos para dizer que eu cheguei de surpresa. Falei com eles ao telefone e vi o que faz um homem feliz...uma família que se ama, e com certeza. Tive uma bigorna de inveja nessa hora. É muito bom poder dizer que ama alguém e receber a mesma como resposta, e ele não economizava eu te amo com toda a família. Ele tinha que visitar alguns clientes, tem um projeto em BH para pedalar o circuito da estrada real em 10 dias, e tentava vender a idéia. Chamou-me para irmos a danceteria depois das 21hs, onde estariam umas professoras de esqui e muita gente bacana...mas não animei. Fiquei assistindo Waterworld, acho que é isso, um péssimo filme do Kevin Costner, falado em alemão e então fui dormir. Nem vi a hora que ele chegou, estava desmaiado de cansaço. Acordamos cedo e fui para a estação de esqui, subindo até o topo e aluguei o equipamento. Como estava sozinho, foi muito engraçado no inicio, mas depois consegui deslizar um pouco, mas havia uma descida enorme ao meu lado e por pouco não desço de ré...me lembrei desses filmes do Chaplim. Ficava de um lado para o outro, mas foi muito boa minha primeira experiência de esquiar. Ficava observando a maneira como paravam e viravam e então pude ficar quase 3 horas brincando e caindo.
Depois fui para a casa do Urban, que já estava fazendo um delicioso almoço – Rosti com salsichas Suíças. Comi e fui para a estação, viver novas aventuras...e que aventuras foi minha volta. Peguei o trem para Zurick, cronometrando com o horário de Zurick a Dijon e então para Beaune...tinha que ter descido em Landschaft e trocar de trem para Zurick, mas meu Suissês tava osso, não entendi e passei direto, indo parar em Arosa..ao chegar e ver que o trem desligou a maquina, exclamei alto e em bom tom:”Hô,hô....”
Corro para a central e confiro os horarios de partida, havia um outro trem indo para Zurick saindo em 20 minutos, e passando pela cidade que eu deveria ter descido. Tudo bem, comprei um chocolate quente e embarquei. Cheguei a Zurick e sairia um trem para Dijon em 1 hora e meia, onde deu para passear um pouco, e ver o quanto Zurick é irritantemente linda. O povo então...Como já eram quase 5 da tarde, estava noite e mal deu para fotografar. Quando vou embarcar, o funcionario me diz que nesse trem, so embarca com reserva marcada. Nao acreditei..cheguei a gelar, pois o proximo so 22hs e chegava meia-noite e tantas...Fiquei olhando para o senhor, so olhando, nao disse nehuma palavra, e quando mordi o labio esquerdo, com a mochila me puxando pra tras, ele me disse para subir, daria uma força. Agradeci, e com convicção, e me assentei em um lugar que nao tinha a plaqueta de reservado. O vagao atra era exclusivo para um grupo, era um trem para grupos de turistas que vão para Paris. Cheguei em Dijon eram 21:40...corri para saber o próximo trem para Beaune...não tinha, só 6:48 da manhã seguinte. Não sabia se ria ou se chorava. Antes tivesse chegado meia-noite, assim nao teria a expectativa e frustração, que foi grande, pois estava muito cansado e com fome. Corri para a estação de ônibus e também não havia mais. Sabia que um quarto ao lado da gare custava 53 euros, mas provavelmente iria ficar na gare até de manhã, pois ela é movimentada e fica aberta a noite inteira. Ao passar em frente a um bar, na lixeira tinha uma caixa de papelão, a cortei com as mãos, fazendo uma placa e peguei na mochila uma caneta dessas de retroprojetor que sempre carrego, e escrevi bem grande – BEAUNE. Fui para o lado da gare, na pista onde é a saída para Beaune e fiquei com a placa levantada, com os dedos em riste, e certo desespero por ninguém parar. Eram 22:15 e fiquei até 22:55. Olhei para o relógio e disse que em 5 minutos dava uma bicuda na placa e ia descansar na estação até de manhã. Nisto, um carro branco e velho diminui a marcha e encosta. Um jovem abriu a porta e disse que ia para Nuits-San-George e passaria por Beaune. Joguei a mochila no banco de trás e disse uns 30 merci beaucoup. Fiquei tão entusiasmado com minha felicidade que tagarelei o tempo todo, o cara ria bastante de minhas aventuras, ou do modo como eu tentava dizer a ele. Deixou-me perto de casa, ao lado do cinema, e eram quase meia-noite. Então...cheguei. O restante prefiro deixar para outra hora. Fiz um relato fidedigno, mas o melhor, as entrelinhas, irei tecendo conforme a oportunidade.
Estava sentindo falta de escrever para vocês, e espero que tenham e-mails e recados. Um abraço e obrigado pela companhia.
Um abraço especial para todos voces que tem me acompanhado bem de perto, com carinho, mensagens, emails, preocupação, interesse e participação.

“Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei...”
Escrito por adriano januario braga em 04/12/2006
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EM VENEZA


Eu em Veneza...arrasando geral;-)
















Praca de sao marcos












Em Lugano, babando com as obras em vidros

FIRENZE...ou melhor, FLORENCA



Davi





A Pieta..e eu, a obra de arte viva e radiante


A mesquita e museu


Delicia de pizza




A vista de cima, mas suei pra chegar



PARTINDO PARA SUISSE

Bellinzona




Essa e Davos Platz








Eu e o Urban







PARTINDO PARA ZURICK




UMA MINI AURORA BOREAL...demais




Montblanc nao e so a caneta, e a montanha






essa foi demais, pena que a foto nao ficou boa






ficava no ultimo vagao, revesando as janela e atras


O grande Urban, ligando para a Super Neide





ZURICK





TENTANDO CHEGAR EM CASA...trés fatiguée


e consegui...

TEM MUITAS FOTOS AINDA? COM O TEMPO VOU POSTANDO
Escrito por adriano januario braga em 04/12/2006
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27/11/2006


Essa arvore ...

A igreja e bonita, mas o ceu...maravilha de cores!


Olá pessoal,

Olhando pela janela nesse momento, avisto neblina, muita neblina. De qualquer maneira, vou até a gare comprar uma passagem para algum lugar diferente e depois aviso para onde vou.
Ontem fui olhar preço de malas, pois estou com algumas lembranças para levar, como vinhos, escargots, foie-gras, mostardas de Dijon, raclete, chocolates, bichinhos de pelúcia pra Kel, Telescópio... Comprei um telescópio em uma liquidação, e o montei para ver a neblina mais de perto... Pois estrelas, só no cinema mesmo. Sempre quis ter um. Lembro-me que uma vez na Serra da Piedade, no sábado que abre ao publico, empacotado pelo frio, enfrentei uma fila quilométrica para ver as crateras da lua, e com outro fungando no meu pescoço esperando sua vez, disse que ainda voltaria com um só pra mim, para ver com calma os detalhes lunáticos... Coisas de um lunático.
Eu tive um sitio em Igarapé, e me lembro que a cisterna desmoronou um pedaço, e eu desci para ajudar a limpar. Curiosamente, ao chegar ao fundo, e olhar para cima, pude ver as estrelas, e durante o dia. Achei aquilo fantástico. Mas ao sair, me senti muito melhor e aliviado, maravilhado com a amplidão à minha volta. Estreitar a vida, a visão, não faz bem algum, aliás, é depressão. Bom..., só vendo de telescópio mesmo, pois se pode abrir o outro olho a qualquer momento e ver que nosso universo não se limita àquele enquadramento.
Ao voltar, passei ao lado do parque, e as folhas caem na calçada fazendo um tapete macio, pardo e barulhento, e fui chutando aquelas folhas, indiferente a normalidade, pois o farfalhar era muito gostoso. As folhas secas, castanhas e de todos os tamanhos, estão cobrindo tudo por aqui. A arvore que fotografei, vermelha e majestosa à beira do lago, hoje está quase sem folhas. A paisagem está mudando rapidamente, e isso também é muito bom de registrar, e lembrar que mudança acontece todos os dias, a todo o tempo. Hoje já não sou o mesmo de ontem. Espero que hoje esteja com mais sabedoria que ontem, com mais conhecimento, com mais registros da alma acrescentados à minha lembrança. Espero não estar mais um dia frustrado por não ter feito algo, espero não estar mais adicionado de melancolia improdutiva. Às vezes, ando pelas ruas, principalmente à noite em total frio, penumbra, névoa e silencio, e o deixo, é uma boa réplica, como se ele me observasse e me analisasse para em momento oportuno me dizer que estou só contemplando minha própria vida, muitas vezes, do que a vivendo, ...Mas ontem me peguei debatendo comigo mesmo a respeito de alguns assuntos, como se existisse em mim duas pessoas em acirrada barganha por razão. Lembro-me do Smiagol, do Hobbit e Senhor dos anéis. Acho que todos são assim, mas não tenho certeza, na verdade. Se me torno um pouco insano aos meus próprios julgamentos, estou certo que é em uma escala aceitável para me poupar do Galba Veloso. Então me peguei apertando fortemente minha língua ao céu da boca. Como para evitar ou provocar, verdade que não sei, uma sensação de melancolia. Estava olhando a minha volta e não havia ninguém. O parque estava vazio, o frio, as folhas e sua textura e som sob e envolvendo meus pés, o total descompromisso com o tempo, ao menos naquele instante, me mostravam que a alegria e a melancolia estão sempre disponíveis, mas que a melancolia me vestia melhor em algumas paisagens.
Cobrava-me por manter as portas e janelas de minha vida, fechadas, e demorando a reagir. Quantos dias fazem que planejei viajar, conhecer outros lugares, buscar novas oportunidades e não o fiz. Mas sei que isso é resultado do excesso de sonhos e desejos que tenho vivido fora de casa, nesses instantes a sós, e espero que esse debate interno acabe com um abraço e um brinde interior por não chegarem a lugar algum, pois não há ainda aonde chegar, mas ir vivendo.
Ontem à noite fui ao cinema, queria assistir a “Les Fragments D’Atonin”, filme sobre alguns traumas da guerra em 1919 registrados por uma professora, mas não haveria a seção, então assisti a “007-Cassino Royale”. O bom é que até se fosse em grego ou tailandês eu entenderia o enredo, mas a ação é ótima, e gosto de filmes ruins também, é melhor que não assistir. Ao voltar, como sempre, com fome, fiz uma sopa aproveitando uma sobra de couzcous e champignons, canjiquinha e um pedaço de chouriço...ficou muito bom. Penso em fazer um tira gosto com essas bases. E por falar em tira-gosto, se tem algo que gostaria de mudar em minha vida, é de profissão. Não gosto mais de ser dono de bar, ainda que me proporcione liberdade e um certo e parco rendimento. Espero me redirecionar quando voltar, talvez abrindo uma pequena escola de culinária ou de sapateado...sei lá. Gostaria de fazer vestibular para psicologia...talvez eu aprenda a me conhecer melhor, isso se viver até, digamos, aos 140 anos... e no mais, tenho feito um longo treinamento com meu biruta interno, talvez possa ser útil e ajudar alguém um dia...brincadeiras a parte, sempre quis fazer psicologia...ou vire mesmo é cabeleireiro, “Dridri Coiffeur”, ficaria bem escrito na lápide.

No breve instante que consegui entrar na internet, olhei o jornal Estado de Minas, e é triste ver como somos direcionados como gado pelos governantes, televisão com suas novelas guru, que ditam costumes, modas e princípios, sempre ruins.
Temos 25% da água potável do planeta e pagamos o dobro que pagam os americanos e europeus, o mesmo com eletricidade e telefonia, e temos energia hidroelétrica de sobra.
Pagamos o dobro por automóveis, e gasolina, e isto com o Brasil produzindo 75% de seu petróleo, e nossa gasolina ainda é misturada pois temos que engordar as contas em paraísos fiscais de usineiros que colocaram os que votam as leis e portarias no lugar que estão. Nos E.U.A, eles pagam 6% de imposto total, aqui, só de ICMS pagamos 18%, segundo uma mensagem que li, o brasileiro trabalha 4 meses sem receber, para pagar impostos e taxas, e nosso imposto é deduzido antes de termos a renda e nem certeza de a recebermos. Nosso ensino público é um lixo e os livros caros, pois existe uma nata exploradora que ajuda a bancar os votos de ladrões e corruptos. Pagamos um absurdo por seguro, pois não temos proteção, o IPVA de qualquer automóvel nos EUA é de 15US$...e lá tem estradas sem buracos...igual a rodovia do boi, indo para a Bahia, uma belezura de estrada. Li uma mensagem de uma brasileira que mora na Holanda, onde ela acha um absurdo o brasileiro reclamar, pois temos sol, futebol e carnaval...dá vontade de dar uma bifa numa imbecil como essa. Lembrei-me dessa mensagem, uma carta de um americano endereçada ao Alexandre Garcia, da globo, (tentarei repassá-la) onde nos mostra que somos uns bananas, e provavelmente isso não irá mudar até que venha o anticristo. Ao saber que o filho do Lula já é uma potencia econômica, dá vontade de não voltar. E ainda tem nossos politicos, Maluf..., Domingão do Faustão, Gugú, axé music, Tati quebra barraco, dupla sertaneja, novelas da globo (a educação sentimental do povo), big brother... é preconceito e assumo.
Reparei que aqui não se ouve sirenes, não se ouve falar de crimes. Deve ter, mas não está estampado todo o tempo como na minha terra. Vi sobre mais uma pilantragem milionária de políticos de Minas com o nosso dinheiro, o dinheiro do povo, e como os demais, não devolverá o dinheiro e nem esquentará cadeia. As riquezas do nosso país vão para poucas e exploradoras mãos, os sucessores de Portugal, os políticos.
Brasil... Fraude explica!
No mais...

“Eu quero morrer em paz, durante o sono, como meu avô, e não gritando aterrorizado, como seus passageiros.”

Um abraço a todos...perdoem a divagação...quando menino quis ser filósofo amador....e caso tenha esquecido de dizer, gosto de ler mensagens e e-mails...

Não e porque almoço e janto sozinho que vou descuidar do meu gosto...

Confit de canard com passas marinadas na cerveja



Reflexoes de uma canjiquinha...dava nome pra tira-gosto do comidadibuteco. Canjiquinha com chouriço...ficou muito muito gostoso.

Salada de batata com mostarda cassis e Haddock
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Coq au Vin






Escrito por adriano januario braga em 27/11/2006
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21/11/2006
Olá Pesoal,
Hoje é terça-feira e continuo aguardando a chuva dar uma trégua, mas enquanto isto não acontece, tenho aproveitado para fazer muitas coisas, e uma delas é cozinhar. Hoje o almoço foi Confit de Canard ao molho de oliva acompanhando um Spaghetti a carbonara, ou seja, hoje o rango foi franco-italiano. Fiz um dia desses Couscuz marroquino e ficou delicioso, pois o hidratei com caldo de frango e resto de sopa, enchi de passas e acompanhou um frango feito com cidra. Fiz risotos, sopas de champignons, Coq ao vin ontem no jantar, racletes com queijos e especiarias mexicanas, chucrutes, lentilhas com chouriço, que aqui na França é meio adocicado, uma delicia, diferente dos nossos, com cheiro de chiqueiro e gosto de sangue, sopas orientais com pasta de pimenta...Bom, na verdade, tenho aproveitado para cozinhar, pois tanto a cozinha quanto a despensa estão bem abastecidos, e como não está dando para sair devido a chuva, vou praticando. Estava pensando sobre isto enquanto fazia a mis-en-place do almoço, se tem algo que se deve obrigatoriamente aprender com os franceses, é a organização na cozinha. Hoje tenho a vasilha que vieram os tomates para fazer de lixeira de bancada, assim, a tabua fica exclusivamente para cortar e picar, a faca, colher e garfo, posicionados no mesmo lugar. Antes de colocar as coisas na panela ou frigideira, conferir que já está tudo cortado e porcionado...e então fica mais fácil. Em La Rochelle, eu ficava limpando os peixes e o Chef ia tirando os filés, depois eu ia cozinhar as lagostas no forno alto clave, 3 minutos, as abria, quebrava e etc. ao terminar, o chefe virava de costas e ia para seu escritório até começar a soltar os pedidos. Deixava sempre, 4 facas, uma tesoura e uma pinça na bancada. Eu acabava de embalar as carnes, lavava a bancada e em seguida lavava as facas do chef, e sabia o lugar exato que elas deviam ficar, pois eles são sistemáticos nisso, nada de procurar, pois tem que estar ali. Ninguém mexe na bancada ou material de ninguém. No inicio foi difícil para mim, pois estava cheio de maus hábitos da escola, onde não se cobra tanto nessa área, mas aqui é diferente. Se alguém me via descascando algo em cima da bancada, me mandavam pegar uma bol, se eu deixava minha faca em alguma bancada, eles jogavam para dentro da gaveta que ficam as facas velhas e quebradas...até eu aprender. Hoje, sozinho na cozinha, posso ver o quanto isso foi útil para mim. Uma coisa não se deve copiar dos franceses, que é ser totalmente inclusivo em sua comida. Não sabem de cozinha chinesa, tailandesa, grega, espanhola, belga, peruana, ou seja, o mundo tem a sua comida, as nações se diferenciam também pela sua gastronomia, e são todas ricas. Fiz um coelho a moda belga com cerveja, champignons e açúcar mascavo, onde tive de adaptar, e meu companheiro de quarto adorou, pois só conhecia a caçadora. Nisso a escola pode em muito nos ensinar e melhorar, além da facilidade de pesquisa e acesso a livros e condimentos. Havendo interesse a aptidão, se aprende para sempre. Tem que gostar. Me lembro da professora de cozinha francesa, aliás, ela é inesquecível, pois ela é uma escola ambulante. Se aprende com sua disponibilidade, humor, mau-humor, casos e causos, ótima pessoa,ela como a Aldair, a Fátima...puxa, era bom ver pessoas fazendo comida porque gostam de comer. No Senac, me lembro bem, os professores eram aplicados e sérios, mas mal comiam do que se fazia, não mostravam muita paixão pela matéria ensinada, eram professores, assim como os livros e sites de gastronomia. Aqui na cozinha o cozinheiro come mal, pois é profissional, executa pratos lindos e bem montados, molhos complicados, mas comem batata frita com frango e um molho horroroso quase todos os dias...é estranho...a paixão tem que ser pela profissão e também por ter escolhido tal profissão, pelo motivo.
Neste final de semana, houve a Festa dos grades Vinhos da Borgonha..gente, aqui tava lotado. Gente da Europa inteira, e japoneses é claro....leilões de 4 garrafas vi sair a 15 mil euros...feiras em todas as ruas, espetáculos musicais...muito legal. Fui à Grande festa, se pagava 24 euros para entrar, mas me deram um desconto e saiu por 21...num grande centro de convenções...gente, foi fantástico...vinhos grand crus, premier crus, de caves das mais famosas da Borgonha...tomar Romannés, Macons, Beajoulets, Bergerac, Nuits...vinhos que já vi em supermercados a 87 euros a garrafa e ali para serem degustados, e não se vendia, era tudo para degustar. Foi muito bom participar disso, foi inesquecível. Tomei vinhos que provavelmente lembrarei por muito tempo a sensação que causou, da lembrança de cafés, frutas, baunilhas, madeiras...tinham uns bem ruins também, que lembravam gaveta de vó...mas tudo bem...
Bom, é isso...se der amanha continuo...
Um abraço a todos e obrigado pela companhia, recados e e-mails...

Como em breve nao restara folha sobre folha, resolvi guardar essas cores...











Voce sabe o que é caviar?....


Dança tipica e feira na rua





Escrito por adriano januario braga em 21/11/2006
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17/11/2006
Olá Pessoal,
Infelizmente ainda não parti para a Suíça, pois começou a chover novamente. Estou indo para Davos, nos alpes, na divisa com a Itália. Lá estava com 5cm de neve, mas a chuva já lavou, portanto, vou conferindo a meteorologia. Aqui vai indo tudo bem, hoje vou conferir o cardápio de um grande restaurante aqui, e pedir para assistir o trabalho da cozinha. O frio deu uma maneirada, está em torno de 6 graus agora. O chato é a chuva. Ontem a noite, após o jantar, resolvi dar uma caminhada até o centro, pois havia comido demais. Aliás, tenho cozinhado muito todos os dias. Tenho feito sopas, cremes, batatas, molhos, couscuz marroquino, peixes, camarões, risotos, Coq au Vin, etc. A cozinha ta bem abastecida, e adoro ir ao supermercado conferir as ofertas. Tenho um fogão elétrico de 2 bocas, frigideira, panelas, vasilhas e talheres, cafeteira e o forno que achei, novinho, abandonado ao lado do baú para doação. Assim, tenho praticado com tempo e atenção. No centro, ao passar em frente ao cinema, a moça do caixa me cumprimentou e disse que eu estava sumido, e se fosse assistir ao novo filme, já havia começado a 20 minutos. Disse que voltaria amanhã, e então ela me convidou para assistir ao filme, sem pagar, assim, depois assistiria a outro. Achei muito simpático da parte dela, e o filme foi muito bom,”Le concile de Pierre”, com Mônica Bellucci et Catherine Deneuve, duas maravilhas do cinema. Sempre que posso entrar na internet, entro no site de Estado de Minas e vejo o que passa nos cinemas de BH...não tenho perdido muita coisa...mas na França, assisti alguns bons filmes que talvez não passem no circuito comercial. Das 6 salas daqui, só passa um filme americano.
Relatei anteriormente sobre minha volta a BESANÇON e esqueci de colocar as fotos. Não são muitas e não ficaram muito boas devido a neblina, mas colocarei. Voltei a escola de vinhos, é um lugar muito bom de se ir, e hoje a tarde devo voltar, pois estou tentando encontrar um aluno brasileiro de lá para assistir umas aulas em sua sala. Quando fui, estava muito frio, -2 graus. Comprei uma garrafa de vinho e voltei pelo caminho dos vinhedos e me assentei em um banco que fica em uma encruzilhada, observando os vinhedos mais valorizados de Beaune, onde fazem os “Premier Crus”, ou seja, o melhor de todos os vinhos. Abri a garrafa, pois na mochila ando com uma taça de degustação e saca-rolhas. Acompanhando um Roquefort, pude assistir o crepúsculo e a saída da lua cheia. Nunca me cansarei de assistir e de me encantar com os luzeiros que Deus nos deu para iluminar, e espetáculos que não se paga. Me lembro de minhas maluquices, de sair ainda noite de casa e ir para a Serra da Piedade assistir ao nascer do sol, ir trabalhar, e voltar a tardinha para assistir a lua cheia nascendo. Tenho muitas e muitas fotos de registro. Alias, sempre ia um dia antes da lua cheia, é quando ela sai mais linda, ainda com os tons do dia. Da varanda de meu quarto, tenho vista para a Serra da Piedade e sempre assisto a esse espetáculo. Mas assistir aqui, com muito frio, tomando vinho, assentado no meio de vinhedos, sozinho e sem ninguém, foi um bom programa.

Salut..


Lua cheia...


As vinhas estao sem folhas

Em breve estarei retornando para casa, e estou certo que terei muitas boas lembranças e registros desse tempo que estive fora. Sou ávido por conhecimento, por beleza e novidade de vida. Estou sempre ouvindo um pouco das musicas que gravei no micro, e quando saio, as vezes desligo o aparelho e fico escutando o quase nada. Ainda que esteja as vezes com pouca alegria..pas de problème... “Quando a vida não encontra um cantor para cantar seu coração, produz um filósofo para falar na sua mente”, acho que foi Kallil Gibran quem o disse... e os problemas e adversidades que passam em minha vida, as vezes de passagem, as vezes fazendo pequena pousada, não me torna nem melhor e nem pior que os demais, mas sozinho com eles, sou exposto a mim mesmo, pois me revelam como eu sou naquele instante, com as sensações e pensamentos, ou falta deles, do instante...as vezes, essa experiência chega a ser muito dolorida, mas estar a sós comigo mesmo... terá seu beneficio. “A angústia é o preço que se paga pela lucidez”. As vezes me questiono se errei em ter saído do estágio, de ter vindo para cá sem planejamento certo, mas de verdade...se errei foi um erro novinho, fresco...to cansado dos erros antigos, velhos e com bolor. Só posso evitar meus erros com experiência de vida, mas só conseguirei essa experiência errando...então...vamos indo...e sem muita pressa, aliás.... a pressa é inimiga da refeição, pois quem chega cedo, come cru.
Gostaria de estar com mais dinheiro nesses últimos dias, mas gastei no inicio sem muito controle, mas vai indo tudo bem. Dizem que dinheiro não traz felicidade, mas ajuda a sofrer em Paris!..Estou com vontade de passar uns dias lá novamente, ainda tem um pedaço do Louvre para conhecer.

As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem.

Gostaria de deixar um recado para minha muito querida amiga Jujú...você é uma delicia de pessoa...adorei seu e-mail, mensagens, apoio, tudo.
Agradeço muito também a Regina, que sempre envia mensagens legais, que estou sempre revendo. Não tenho recebido muitos e-mails e não deixam mais recados no blog...acho que devo estar cansando o leitor...gosto quando tem mensagens...
Bom pessoal, a chuva lá fora não para, mas to ficando com fome.
Pensei em ir para Dijon, de lá para Montbard e de lá, pegar o ônibus para Avalon, mas é muito parecido com Beaune...e brumas..aqui também tem..se ao menos eu visse a Bruna...ai, a Bruna...lembram do personagem do Agildo Ribeiro?

Gerban, já mudou para o apê novo?...Beijo nas meninas...
Lembrei de uma do Woody Allen: “O cérebro é meu segundo órgão favorito”..e outra: “A ovelha deitará com o leão...mas não pegará no sono”...e o ser mitológico que tinha rosto de leão e corpo de leão, mas não do mesmo leão...arrependo de não ter trazido alguns livros....
Shieber, Lú, Rafa, Mariana, Duda, Marta, Fátima, Junior...um abraço...
Rodrigo, Olga, Nando, Vivi, Patricia...mandem noticias...
Kel...comprei um bichinho de pelúcia pra você...e muito chocolate suiço...pode começar a dieta...te amo muito...
Roger..valeu a força...continue na marcha...
Oscar, um abraço, e mande lembranças ao Robertão, Ester e família...voce sumiu!..
Alcielito, Fátima, Angela, Betão, Carmem....um abraço
Márcia, Pollyana, Mateus, Eduardo...espero que estejam bem...
Lili...um abraço e felicidades...voce merece!
Mãe...to com saudades de angu, carne moída, jiló e couve...e pinga...na volta eu desconto!
Pai...um beijo...ta fazendo um bom trabalho no bar...lembranças a todos.

Um abraço a todos e obrigado pela companhia.


Na murada da cidadela,,,babuinos




O quintal dessas casas e a floresta




























Uma revoada de corvos...como em passaros de A.H.














Zoo dentro da cidadela







Lembrei do Vandinho...










Feira no centro de Beaune








Flanelinha aqui ia vigiar 3 ferraris no quarteirao





Escrito por adriano januario braga em 17/11/2006
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13/11/2006
Olá pessoal,
Sei que andei sumido..mas estou de volta e com muitas novidades. Como não sei bem por onde começar, vou pela ultima cidade que conheci com a Nina, BESANÇON...Como não tiramos nenhuma foto, fiquei um pouco chateado, pois eu até que conheço muitos lugares, mas a Nina trabalha bem mais do que eu, e visita poucas cidades, e gostaria de registrar fotos para ela poder mostrar aos parentes e amigos. E como, infelizmente aconteceu algo totalmente inesperado que muito me conturbou e entristeceu, resolvi ir passar o dia longe, e então voltei a Besançon com a máquina já refeita de qualquer dano que aconteceu. Era um dia muito frio, mas havia céu limpo de manhã, mas ao chegar a Dijon para pegar o trem para Besançon, o tempo começou a fechar de neblina. Ao desembarcar, o dia ainda estava bonito, mas já se avistava nas montanhas a neblina avançando como uma onda em direção à cidade. No caminho, descobri um museu muito interessante, sobre tempo e tecnologia, Le Musée du Temps. Havia muitos relógios em exposição, mostradores de tempo, planetários, instrumentos utilizados por Galileu, relógios ofertados a Napoleão, reis e príncipes, carrilhões com muito ouro, mármore, bronze..muito diferente, rico e educativo, mas não se podia fotografar. Lembrei-me de meu amigo David Aguilar, que coleciona Carrilhões... Eu, com a nuvem de dúvida e tristeza que pairava sobre minha cabeça, parecia que colecionava bigornas, e as estava arrastando comigo... Bom, parti para a cidadela seguindo pela cidade e apreciando a arquitetura, os jardins, passei em frente a casa de Victor Hugo...e entrei como estudante, pagando menos. O lugar é muito bonito e como sempre, muito bem cuidado. O zoológico era entre os muros de uma maneira que se interagia com o ambiente, subi nas muralhas e ainda consegui fotografar um pouco, pois a nuvem desceu rápido, lembrando tempestade de areia, nesses filmes com deserto..avançando rápido e nada se enxergando para trás. Havia um museu sobre Vauban, o arquiteto da cidadela, e o mesmo do palácio de Verssailles. Então, vou ao museu da Resistência... ali fiquei muito tempo. Mostrava a ascensão de Hitler, do nazismo, a guerra, conchaves, a perseguição aos judeus... E aí foi deprimente, e como estava no espírito propicio ao pranto, chorei muito diante de algumas imagens, de fotos, roupas, cartas, óculos, bilhetes que foram escondidos, uniformes... Se já andava sensibilizado, ali foi comovedor. Por mais que já tenha assistido a filmes, documentários e fotos a respeito dos campos de concentração, ver camas e uniformes, latrinas, e muitos objetos pessoais foi tocante. Já assisti a “Lista de Schindler” umas 7 vezes, e todas me sensibilizaram. Lembro-me que fui à estréia, no Cine Palladium, e como o filme era de mais de 3 horas de duração, me esqueci de buscar a Kel na escola. A minha sorte é que ela é esperta e ligou para o meu amigo Davi..”Davi, acho que meu pai me esqueceu...”, e ele a buscou e deu tudo certo no final. Toda a barbaridade e bestialidade que o homem pode se tornar pela vaidade e cobiça é assustadora. Estava sozinho o tempo inteiro, dentro das salas e andares, e de repente chegou um regimento do exercito alemão que estava visitando o lugar. Passaram por mim e pude notar que nem olhavam para as fotos e artigos, passaram diretos e foram para o zoológico... Esta geração nada tem de culpa, mas não admitir a discriminação é tarefa muito atual. Voltei era já tarde, e está uma confusão de horários de trens na França, e as planilhas que pegamos nas gares não estão valendo. Sairia um trem com destino a Dijon em 10 minutos, mas quando olhei para a fila, me vi em apuros. Conferi minhas moedas e só davam 8 euros, a a passagem custava 12. Fiz o seguinte, comprei o bilhete com tarifa de estudante, por 6 euros. Quando o fiscal viesse me dizer que aquela tarifa é para menores de 21 e internos, eu pagaria a diferença, pois tinha dinheiro, não tinha era tempo para enfrentar a fila. Como não apareceu fiscal, ficou por isso mesmo.

A Nina resolveu fazer o almoço, e foi muito gostoso, com arroz tay empelotée, ovos e um molho muito bom, e de entrada, comemos escargot...para quem não conhece:





Os dias têm sido com muita neblina, geralmente, mas na sexta-feira, o dia estava bonito e resolvi ir passear. Fui para Dijon, pois comprei um passe para o Festival Internacional Gastronômico em Dijon, e ele incluía a passagen de trem ida-e-volta, o ônibus até o parque de exposições e volta para a gare e a entrada, e como consegui bom desconto, saiu tudo por 12,50, ou seja, o preço de trem ida e volta a Dijon. Como fui cedo, cheguei a tempo de pegar outro trem para Monbard, que foi aonde peguei o ônibus para Semur. Queria muito conhecer o mosteiro que fica em uma vila a 6 km. E o fiz...só que no caminho, pensei ter pegado a estrada errada. Não passava gente, carro, nada. Uma estrada asfaltada sem acostamento. De um lado, um campo lindo, com pastagens e um riacho acompanhando o percurso da estrada, e do outro lado, a floresta, com arvores imensas e muito fechadas. Estava tudo bem, pois era cedo e podia voltar se estivesse errado, mas dá uma certa agonia, e após quase 2 horas de caminhada, avisto uma placa sobre o mosteiro. Valeu a pena, pois o lugar é maravilhoso. Construído no ano de 1118, tudo foi preservado e restaurado. Jardins lindos, e a capela e os arcos me deixaram encantados. Quando entrei na capela, me senti agradecido pela aventura. Não havia nada, só a arquitetura, e o chão é de pedrinhas, como era na época, e uma musica gregoriana ficava tocando o tempo todo. Estava sozinho naquele lugar, único visitante pelo visto, e aproveitei. Andei por tudo, passei por todos os labirintos, corredores, prédios e jardins. Havia um trem de volta para Dijon as 15 horas, eram 13:30 quando resolvi encarar a caminhada de volta. Assim que cheguei na estrada, passou um carro e posicionei o polegar em riste pedindo carona, mas nada, o condutor passou direto. Acelerei a marcha, pois se perdesse aquele trem iria complicar meu plano de ir para a feira. Então escuto um barulho de caro se aproximando pelas minhas costas, e estico o polegar ainda de costas, pois nem me virei achando ser inútil pedir carona no meio do nada, mas então o carro encostou ao meu lado, pois nem havia acostamento, só mato, e o casal me convidou a entrar. Eles iriam até a estrada principal que ficava a 1,5 km e então iriam para a direita, mas eu iria para a esquerda, Montbard, mas ficavam apenas 5 km de caminhada... Estava ótimo, eu disse. Eles eram muito simpáticos, eram de
Paris e estavam de férias de 15 dias. No meio da conversa, o motorista me disse que me levariam a Montbard, e me deixaram na porta da gare. Disse a eles que estava muito feliz na França com os lugares e as pessoas. Disseram-me que era muito simpático e que foi um prazer a companhia. Foi muito bom. Deu tempo até de dar uma volta pela cidade, e eis que, chego a um parque e museu, e como não vi porteiro algum, entrei. Cheguei em uma torre muito legal, construída por um tal de Buffon que ainda não sei quem foi.






















Passei bastante pelo parque, passei no supermercado e comprei uma baguete, patês e salaminho, e o pior, atum enlatado com maionese que me deixou com lembranças dele até a hora de dormir. Fui para a feira, eram 17hs quando cheguei e ali fiquei até 20hs, quando voltei para a gare e para casa. A feira foi muito legal. Tinha comida, bebida, vinhos de toda a Europa. No andar de cima, era uma espécie de UNILAR, com coisas de casa e roupas e artigos de beleza... Muita bancada de maquiagem, mas as francesas são atenciosas no visual, e ainda havia um espaço de exposição de moveis, couro, carros, o novo modelo de carro e uniforme da policia, tudo divertido e farto. Comi e bebi bastante. Não havia levado dinheiro quase nenhum e nem precisei. Lembrei-me da Expo-cachaça de BH, que gostei muito, ainda mais na companhia do Lucio, Nina e Adilson, mas aqui era diferente, pois se degustava Premier Crus, vinhos de toda região, champagnes, queijos, presuntos...Havia, uma parte reservada para culinária espanhola, e havia uma barraca brasileira, com caipirinhas a 5 euros e fazendo sucesso. Valeu o dia novamente.

Domingo fui assistir a uma partida de Rugby, pois o estádio fica bem próximo. Foi uma experiência muito legal. Assisti a duas partidas consecutivas. O jogo parece mais futebol americano, e sai muita pancadaria, socos e pontapés, e o juiz fica só assistindo até que parem. Mas depois, estão todos fumando juntos...eta povo que fuma...

“...Sem querer fui entrando num desespero, de te amar feito um louco de corpo adentro,
Mendigando teu beijo a todo o momento, fazendo de mim mesmo um só tormento.
Como a lua que brilha no firmamento, como o sol que aquece o meu caminho, como a noite que chora do meu lamento, sou mais um que desperta longe do ninho.
Meu caminho é deserto e tenebroso, meu cavalo alazão só me faz carinho,
quando eu durmo ou me perco no pensamento, ele fica chorando, pobre bichinho...”

Nas coisas que me entristeceram, bom, só posso aguardar. A verdade é que sou menos preparado nesse historia tão cantada e declamada, escrita e pintada chamada amar e ser amado ...que pensava...mas quem nunca sofreu por amor ainda não nasceu ou ainda não começou a viver. A alegria que me perdoe se eu não corro para encontrá-la nessa hora, mas a direção ficou sem sentido, e na chegada não sei mais o que encontrar só me resta esperar, mas me pergunto, como se pode amar sem sentir medo?...O verdadeiro amor lança fora todo o medo..mas o que fazer quando o corpo gela por dentro como se ficasse faltando um pedaço, a alma parece congelada ou derretida, conforme os pensamentos que pulverizam o que resta de sentido. A verdade é que eu deveria ser menos sensível e mais vigilante, para a alegria não virar amargor repentinamente, ferindo o corpo e embotando os sentidos. Eu andava agora a pouco até o supermercado, onde fui comprar sal. O céu dava uma brecha exatamente onde estava a lua, como se ela viesse contemplar a minha tristeza ou observar minha reação. Sei que passo muito tempo sozinho novamente, e posso então me prostrar até ficar com dó de mim, pois se torna a lagrima um alimento até que eu me fortaleça novamente, no tempo certo eu espero.

“...Seguimos como num sonho, onde um boiadeiro era um rei...e os sonhos que fui sonhando, as visões se clareando até que um dia acordei. Se você não concordar, não posso me desculpar, não canto para enganar, vou pegar minha viola, vou cantar em outro lugar...”

Se permiti que a bandeira da tristeza fincasse em mim, espero que seja para um fim proveitoso e por pouco tempo. Se hoje penso em alguém com vontade de chorar, é sinal que estou vivo e aprendi um dia a amar. A dor é sem nome, nos devora e come, nos fere e maltrata, mas não nos mata. No mais...vamos levando...
Espero que estejam todos bem e saudáveis.
Na quarta-feira estarei partindo para a Suíça, conhecer da gastronomia de lá, ...vocês não acham que é só queijo e chocolate né!

Olga, achei que viesse passar uns dias aqui..guardei até um pouco de canjiquinha...vê se dá noticias!

Um abraço a todos,

“...ainda que a figueira não floresça nem há frutos na vide, o produto da oliveira minta e nos currais não há gado...nas minhas trevas o Senhor será a minha luz...”


Escrito por adriano januario braga em 13/11/2006
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06/11/2006
Olá pessoal...
Tenho algumas coisas a contar, só espero que tenham paciência para escutar... Quinta-feira ffomos eu e a Nina a Dijon e de lá fui a uma cidade incrível... Quase na divisa com a Suíça, aos pés de uma montanha e em volta de um largo e cristalino rio. Desembarcamos na gare, e assim que desci e contemplei o lugar, ainda distante do centro da cidade, fui logo sacando a maquina... Adivinhem... A maquina não ligou!...Não podia acreditar, pois se há uma coisa em que sou rigoroso é com o check-up fotográfico antes de sair todos os dias para a rua, ainda mais com um roteiro pré-definido como foi esse... Havia colocado a bateria para carregar enquanto fazia minha sopa, e deixei, como sempre, o computador na bateria, escutando um pouco de musica, nestes últimos dias, tenho escutado muita musica do caribe, já que gravei o Buena Vista social Club, Compay Segundo, Ry Cooder na trilha sonora do Paris Texas com o incansável de se ouvir “Cancion Mixteca”, Lucha Villa, Reynaldo Armas, da Venezuela, Willie Rosário, Silvio Rodriguez, musico cubano com a musica mais linda que existe, “Campesina”... Bom... Muita coisa boa e que não tenho cansado de escutar... E o carregador de baterias, como sempre, apaga a luz quando a carga está completa. Havia usado pouca a câmera, e ainda assim, deixei carregando por umas 2 horas, que é quando a bateria do micro vai esgotando. Encaixei conferindo como sempre na posição certa, e nada. Tirei e recoloquei a bateria uma dezena de vezes... Nada. Paciência, eu é que não vou me chatear agora, espero que seja problema na bateria e não na câmera, pois fica mais barato repor... Mas a fotografia melhor é a do meu olhar, se não posso passar a imagem como fotógrafo, tentarei como poeta... Gostei...
Os dias estão frios, hoje é sexta-feira e a temperatura estava abaixo de zero com um dia muito bonito. Meu rosto fica queimado de frio e os dedos doem. Ao chegarmos à cidade de BESANÇON, a temperatura estava baixa, mas o céu estava limpo, com sol, e a gare fica no alto, e assim que se sai, passa-se por um parque, com gramados muito verdes e flores das mais coloridas, como nas demais cidades, parecendo haver um concurso de qual vila ou cidade colocará mais vasos, flores e rosas espalhados pela cidade, seja no chão, pendurados por cabos, em beirais de ruas, pontes..muito lindo como sempre, mas havia algo novo, que não pude contemplar em nenhuma outra vila ou cidade, a localização de Bensançon é demais. Fica dentro de um vale, aos pés de uma alta montanha, onde o rio faz uma ferradura, a conforme a posição parece ser uma ilha. Descemos para o centro e ao passar pela ponte, barcos de passeio, barcos restaurante, as águas limpas e cristalinas, e se tem algo que tem me deixado encantado aqui na França, é o rio passar no centro da cidade, e se pode ver cardumes inteiros, peixes de todos os tamanhos, pois se via o fundo do rio, patos e cisnes com seus vôos em grupo dando mergulhos como se tivessem com calor, necessitando de uma refrescada....são aves bem alegres essas...A cidade não é pequena, e possui muitos edificios residenciais e verde por todo o lado. As montanhas são crivadas de pinheiros, que deve ser um lindo postal quando a chegada da neve. Tomamos o caminho da esquerda, e após me deliciar com a arquitetura, os telhados, as ruas, as pessoas... Deparo-me com um enorme paredão rochoso, e na sua base, um imenso muro... A CIDADELA... Lembrei-me de revistas do Conan - O Bárbaro...impressionante, pois a cidade em época medieval, ficava no alto do monte, completamente cercada de muros altos, com fossos e pontes de pedra...de impressionar qualquer vivente. Os gramados em torno das pedras, os bosques e as tonalidades pastel das florestas em redor, já que se tinha um amplo campo de visão, era um espetáculo aos olhos. Resolvo subir a escadaria esculpida no rochedo, acompanhando muros com vigias impressionantes pela largura e pelo tamanho das pedras... Que escadaria... Cheguei a ficar tonto... Muito alta era a cidadela. Ao se olhar para baixo, o rio fornecia um espetáculo azul, e em determinado ponto, uma pequena cascata criava um lençol branco pela espuma. Ao chegar ao cume, se entende uma parte da muralha, com a entrada de um castelo... Mas era hoje um imenso parque, com aquário, museus, zoológicos e a vista completa por toda a muralha. Mas como o horário estava avançado e o preço da entrada desanimador, resolvi deixar para uma outra oportunidade, onde se pudesse passar varias horas degustando o visual e a historia do lugar. A vista na descida, por qualquer lugar que se mirasse era um deslumbre, devido a beleza do rio, dos telhados, castelos, jardins... Se tem algo que os franceses sabem fazer é cuidar de sua cidade... cabines telefônicas de vidro, rios limpos e transparentes, com peixes, ruas sem pixações, faixas, placas, fios e propagandas em excesso. Aqui na cidade onde estamos, estava vendo um cartaz de Promoção de uma loja...no cartaz tinha o numero da autorização da prefeitura para fazer a liquidação...diferente da Rua São Paulo com Curitiba....Na gare, comprei alguns postais e tentarei fotografá-los para poder passar um pouco do que pude ver. Bom, isso foi ontem.
Gostaria de aproveitar o embalo da boa companhia de vocês e da boa musica que estou ouvindo e contar um pouco de hoje. Havia planejado ir a Dijon, estou com muita vontade de comprar uma nova câmera fotográfica, e tentaria dividir nos cartões, apesar de ter quase uma certeza de não ser possível. As fotos que tenho feito com a maquina de minha querida e sempre lembrada filha, ficam muito boas, mas para internet e computador. Não tem um modo Manual, então fico fazendo algumas mágicas de leitura com o fotômetro, marcando e movendo para chegar o mais perto do resultado que se pode antever no visor, e infelizmente, muitas vezes, só estão boas em formato menor. Se existe uma mágica impossível de se desvendar na fotografia convencional, e no meu maior gosto, P&B, é que o fotógrafo jamais sabe o real resultado de seu click, ele sabe o resultado de seu olhar e a técnica de se tentar registrar com o aparelho o como o olhar...mas somos imagem e semelhança de Deus, e temos nos olhos a janela de nossa alma...não é e nunca será a mesma coisa....mas quando se vai para o quarto-escuro, e se revela o negativo, o pendura em algum varal, e conferindo as texturas e nuances das zonas de cinza, ou seja, do mais profundo preto ao mais lavado branco,e ao se colocar esse pequeno pedaço de acetato diante da luz do ampliador..é algo muito prazeroso para quem o já fez um dia. Chato é eu estar com pouco dinheiro, pois do contrario, já estaria registrando as imagens que entram pelas janelas e refrescam minha alma mais justas as formato que identifico e julgo como bela e necessária de ser compartilhada. Escutei faz pouco tempo uma musica que me inspirou de certa forma nessas palavras. Pobre do Cantor- Uma musica de Silvio Rodrygues na voz de Dércio Marques, que diz,
“Pobre do cantor dos nossos dias, que não arrisca sua corda, para não arriscar sua vida...
Pobre do cantor que nunca sabe que fomos a semente e hoje somos vida...
Pobre do cantor que um dia a historia o apague da memória sem ter tocado espinhos
Pobre do cantor que foi marcado para lutar e hoje é um rosto amordaçado
Pobre do cantor que não se afirma, que não mantem seguro seu proceder por todos
Pobre do cantor que não levanta e segue a pé adiante com mais brilho e mais vida
Pobre do cantor que não impõe o seu canto de glória em meio ao barro e ao lodo”

Na verdade, o querer e o executar está sempre diante de nós...gostaria de executar de maneira melhor, ainda que seja isto estranho a muita gente...me enriqueço a cada dia nesse lugar, nessas vilas, bosques, cores, aves, pessoas, perfumes, como gostaria de dividir isso com essas poucas e insubstituíveis pessoas que dedicam parte de seu tempo para acompanhar minha vida, meus afazeres, minhas provas e meu olhar.
A minha querida e muito querida amiga Juju perguntou o que ando fazendo..Juju...estou absorvendo...Enquanto trancado na cozinha, via o que poucos me mostravam, hoje olho e aprendo com muitos. Aqui na França agora será muito querido o estagiário estrangeiro, já que está agora em vigor uma lei trabalhista em que se pode trabalhar apenas 35 horas semanais... Dizem que a lei da cozinha é a lei do Chefe..mas com estagiários franceses é diferente, pois a escola fiscaliza. O principiante é um saco para eles, mas quando se aprende e se entende, então se torna boa e barata ferramenta de trabalho..decidi que sou caro...meu tempo é caro.
Se existe algo aqui que é só vivenciando no dia a dia, é a inteiração do alimento e do vinho. Não tenho bebido muito vinho mais, cansei um pouco de beber sozinho. Me lembro sempre de minha amada amiga Fátima, que como eu, aprecia e sofre nas mesmas vias que eu. Mas tenho ido as caves, tenho lido as cartas de vinho de alguns restaurantes, mas hoje parti para o prático. Escolhi uma cave aqui perto e fui decidido. O proprietário era muito simpático, e tudo funcionava em sua enorme casa próximo ao cinema e ao lado do riacho da cidade. Disse para ele que não compraria nada agora, mas gostaria muito de conhecer melhor sobre os vinhos da região. Ele me pergunta de onde sou e a quanto tempo estava na França. Disse que brasileiro e há pouco mais de 2 meses. Ele é português - Joaquim - e o pai é brasileiro. Mudou-se para a França em 1969... e...passei a tarde inteira com ele. Mostrou-me tudo e de tudo, os estoques, o engarrafamento, a diferença entre o bom e o comum vinho, que aqui o governa rotula como Vin de Pays..que não é ruim, mas é do dia-a-dia, e tudo ligado a vinho aqui é muito rigoroso, ainda que a maioria dos clientes não saibam distinguir o bom do passável e do excelente vinho. Então, pude perceber como que ele, produtor, rotulava o vinho... Sempre em harmonia com a comida. Esse é um vinho mais fraco, para ser acompanhado de boi ou porco, esse com peixe, esse por ser adocicado, com queijos fortes,...esse grande cru..com uma caça ou um molho forte...algo que se aprende nos livros, mas sente a verdade quando ouvida de alguém que planta, colhe, espreme, envelhece, engarrafa, vende, entrega..e ama o vinho!..Disse-me que planta 5 hectares de vinha, e cada hectare produz normalmente 5 mil litros de vinho. Contei a ele que já tive uma fazendinha, com 12 hectares, e que produzia 5 mil quilos de carrapicho e 5 milhões de carrapatos..ele riu bastante...me convidou para voltar, quer me mostrar o momento do funcionamento do engarrafar, me apresentou seu filho e empregados...foi uma grande aula hoje. Então parti rumo ao parque, pois estava muito frio, mas o dia estava lindo e eram ainda umas 16 horas. Ao lado do parque está a Escola de Vinhos da Borgonha, inclusive conheci no supermercado um brasileiro que está aqui há dois anos estudando. Descubro que eles produzem e vendem vinhos. Entro por vários lugares, sem ninguém, até que uma senhora incrivelmente simpática me acolhe. Digo que gostaria de conhecer os vinhos que eles produzem e o preço. Manda-me esperar e volta com uma chave que parece dessas que dão para pessoas ilustres, a chave da cidade, também..a porta era enorme, num casarão antigo, com vários quadros, medalhas e troféus que a escola ganhou na França com a qualidade do vinho produzido. Resumindo, comprei um vinho branco por 6 euros, passei uma hora de bom bate-papo com a senhora, que elogiou meu francês, e um convite para degustar os vinhos na companhia de algum professor ou aluno, pois ela era de outro setor, e não havia aula, pois emendaram o feriado. Não contei o motivo da escolha do vinho... Hoje de manhã, fui ao Hipermercado que fica muuuiiito longe, mas tava a fim de andar e preciso comprar um par de luvas já que tenho usado as da Nina. Coloquei o computador na mochila, pois já planejava sentar no parque e escrever um pouco e começar a organizar as fotos para copiar em CD. Lá chegando, não tinha uma luva que me agradasse, mas tinha Salmão selvagem do Alasca, congelado custando mais barato que frango...comprei um grande e voltei para o quarto. Sai em seguida para a cave e em seguida para a escola, e após, voltei pelos vinhedos, me assentei em um banco que fica na estrada das uvas, longe de todos e de tudo e tomei uma taça de vinho, assistindo o crepúsculo de um lado e a lua quase cheia do outro, sem ninguém por perto e meio as vinhas..bom programa. Perdoem-me o embalo.. Tava mais tagarela hoje. Um abraço a todos... e não se esqueçam..a toda hora, a todo o momento, de dentro pra fora, e de fora pra dentro! Beijos.
Escrito por adriano januario braga em 06/11/2006
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02/11/2006

Ei pessoal..
Estive um pouco sem vontade de escrever nestes últimos dias...é que o tempo está frio, chuvoso ou nebuloso, e não tenho feio muita coisa, portanto, resolvi acumular um pouco. Acho que vou a Londres, pois já estou me adaptando ao fog...neblina é pouco para o que se tem aqui, e normalmente vai até 13hs. Eu abro a janela e estico o braço...se não molhar rápido..é só fumaça..caso contrario tem chuva junto...teve dias que eu QUASE senti saudades do trabalho. Bom, se não dá para passear, vou aos supermercados...e são um pouco longe, portanto é legal, e mesmo com a chuva fina eu vou...as vezes compro uma lata de cerveja ou um repolho e volto, só para andar. Agora, tenho ficado horas em um supermercado aqui, que é grande e tem uma parte de livraria fantástico. Hoje, agachei e fiquei lendo revistas de fotografia e equipamentos, revistas sobre a história da França, Napoleão, receitas...muito legal. Em um livro de fotografias, havia uma fotos tiradas no Brasil...gente, rachei de rir...eram fotos tiradas em São Paulo, por algum fotógrafo francês mal informado, pois a maioria das fotos era de um terreiro de macumba...e adivinhem...só rindo...e muito...o pai de santo era um japonês com um óculos como do Chico Xavier...quase caí para trás de tanto rir...as fotos eram legais, mas a mensagem era muito engraçada, ainda mais que havia recebido uma gozação da Juju e a mente fertilizou na bobagem. Fiquei imaginando a propaganda desse pai de santo no jornal:

Pai Toshiro
Despachos on-line com frango robô.
Tiro mal olhado, bichice, furunco e unha encravada.
Cangerê cibernético e Lan-House.
Jogo búzios, cartas, bingo e bilhar.

...É muita picaretagem...

Bom gente..gostaria de falar a respeito de algo muito legal que fiz hoje...cortei meu cabelo pela terceira vez....gente..é muito legal...esse negócio de não ter o que fazer por causa da chuva vai me deixar careca.
Atenção: Não tente fazer em casa !
...há, há... Que nada...quando voltar acho que vou virar cabeleireiro...dizem que levo jeito pra bichice mesmo.
Deixa eu contar isso direito que foi muito doido. Já havia tomado banho, eram umas seis e meia da tarde, me olhei no espelho e constatei que um lado parecia mais suprido de cabelo que o outro, e como eu tava a toa, tirei a roupa e peguei a tesoura. No inicio, tentei fazer olhando no espelho, depois, tentei cortar com a mão esquerda..gente, já tentaram cortar algo com a mão esquerda?..Foi muito engraçado... então parei de olhar e como nas outras vezes, fui pelo tato...e por uns instantes, tava muito legal, me imaginando Edward Mãos de Tesoura...só cliques e pelinhos caindo pelo ombro, peito e bunda..e não é que, inadvertidamente, dou uma tesourada e a tesoura dá uma emperrada. Dou com mais força e sinto uma bola de pelos descendo pelas costas, olho para o chão e parecia uma tarântula..uma pelota de cabelos..comecei a rir, pensava, tomara que tenha deixado um montinho na ultima vez, ou então, vou arrumar um pauzinho com uma bandeirinha...vai virar o corte campo de golfe...ou corte grande canyon...adoro criar moda...Aí foi que embalei mesmo..fiquei quase duas horas na tesourada., e como o cabelo tava seco, ficava mais fácil de ver o resultado, e modéstia as favas..tava muito legal, exceto por uma moita de cabelo bem no cocoruco, que não descia..fiquei igual ao Espeto..parecia que usei shampo de viagra...os cabelinhos não desciam nem molhando...mirei bem, marquei a altura com os dedos e não tirei os olhos do prestobarba, aliás, era um olho na tesoura e outro no prestobarba de plantão...seria legal ficar careca..o pior é o frio, mas como já havia pensado antes, meu cabelo é jovem, forte e sadio, vai se recuperar do trauma... e foi uma só..zap...e ficou uma belezura...aliás,fiquei muito bacana com o novo corte. Aproveitei a grana que economizei e comprei um bom Bejoulais...Animei e troquei de roupa, resolvi ir para a rua, passear no centro. A Nina havia dito que haveria uma festa em uma praça, pois havia uma grande movimentação de caminhões..atravessei a cidade com minha mochila e computador a tira-colo e parti pra lá....muito engraçado, pois a não ser que eu comece a ajudar a montar um parquinho infantil...a grande movimentação...era melhor sentar e tomar uma. Cortei metade da cidade a pé, num frio que ficava com medo de coçar o nariz e ele quebrar, e dou de cara com um monte de brinquedos de parque infantil descarregados e ainda não montados no chão...só rindo pra não chorar....Olhei o cardápio, é um bar de chopes... pression..tem de tudo que é parte, francesas, alemãs, irlandesas, holandesas, mexicanas e canadenses... Com teor alcoólico de 4 a 12 graus..a de 12 graus é francesa e chama “Biere do Démon”..do demoin mesmo...plaisir diabolique...tá escrito na lápide da garrafa...bom, pedi uma fraca, a mais barata, e custou 4,50 euros..bom, veio um pinico de chope...e estou agora acabando as ultimas talagadas e escrevendo este texto. O Duro é a volta...
Algo que ainda não contei foi o parque que encontrei aqui por acidente...e pero de casa;









Tava voltando do supermercado e parei no ponto de ônibus para pegar mais fôlego, e notei que o mapa deste lado da cidade, tem uma lago e não parecia muito longe. Fotografei e fui usando a foto como gps...e não é que cheguei num parque muito bonito, que faz divisa com as videiras...muito legal...repleto de crianças brincando, patos e cisnes selvagens aterrisando no lago, veados pastando, peixes eormes na agua cristalina, que é a mesma que passa no centro da cidade..ai saudade da lagoinha....quando penso na esquina na Guaicurus com São Paulo, com seus aromas, as pessoas finas e perfumadas descarregando caminhões de cebola ou saindo da zona...o Boulevar arrudas ao lado, a rodoviária com sua imponente elegância e arrojada arquitetura acolhendo aos felizes visitantes que vieram conhecer a capital, as crianças se divertindo com seus canivetes arranhando os carros e seus saquinhos de cola, as pessoas chiques e elegantes vindo de suas compras no Oiapoque Mall, a nostalgia dos arrastões, o perfume de alhos vendendo nos pontos de ônibus da Santos Dumont, o bazar dos aflitos embaixo do viaduto, as caves de garapa com pastel .. é a mesma coisa ..muita crasse....to QUASE com saudades de BH...Coisa fina mesmo é comprar ingresso no mineirão na hora do jogo, não é Roger?
Bom, são 23:45, e como o papo ta bom, pedi um petit pinico de chope...o que é um peido pra quem ta borrado..ao menos volto mais alegre...pois o cenário é muito doido..ninguém nas ruas, muito frio, escuro...é até divertido.
Tenho pensado muito nas minhas férias, para onde vou, se para Marrakesh ou Londres, ou Praga...ou fico quieto mais um pouco, que ta até divertido, hoje tava dando orientações a turistas franceses...como chegar a determinado lugar. O pessoal de onde moro me convidam pra tudo, ontem teve uma festinha, com muitos jogos, Wafles e refri..foi legal, comi bastante. É legal quando alguém se empolga no papo comigo, pois eles vão acelerando as palavras e vou entendendo patavina, mas faço cada cara...eles devem sair pensando..esse cara é bom de papo...sem eu abrir a boca....tá divertido.
Tenho que aproveitar é agora, pois quando chegar o inverno, é melhor estar ralando em alguma cozinha.
Bom gente, hoje só amanhã...hoje nem preciso de colírio alucinógeno, pois vai estar tudo escuro mesmo pra voltar...obrigado pela companhia...

Escrito por adriano januario braga em 02/11/2006
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TA BOM GALERA...ATENDENDO A PEDIDOS...O NEW LOOK!
NÃO TENTEM FAZER EM CASA !!!


Te cuia Weber...e Edward Maos de Tesoura
...e Ney Latorraca


Olha que coisinha mais fofa de mamãe...


Tö uma belezura de corte novo...
Pensaram que ficou um desastre heim?..bom...sei la..

Ei Juju...um grande beijo e abraço muuuiiitttooo apertado..quando eu voltar faço o peixe..vou levar o vinho tambem...morro de saudades das reunioes...e da Fatima, que me abandonou...da Angela...TODO MUNDO...

Ei Tita...um beijo...e mande lembranças ao pessoal...Saudade do sitio..e de comer muito e deitar na rede...

Bom...hoje, so amanha....Escreverei com mais tempo hoje a noite...
Kel...te amo sempre e sempre...beijos...


Escrito por adriano januario braga em 02/11/2006
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Escrito por adriano januario braga em 02/11/2006
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Escrito por adriano januario braga em 02/11/2006
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31/10/2006
Ei galera...postarei novas noticias amanha, pois to de bico na internet de outro...recebi um e-mail do Yu-I-Chi...o japones que morava comigo e vim deixar um abraço...
Helo Yu I Chi...good luk and congratulations


Na gare...


Good vins en Borgognha


A ressaca do japa...tomou todas na ultima noite
Escrito por adriano januario braga em 31/10/2006
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30/10/2006
Olá pessoal....
Foi muito bom ler os comentarios...valeu galera...

Hoje é segunda-feira, e o sol resolveu sair, para minha sorte, pois ficar confinado no quarto por 2 dias seguidos só comendo e bebendo vinhos ta cansando. Ontem fui ao cinema as 20:30hs. Tava frio demais, mas o interessante é que atravessei uma boa parte da cidade e até chegar em casa, não vi uma pessoa sequer, e como havia chovido fino o dia todo, o clima estava para uma locação de “Jack o estripador”...bucólico, nebuloso, frio e agradável, já que as ruas são arborizadas e a luz dos postes deste lado da cidade, são amarelas, proporcionou uma caminhada muito legal. A maioria das arvores daqui, são altas e com muita folhagem...sabem a bandeira do Canadá..bem, é a arvore que tem aquela folha, e nesta época elas vão ficando amarelas, douradas e vermelhas, bem como as parreiras de uvas..na verdade, tudo em volta está com tons pastéis, e com o sol para iluminar..fica très..joli... Algumas coisas que são normais aqui me enchem de prazer por poder contemplar, como os imensos e coloridos balões, com turistas passeando sobre as vinhas e lugarejos daqui, os canais repletos de patos coloridos, e mesmo atravessando as cidades, são cristalinos e repletos de peixes, os telhados de ardósia, pedras, madeiras, as janelas com venezianas antigas, as pessoas andando pela cidade com roupas de caçador e com rifles em seus alforjes, casas antigas com ferrari na garagem...bem diferente de onde cresci. Ontem, ao caminhar ao longo do canal em direção ao cinema, havia muitos patos nadando, e pensei, em minha cidade eles já teriam levado uma pedrada, ou sido vendidos no mercado ou comidos por quem nem gosta de pato. Aliás, quando foi a ultima vez que um mineiro comeu um pato, seja com laranja, tucupi, a moda pequim...é muita carne de boi e porco...esta diferença me ajuda a refletir melhor sobre preferências gastronômicas, pois aqui se come de tudo. Cérebro, orelha, chouriço, pombo, veado, ovelha (não faz muito tempo que os franceses descobriram que ovelha serve também...para alimento e lã...) ...o mercado é uma farra. Assisti ao filme Ô Jerusalém..muito bom...sobre a briga dos palestinos e judeus em 1947,8 quando a ONU reconheceu a nação de Israel...é igual aos dias de hoje..muita confusão e briga ...pelo que mesmo?....
Não tenho recebido muitos e-mails de amigos...em compensação..devo estar em alguma lista especial de impotente sexual e viciado em eventos...haja propaganda de palestras e promoções de viagra...mas tudo bem...é melhor que nada..e um dia pode ser útil...

Sábado, peguei o trem para Dijon, fui comprar um chapéu...Vou explicar...Meu cabelo cresceu muito, e pagar 15 euros para cortar eu não pago..dá para 4 ou 5 garrafas de bons vinhos...então, resolvi cortar meu próprio cabelo. Quando ia ao salão, ficava olhando os cabeleireiros trabalhando, ou lendo Caras...é osso...como o povo gosta de bisbilhotar a vida dos famosos ricos, deve ser para não esquecer que é pobre...e pensava..é mole...gostaria de cortar cabelos..Bom, de tesoura em punho, fui ao banheiro de frente ao espelho, e media o corte entre os dedos, como profissional..gente..é muito engraçado fazer certas coisas no espelho...a tesoura as vezes estava na frente, as vezes atrás, mas dificilmente eu acertava o lugar certo, entre os dedos..parece uma ilusão..e após beliscar os dedos algumas vezes com a ponta da tesoura, e outras, cortar algumas mechas fora dos dedos, resolvi não olhar mais. Fechei os olhos e fui no tato e na coragem...ele é novo, forte e vai crescer...pensei a respeito do meu cabelo...e fiquei uns 30 minutos nessa peleja, quando abri os olhos, alem do torcicolo que me deu, estava todo coberto de cabelo, pois estava pelado, e o chão parecia de barbearia no sábado de manhã..achei que estaria parecendo o “Filho do Chuck”..mas que nada, para minha surpresa, ficou muito legal...tomara que o estrago fique atrás, assim não vejo, eu pensava...parei pelo cansaço, e continuei a cortar no dia seguinte. Pelo sim pelo não, vai que meu senso estético esteja desalinhado, vou comprar um chapéu..por 7 euros comprei um bem legal, e ainda uma touca para quando esfriar mais, pois a orelha gela...queria dessas boinas francesas, mas comprei a que tinha, em uma bonita loja..a C&A de Dijon, mas duas pessoas me perguntaram se eu era italiano..pois parece que saí da novela “éramos seis”...mas ta legal e esquenta o cocoruco...talvez eu corte mais um pouco hoje a tarde..é divertido...mas já deixei dois aparelhos de barbear de plantão..qualquer emergência aplico o penteado kojak e coloco uma touca...

Da gare de Dijon, peguei o trem para uma cidade chamada Montfort, pois quando vim de Paris, ao passar por esta vila, vi um castelo no meio da mata, e não é muito longe de Dijon, que por sinal, fica a 20 minutos da cidade que estou. Ao chegar em MONTFORT, descubro que os castelos ficam a 8, 14 e 16 km...e no sábado não dava para alugar bicicleta. Eram meio-dia, e a simpática senhora do terminal turístico me dá a dica de conhecer SEMUR-EM-AUXOIS, já que o ônibus sairia as 12:14 hs e retornaria as 17:06hs. Agradeci a sugestão e fui. A motorista do ônibus era uma senhora muito elegante e simpática, me disse o melhor trajeto para passear pela cidade, e ao perguntar onde era a parada para voltar, ela puxou o freio-de-mão, desceu do ônibus e me apontou..lá bás, a côté. da placa P..achei muito legal...no ônibus, além de mim, havia apenas uma moça e seu filho.
Gente, a cidade é uma vila medieval, e se eu estava me perguntando o que faria para esperar 5 horas para voltar..quase perco o ônibus..andei sem parar e não cansava de olhar a cidade, com seus muros, torres, castelos, rio, casas...quem mora num lugar destes já fica sem desculpa para estresse. Passo ao lado de dois velhos pescando no rio que passa dentro da cidade e este pega um bom peixe...deu muita saudade de pescar...os jardins das casas era de parar e ficar olhando, bem como as hortas e gramados...
O centro da vila é cercado por muros, com flores por todo lado, incrivelmente limpo...pensei, deviam soltar um enxame de abelhas africanas aqui, ou pixar as paredes com fases como trombone, ou gregório...para atrapalhar alguma coisa...não se vê nada de errado, ou sujo, ou barulhento. Não se ouve buzinas ou sirenes, policiais nas ruas, muros pichados... nada. Banheiro público gratuito impecavelmente limpo, com papeis e secadores de ar...me lembrei de Venda Nova e Barreiro de Baixo...quase igual..
Vou colocar algumas fotos...foi um dia muito proveitoso, e como havia um supemercado próximo da parada do ônibus, deu para correr e comprar uma baguete e uma garrafa de vinho e suco de laranja, pois estava verde de fome e nem sabia...distraí...apanhei o onibus até Montfort e em seguida o trem para Dijon, mas para minha surpresa, o trem continuaria e passaria por Beaune...lanchei gostoso e tomei muito vinho, já que agora carrego, além do saca-rolhas, um copo.

Bom...o dia ta bonito e vou ao supermercado comprar um frango e legumes...estou adorando as sopas...e mais tarde darei mais noticias.
Abraços a todos...






















Escrito por adriano januario braga em 30/10/2006
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Escrito por adriano januario braga em 30/10/2006
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26/10/2006
....Ei Pessoal!
Bem, ainda estou em Beaune, onde estou decidindo o que fazer primeiro, e para falar a verdade, ainda não decidi se parto para Portugal para trabalhar, se para Madrid ou se saio em férias. A verdade é que tem chovido muito, o que me deixou trancado em casa alguns dias, e como ontem fez um lindo dia de sol, aproveitei para andar em meio aos vinhedos dos vinhos mais importantes do mundo. A chegada dos amigos da Alemanha foi um alivio, pois são pessoas incríveis, agradáveis e animados. Fomos a uma feira aqui em Beaune de vinhos, queijos e pães. Havia 465 tipos de queijo, vinhos de toda a França e muitos pães. Foi muito legal e farto... Só faltou eu ter um refil de fígado e estomago para agüentar mais...
No domingo fomos no carro do Hans para Paris, passeamos em Verssailles e fomo para uma cidade ao lado de Chantilly, próximo da floresta, onde foi muito legal, e ficamos na casa da Lú...pessoa maravilhosa e que tem o dom de receber as pessoas. Foram dias maravilhosos e conheci novas pessoas e novos lugares. O Ronaldo fenômeno que me perdoe, mas cheguei meio atrasado para o casamento, mas o palácio de Chantilly é muito bonito, e o de Verssailles é monstruoso, muito grande mesmo.
Tenho pesquisado sobre meu futuro, mas ta nebuloso, mas eu é que não estou com pressa...e com pouco dinheiro...aluguei um Studio por 300 euros ao mes e paguei em dinheiro...mas tudo bem...
Meu amigo Urban, da Suíça, chega em breve e me convidou para passar uns dias com ele...meus amigos de Frankfurt, Ti e Lili e Grosgerau Renate e Hans me esperam...o Paco, meu amigo de Madrid me aguarda, mas como o Ricardo e a Ana chegam no dia 24 para passarem 2 meses, talvez mude meu calendário...e as amigas muito simpáticas do Junior também me aguardam em Lisboa...tenho que trabalhar mais para minha experiência pessoal, mas ainda tenho que planejar, e como isto é novidade para mim, ta difícil de começar. To ficando internacional...que chique!!
Estou precisando cortar o cabelo, mas o preço aqui é osso, to pensando em comprar uma touca grande e virar rastafari.... fica mais barato.
Bem, como podem ver, estou levando...o chato é o pouco dinheiro, pois lugares para conhecer tem muitos por aqui. Ontem fui assistir ao filme “Memória dos nossos pais” ou parecido, com o pessoal do Foyer, com ingresso a 3,50..ótimo filme e preço, e hoje acordei as 6 da manha e torcendo para terminar essa onda de chuva...
Desculpem a demora por novas noticias, mas somente agora deu para organizar...
Beijos a todos....
Olga, to querendo te visitar, mas não sei como e quando...
Rodrigo...sua mãe é mais dificil que enterro de anão..pois cabeça de bacalhau aqui è moleza...
Gerban...Que legal receber noticias...beijos nas meninas...
Junior, Juju, Fatima, Schieber, Patricia, Olga, Tita, Lucio, Scooby...CADE VOCES????...
kel....ve se estuda...
Galo...ve se ganha ao menos esse titulo da segundona...
Lula...ve se cria juizo...pois vergonha saiu no dedo...
Deus...me ajude...







O Fenomeno...to meio atrasado...mas cheguei..cade o casamento com chantilly

Fotos de Dijon



Eu assentado no mesmo banco que G.Depardieu pousou seu busanfã em Cyrano de Bergerac

Eu no castelo de Verssailles





Eu no Arco ...da velha..

Na feira de vinhos e queijos...





o fantastico Hans...


Os super incriveis Nina, Lili, Tim, Renate e Hans



No primeiro dia de sol depois de muita chuva...passear nos vinhedos












Escrito por adriano januario braga em 26/10/2006
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Eu na feira de vinhos, queijos e pães na Borgonha...perai...
O QUE ESSE CARA TA FAZENDO AI....
Calma gente...Eu explico abaixo:

Continuando….
...vejo o quanto sou privilegiado e o quanto fui feliz em encarar esta empreitada. ..... mas tenho novidades para contar...
....E não é que no sábado, chego perto do Chefe, Msr. Richard Coutanceau, e digo a ele: “Cheff, muito obrigado por tudo, foram muito importantes os dias que passei aqui para minha vida, me desculpe por qualquer coisa, por não ter sido mais útil, pois estou partindo hoje a noite.” Ele ficou me olhando como se não estivesse entendendo, perguntou ao Abel,o chefe português se eu havia reclamado de algo, que então explica que eu já havia comunicado há 10 dias atrás que iria embora. Isto foi no inicio do turno da noite, e aconteceu da noite ser ótima, pouco jantar, mas todos brincando comigo e anotando emails e me convidando para voltar e hospedar com eles e etc. Senti-me estranho, pois não sentia alegria e nem tristeza por estar saindo, pois era uma segurança, tinha onde comer, dormir e recebia euros, mas certo alivio sabia que estava acontecendo. Muito aprendi aqui, ainda que não me permitissem o acesso a produção e execução final, tenho um pouco de conhecimento e experiência, onde por observar, pude aprender bastante. Mas...me despedi e estou partindo. Escrevendo de um confortável e espaçoso quarto que aluguei a 10 euros o dia até terça-feira próxima, em Beaune, na Borgonha onde vim visitar a Nina, que está doente, e encontrar com a Lili, Tim, Renate e Hans, que estarão aqui em Beaune, a partir de sexta-feira, pois certamente passarei uns dias na alemanha com eles. Se eu tivesse partido quando estava magoado, chateado e me sentindo mal no trabalho, certamente estaria levando comigo certo sabor de derrota, de dever não comprido. Mas ultimamente as coisas mudaram muito, o chefe ainda me trouxe um envelope, com 150 euros dentro e mostrou preocupação de alguém ter me tratado mal, mas deixei claro que não. O que não preciso mais é de um confinamento existencial, uma incerteza de como serei hoje, como me sentirei, o que farei neste dia, se haverá trabalho ou angustia... e porque devo esperar muito disto. Acho que já busquei daqui o que queria, e talvez, tenha me viciado em aventuras e necessito de outras oportunidades, que certamente abrirão para mim. Nada tenho planejado, a única certeza que tinha era que o tempo de partir chegou. Não estou em inicio de carreira, não preciso de estágio para conseguir emprego de cozinheiro, certamente, ainda que não levianamente, usei do estágio para me por para fora da casca, me lançar para fora de mim mesmo, do eu acomodado a uma vida fácil, um comercio que me garantia uma vida de semi-aposentado e que então, parei para assistir a vida passar. Hoje tenho que me virar completamente só e longe de todos. Tenho que me virar com surpresas, tristeza, roupa suja, cansaço demasiado, solidão, limitação de não conseguir travar um diálogo com ninguém, exceto com este artifício do blog, que muito me ajuda. Como será o amanhã....a Deus pertence, e basta a cada dia o seu próprio mal. Eu saberei receber o amanhã, e por mais que eu queira me cobrar, estou consciente que não sou um produto pronto, não estou acabado, portanto posso errar e espero poder consertar, posso falhar e espero amadurecer para não cair de novo, a verdade é que a vida está posta diante de mim hoje, em um ambiente que nunca me aconteceu, pois faz muito tempo que tenho vivido como se num filme, assistindo minha vida passar, e está na hora de protagonizar meu personagem. O Adriano está querendo sair da tela, como no filme do Woody Allen...e seria muito fácil me esconder atrás de uma situação que se tornou confortável e segura. Venho administrando muitas magoas guardadas em recondidos pequenos e escuros do meu coração, um divórcio complicado e desgastante...é triste como as pessoas fazem, sem poupar nada nem ninguém para se justificarem...bom..a verdade é que preciso me refazer e me fortalecer, e talvez realizando pequenos sonhos, mas os vivendo e não apenas assistindo. Talvez devido a infância muito pobre, me enriqueci de sonhos e sede de conhecimento, e não sei por quanto tempo terei a oportunidade de realizar alguns destes sonhos que me foram muito distantes.
Talvez por isto seja tão fanático por cinema, por poder ir a lugares que não posso e viver situações que são tão distantes da minha mesmice limitada e enfadonha zona de conforto. Se cheguei aqui, ótimo, mas quero mais. Se sinto temores, tenho que encara-los, se sinto tremores, tenho que me proteger, mas eu quero mais desta porta que se me abriu.

Ontem a tarde fui me despedir de La Rochelle, e me senti muito bem. Andei por ruas que ainda não conhecia e fui assistir o crepúsculo no segundo cais, onde se anda bastante...e foi muito bom e pude tirar muitas boas fotos. Espero que continuem acompanhando os próximos capítulos, que são escritos a cada dia, sem segunda tomada.
Como sempre acontece algo bizarro, confundi o dia de minha estada, era para chegar na quarta e comprei meu bilhete para Paris na terça. Se não fosse pela imensa mala (descobri que odeio malas!!), ficaria em Paris um dia sem problemas, pois apesar de meu amigo estar hospedando uma outra amiga, eu daria um jeito, mas aconteceu que tudo deu certo e cheguei muito bem disposto. Peguei o trem de manhã para Dijon, andei bastante por lá e aproveitei para olhar uma nova maquina fotográfica, mas como não tenho muito dinheiro e meu cartão está estourado, deixarei para um outro dia. Bom, é isto. Como fiz boa compra no supermercado, vou agora fazer meu jantar, já que meu estúdio tem cozinha, e tentarei postar esta mensagem lá embaixo, pois não pega internet sem fio aqui, também..., seria querer demais...Um abraço a todos.


Abaixo, algumas fotos da minha despedida desta linda cidade...

















Beijos...
Escrito por adriano januario braga em 26/10/2006
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20/10/2006
Olá pessoal,
Estou com dificuldades para acessar a internet esses dias....

Esta foi uma semana de muitas novidades, mas gostaria de relatar uma nova loucura que fiz. Resolvi algumas questões no restaurante e aproveitei o final de semana para descansar, ou melhor, deveria ter feito isto, mas viciado em gares ao domingo, resolvi pegar o trem para o norte, indo para Poitier, que foi uma cidade onde Joana d’Arc fez uma conquista muito importante para a França, oferta do Roger...de lá fui para Tours e em seguida para Saint Pierre Deux Corps. É uma cidade bizarra, pois é pequena, mas de muita movimentação de trens, pois distribui para a região central da França. Havia tanta neblina que mal consegui fotografar, parecia que se podia pegar nela de tão espessa. Pego então um trem para AMBOISE. A cidade é uma maravilha, é como se de repente voce voltasse no tempo, uma linda vila medieval, construida em torno de um imenso e maravilhoso castelo, proximo a um largo rio...muito bonita e o castelo, cheio de armas e armaduras é um roteiro obrigatorio para quem vier passear na França. Passei a me sentir ainda mais felizardo, e passei muito aperto para voltar, pois provavelmente teria que dormir em Tours pois não haveria mais trens para Poitier. Mas estava tranquilo, pois tinha dinheiro e estava me sentindo realizado, e o por-do-sol inesquecivel que contemplei de cima da ponte valia essa dificuldade. Peguei os mapas de trens e questionei com a atendente da gare, e disse que ela estava enganda, que se ela trocasse o bilhete para Tours, que ja havia comprado, por um bilhete para Saint Pierre Deux Corps, de la eu teria 7 minutos para pegar o ultimo trem com destino a Marsseille com parada em La Rochelle. A moça chamou uma amiga e conversaram uns 10 minutos, olharam todas as opçoes e constataram que, apesar do curto tempo e do risco de nao conseguir, caso o trem para Daint Pierre se atrase um pouco e a plataforma ser longe e etc., que era mesmo minha melhor opção, onde não escondi o orgulho de estqr conhecendo bem desseas aventuras. A moça pegou meu bilhete de volta e fez outros dois, um de Amboise a Saint Pierre e outro de Sant Pierre a La Rochelle, e me desejou boa sorte. Deu tudo certo, com as costumeiras correrias dentro de gares, mas entrei antes d porta se fechar e as 23 e pouco estava desenbarcando em La Rochelle. Ufa! Como decidi por esta cidade, Ambiose?..Bizarro para variar. Havia um mural na estação, um mosaico, com alguns castelos e lugares, e havia um com o nome Amboise. Confiro o horário de trens e vejo que o trem para Orleans estava saindo e que passava por Amboise e parto para lá. O tempo estava frio e nebuloso, mas estava me sentindo um pouco estranho e resolvi não ficar parado. Aliás, de Tours para Saint Pierre Deux Corps, entrei em um pequeno trem, e o estranho é que só eu entrei, não havia mais ninguém, só faltava ele estar indo para a garagem...mas partiu no horário, eu sozinho no vagão, então pude pensar no que estava sentindo...nada. Absolutamente nada...
Me lembrei do poema de Cecilia Meireles e o cantei inumeras vezes na melodia criada por Fagner:

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida esta completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmao das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

Estou talvez, começando a escrever um estranho mas novo poema em minha vida. Estou em uma cidade maravilhosa, moro sozinho novamente, pois o garoto que estava dividindo o quarto comigo foi para o quarto ao lado, porque tem TV e mora seu amigo de escola e cidade, ambos são de Poitier, e a mãe de “Quirino”, é como eu o chamo, trabalha no Futuroscope. As pessoas da cozinha me tratam como amigo, me envolvem, recebo um pagamento que é mais do que consigo gastar no mês (se não fizer esforço, é claro), moro entre salas de espetáculos e cinemas, porto, feiras, musicais, tenho cartão da biblioteca e internet de graça no quarto, cozinha, geladeira, supermercado e muita gente bonita a minha volta. Quando me lembro de minha amiga Olga, que mora e trabalha no orobó do Judas na França, vejo o quanto sou privilegiado e o quanto fui feliz em encarar esta empreitada. ..... mas tenho novidades para contar, mas fica para amanhã...
Não tenho mais internet sem fio....
Escrito por adriano januario braga em 20/10/2006
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19/10/2006

chegando em Amboise


margem esquerda


e ja avistando o castelo


o castelo...


lindo de se ver mas dificuil de fotografar, pois é alto e as casas proximas


as casas


a praça...


a imensa torre


eu na fita...


o crepusculo...


INESQUECIVEL...
Escrito por adriano januario braga em 19/10/2006
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Escrito por adriano januario braga em 19/10/2006
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16/10/2006
Continuação.....
Chegando na gare de POITIER, resolvo dar uma olhada no quadro de saídas regionais, e vejo o nome de uma cidade que havia anotado para tentar conhecer, TOURS, pois sabia que de lá saia muitas rotas regionais. Enquanto aguardava a saída, dei uma volta pelos arredores da gare de Poitier, em sentido contrario ao que já havia conhecido, e quase perco o trem...aliás, é impressionante o quanto sou lerdo para horários...tive que calcular minutos, chegarei com 3 ou 4 minutos de folga, e isto com o coração mais acelerado que as pernas, pois apesar de não ter compromisso com um local especifico, depois que decido, fico meio obstinado e ainda me permito a pequenos sustos de horários, pois frequentemente ando mais que deveria, ou seja, a volta para chegar a estação a tempo de pegar um trem especifico tem que ser com correria e olho no relógio...
Desembarco em TOURS, e pela aparência da gare, é uma cidade grande, que para a França, é cidade com mais de 100 mil habitantes. Na verdade, tanto Tours quanto Poitier, St.Pierre Deux Corps, e muitas outras, são como distribuidoras para as rotas regionais. Logo que entro no hall, vejo em uma banca de revistas, um postal muito bonito e vejo o nome da cidade e logo confiro com o quadro de horários e destinos de saída e havia um trem que sairia em poucos minutos. Corri para a maquina mas não consegui pagar com o cartão, aliás, nunca consegui pagar na maquina com o cartão, e minhas moedas não davam, corri para a bilheteria e estava uma fila, então me dirijo para uma atendente e perguntei se haveria um guichê para os atrasados, mostrei a ela no monitor qual trem eu queria pegar e que faltavam uns 5 minutos, ela me levou na sala em frente e tirou o bilhete, onde paguei com o cartão sem maiores problemas, e desembestado, saí correndo pela gare procurando a plataforma, que por sorte era perto, mas ao aproximar a porta foi fechando, mas não diminui, como se pudesse pendurar na porta e ir lá mesmo, mas nisto um rapaz pelo lado de dentro segura e então passo meio apertado, mas entro. Nisto vem o fiscal e ri, diz que foi no tempo certo, mostro a ele meu bilhete, e antes dele me dizer que não passei o bilhete pela maquina para validar, umas maquininhas que estão espalhadas por todo canto de todas as estações e que vivo esquecendo de fazer, onde você enfia o bilhete e ele registra a hora, dia e sei lá o quê, digo que não deu tempo, ele ri novamente e pergunta de onde sou, e ao falar Brésil já adivinhando algum comentário sobre futebol, ele fala, de Ronaldo, Ronaldinho e outras chatices, mas se mostrou muito simpático e sorridente, o que tem sido uma constante na minha abordagem aos franceses, sempre tratado com cordialidade e educação....Chego então em CHATELLERAUT...uma cidade pequena, mas muito bonita. O dia estava frio e ameaçava chover, o que dava um chuvisco ocasional mas nada que me obrigasse a vestir a capa de chuva até então. Chego a um posto de Turismo próximo a gare, detalhe importante para se conhecer a cidade onde desembarca. Sempre existem esses locais, e lá eu confiro o que há de interessante, confiro no mapa da cidade o local e parto em marcha. Neste havia uma moça muito bonita e muito simpática, que me deu dicas legais para fazer um trajeto, e me mostra nos postais da cidade que a maior atração é a Ponte Luis XV...muito linda por sinal, e uma igreja muito antiga que estava no caminho da marcha de Compostela, ou ela dançou com alguém sem costela....é que meu francês ainda é petit...como a propaganda de aparelho de surdez....escuto mas não entendo bem as palavras. A ponte é enorme e no rio, vários pescadores. Logo na entrada vejo um Monoprix, o mesmo supermercado que tem em La Rochelle, com ótimos preços, e vende de tudo, roupas, brinquedos, aparelhos eletrônicos, roupa de cama, barbatana de tubarão, língua de beija-flor...e comida e bebidas com preços baixos. Comprei um pote pequeno de mostarda, pão para sanduíches, Terrine de Canard, tomates (na mochila eu tenho um canivete suíço com saca-rolhas, faca, colher e tudo o mais), cerveja gelada e um suco de uma laranja vermelha, horrível por sinal. Paguei 5,50 por tudo, e já na saída da loja, confiro o bilhete e vejo que a moça me cobrou o suco duas vezes. Voltei e mostrei a ela, que me deu o dinheiro e um desolée, apesar de ter pago no cartão. Aproveitei e troquei 20 euros em moedas. Dei uma boa volta pela cidade, com lindas construções, igrejas, praças e como sempre, quase ninguém nas ruas e voltei na ponte para lanchar um big sanduba, cerveja e vinho e fazer xixi, o que fiz debaixo da ponte e fotografei, mas não vou publicar a foto para não perder o eleitorado...Esqueci de comentar que na gare de Chatelleraut, vi na maquina de trens regionais, o nome de uma cidade que também havia anotado em algum lugar, e anotei o horário de saída, e cheguei para variar, correndo mas peguei o trem para CHENONCEAUX.
Chenonceaux....Meus amigos, cheguei a um lugar maravilhoso! O lugar é tão bonito que me deu um nó na garganta. O playground dos reis era de impressionar, um castelo imenso construído em cima de um rio. Os jardins, bosques, a historia do castelo, tudo de impressionar. Durante a guerra, o dono do castelo construiu um hospital para cuidar dos feridos, e a proprietária na época de revolução francesa era uma pessoa tão generosa que foi poupada da guilhotina. Vi quartos de reis, imaginando as bagunças que aqueles aposentos já presenciaram em sua existência, arvores imensas e tudo muito cuidado e bonito. Comprei alguns postais, passei varias horas andando por trilhas em bosques, com muitos veados (bicho e não bicha), jardins com labirintos, beira de rio, contemplando o lugar e andando sem parar. O trem iria parar na plataforma as 17:45, e como não havia gare, se compra o bilhete na maquina que fica em uma pequena cobertura, o que não foi problema pois estava munido de muitas moedas, e ainda me lembrei de validar o bilhete. Volto então para Tours, onde dou uma boa rodada pela cidade, pois tinha quase 1 hora para pegar o trem para Poitier. A igreja de Tours é tão alta, que só filmando. Impressionante. Mas para variar, ando mais que o devido, e ao conferir as horas, estava enrascado, pois estava longe da gare e o trem partiria em 15 minutos para Poitier e não havia comprado o bilhete. Foi até engraçado, correndo feito um louco e já catando moedas no fundo da mochila e contando e separando e correndo e suando...muita loucura. Preciso tomar uma cerveja gelada e muitas doses de juízo. Bom, cheguei a tempo, e como sempre, no pequeno stress do fiscal criar caso por comprar bilhete de trem e ir no Tgv, mas tudo bem. Em Poitier, faltava muito tempo para sair o trem para La Rochelle, o que me permitiu dar umas voltas e tomar um chope muito merecido em frente a Gare, sempre de olho no relógio enorme da estação. Aproveitei para refletir sobre algo das aventuras loucas que faço. Pensei em ir para o Futuroscope e acabo indo parar em 3 cidades, com pouca grana e o pior, nunca sei o saldo do cartão, já que esqueci a senha dele e estou com preguiça de tentar conseguir outra daqui. O cartão é de uma merreca, 1.200 reais, ou seja, 400 euros. Ando correndo para não perder trens, conferindo se não esqueci nada para trás, a maquina fotográfica já deixei para trás, em bancos de jardins, duas vezes e uma vez no meio de parreiras de uvas, usando o timer para sair na foto, onde virei e parti deixando-a para trás...é duro ser lerdo...mas tenho me divertido. Chego em La Rochelle e o tempo havia limpado e estava uma linda noite, e como sempre, tiro umas fotos das torres e vou descansar, pois mereço, as pernas estavam doendo de tanta marcha. É isto. Beijos e obrigado pela companhia.
Uma mensagenzinha de vez em quando é bom de se ler...!

Estou postando as fotos abaixo:
Escrito por adriano januario braga em 16/10/2006
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Escrito por adriano januario braga em 16/10/2006
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enorme igreja de Tours


Ponte de Chatelleraut


indo fazer xixi


Eu e a capa de chuva..azul


Lanchando..


Sobre a ponte


Entrando em Chenonceaux


O castelo...




corredor pra esquerda..enorme



corredor pra direita...onde faziam os baile


Estou na area....


...mas se derrubar e penalti


Corredores do castelo


Esse fosso e demais..a agua e verde de folhinas e cheio de patos dormindo



Os jardins




O quarto do rei


A foto de Luiz XIV


Esta tirei da janela...em cima do rio


Espero que tenham gostado...
Escrito por adriano januario braga em 16/10/2006
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Escrito por adriano januario braga em 16/10/2006
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13/10/2006
Olá pessoal, hoje é segunda de folga e são agora 13:30hs, e estou a bordo de um simpático TVG de dois vagões, com muito conforto e com uma paisagem muito bonita do lado de fora. Mas o tempo está chuvoso, uma chuva bem fina, e um pouco frio, pois o termômetro da ultima cidade por onde passei marcava 13 graus. Aliás, estou saindo de CHATELLERAULT, onde passei uma manhã muito agradável e partindo para TOURS. Como o mapa da França que tinha no meu quarto era do japonês, não sei se estou indo mais para o norte ou descendo, mas tudo bem, o acaso continua me protegendo por ser tão distraído.
Domingo, eu estava muito cansado, mas queria ir a feira pela manhã, comprar champignons girolles, alho, cebola e um vinho branco, pois no dia anterior, havia comprado um bom bife de porco e havia um pouco de arroz arbório no chambre, e com isto, pretendia fazer um risoto de girolles, ovos fritos e bife de porco acebolado, pois estava com saudades do sabor. Prometi a mim mesmo um bom jantar, e não fui descuidado com a promessa. O interessante é que ao sair do quarto, me atentei a encher a garrafa de vinho e a colocar um pote de patê de coelho e um pedaço de queijo na mochila. A máquina fotográfica estava preparada como sempre, vazia de arquivos e bateria completa. Já era minha intenção ir da feira para a gare (estação) e preparar um passeio para segunda-feira, pois pretendia partir rumo ao norte da França. Na gare, com minha mochila um pouco pesada com as compras, pois ainda havia comprado vinho branco, pão e cebolas, vejo que iria partir um trem para o sul em 6 minutos, como minha mochila estava ceia de moedinhas, resolvi ficar livre delas, passeando um pouco em Santes, pois a passagem custava 5,90 Euros, ficaria um pouco por lá e iria para Niort andar na feira, o que queria era tempo e lugar adequado para terminar um livro que estou lendo: “O passageiro clandestino” de Edgar Alan Poe. Este livro eu encontrei no fundo da mala faz pouco tempo, havia comprado no sebo do edifício Maleta e não lembrava de ter trazido, o que me foi por muita sorte, já que o livro é excelente. Aliás, boas coisas de se fazer, compras no mercado novo, tomar cerveja aos sábados com o Robertão no mercado central e fuçar os sebos do maleta, já que deixo o carro no estacionamento do banco que tenho conta, próximo, e posso me dar a esse prazer, bem como, casualmente almoçar na cantina do Lucas. Embarco então para Santes, e em dado momento, me dá vontade de ir ao banheiro, o que achava ótimo, pois ando meio travado intestinalmente falando. Enquanto estou no banheiro devolvendo à França o que ela me tem dado fartamente, executando a fina arte de “amarrar o gato”, o trem vai diminuindo rapidamente sua marcha e em seguida pára. Tudo bem, pois me lembrava que haveria uma parada antes de chegarmos a Santes, que é Rochefort. Quando termino a obra, demorada por sinal, vejo o trem partindo lentamente e lá fora, as placas dizendo SANTES...Baita cagada!...Perdi a parada! Na verdade, o trem daquele horário passava direto por Rocheford, o que me confundiu. Voltei para meu lugar e deixei levar, e depois de quase 2 horas, desembarco em BORDEAUX. Uma cidade grande e bem arborizada, com lindos bondes modernos circulando pela cidade, muitos bares, e seguindo uma comprida rua comercial, com tudo fechado e muitos pedestres caminhando, resolvi segui-los. Cheguei então em uma praça com um enorme parque de diversões, com muita gente e brinquedos desde os mais infantis aos mais radicais. Me divertia com as caras de susto de alguns, pois alguns brinquedos chegavam a parecer verdadeira loucura. Bem, como sanidade é algo que costuma entrar em off comigo, percebi a vista que deveria ter um dos brinquedos, umas cadeiras que subiam bem alto e eram soltas, despencando em queda livre e parando a poucos metros do chão com grande impacto. Segui até a bilheteria e pedi para guardarem minha mochila, e prontamente comprei meu ingresso, sem a mínima hesitação, já que pensava somente na foto que faria daquela altura. Subi sem maiores problemas e tirei boas fotos, quando o alto falante do parque começa a contagem regressiva e percebo a multidão embaixo filmando e de maquinas fotográficas em punho, e antes que pudesse pensar na loucura que fiz, a coisa desprende do gancho e desce de tal forma que acho que meu cérebro descolou, espero que o parafuso que estava solto tenha entrado no lugar... Em solo, e vivo, apesar de não saber a situação da cueca, a porcaria começa a subir novamente... então relaxei..., já que ta..deixa!..disparei a fotografar e quando a contagem começou, tirei uma da minha face...para rir depois, não deu tempo de fechar os olhos...e saí do aparelho com as pernas bambas e com dor de cabeça. Do alto vi as torres de um castelo e um parque na borda do rio, e marchei para esta direção, passando por lugares legais e bonitos, cheguei a uma praça molhada muito legal e cheio de crianças correndo e andando de bicicleta em uma laminha de agua corrente, muito legal, e de lá, peguei o bonde, até voltar a gare. O bilhete de La Rochelle a Bordeaux custa 39 euros, eu havia pago 5,90 para chegar lá, tava ótimo por não ter sido proposital. Ainda estava cedo e resolvi parar em SAINTES e de lá pegaria um trem mais tarde para La Rochelle, mas no caminho decido passar direto da estação...tava acostumando...seguir até uma próxima cidade já que Saintes eu já conhecia , mas para o meu susto novamente, o trem vai passando direto pelas próximas cidades, e depois de muito tempo, vejo a chegada de uma cidade pelas construções e uma placa do Carrefour Angouleme....credo, tava perdido, Angouleme?...como fui parar ali?...fiquei tenso por alguns segundos, pois nunca sei o saldo do cartão e a grana tava em umas poucas moedas, mas para alivio imediato, vejo uma das torres de La Rochelle e então me lembro de um cartier (bairro) de lá que chama Angouleme. Como eram apenas 19:10hs, fui adiantar meu jantar mais cedo e em seguida, fui ao cinema assistir “Le Perfum”, ótimo filme americano com legendas em francês, o que me foi mais fácil de entender, pois meu analfabetismo é menor na leitura. Sem passar despercebido, cheguei do cinema e fiz os giroles no azeite com cebola, separei e fiz um risoto de girolles que ficou super, acompanhado de um bife de porco acebolado, molho roti e dois ovos fritos. Comi tanto que assustei, pois era para deixar um pouco para amanhã, mas que nada, amanhã é distante, e o vinho branco era excelente. Foi um dia muito intenso para quem não havia planejado nada. Talvez, de tanto comer, acordei em pleno dia de folga, segunda-feira, as 06 horas, enrolei uns 20 minutos e não quis ficar mais na cama, e já ia ligar o computador quando me deu a idéia de ir para a gare cedo, olhei pela janela e a padaria em frente ainda estava fechada, era noite ainda, então abasteci minha mochila com um pote de patê de canard, um pedaço de brie, uma garrafinha com vinho e parti contente pela decisão, mas ao abrir a porta, estava começando a chuva. Pensei em desistir, mas voltei para o chambre decidido, chuva aqui eu já conheço, vou então pegar chuva em outro lugar, e troquei o tênis por um de couro e peguei minha fiel capa azul de chuva, que peguei na pilha de roupas para doação em Beaune juntamente com 4 blusas de frio e um casaco de couro, sendo que não havia levado blusa alguma do brasil pelo excesso de peso na mala. Já contei isso antes, mas acho fantástico...roupas lavadas, passadas e do meu numero.
Chego na gare antes das 07 horas e havia um trem para Poitier as 07:15...já que é para pegar chuva, vou pro futuroscope acabar de conhecer os brinquedos. A passagem custa 9 euros, mas tava bom, pois no caminho o tempo foi limpando e eu estava tranqüilo, sem pressa ou destino certo.
Chegando na gare de poitier...estou chegando em TOURS....continuo mais tarde.
Um abraço a todos...



predio da opera de Bordeaux...enorme.




o bonde é simpatico demais..


esse é o brinquedo que eu encarei...


visto de cima






esta e a praça molhada..


a vista de cima....



a ponte de Bordeaux

Mais tarde termino ..mas não percam o próximo capitulo, pois voces vão conhecer um lugar muito legal. Beijos...e adoro quando deixam mensagens!!
Escrito por adriano januario braga em 13/10/2006
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06/10/2006
Faltam 20 minutos para a meia-noite, e a sensação de estar assentado em um banco de praça com um Notebook no colo sem preocupações de segurança é algo que chega a ser pertubador, pois não há como não comparar com o lugar em que vivi e voltarei a viver caso nada mude até lá. Ouvi no rádio um cantador cantando um tal de mambo e agora sim quero falar neste calango...bem, ouvi outras coisas também, que o Collor é senador, que o Maluf foi o deputado mais votado e que o clodovil também foi eleito...acho que o Brasil não quer é que eu volte..é muito...há um antigo provérbio, do homem tido como o mais sábio que teve ou passará pela terra, Salomão, onde ele diz que o povo tem o governo que merece..é verdade!...aliás, é sempre verdade para mim o que vem da bíblia, dizem que ela foi escrita por homens comuns, e é verdade, mas quem inspirou para mim é que faz a diferença, quem ditou no coração de tais homens o pensar e o executar. A noite está como sempre neste lugar, tranqüila e reservada, alguns restaurantes e cafés recolhem seus talheres e desmontam suas mesas, o som me é bem familiar, de louças e talheres se tocando, os habitantes daqui, por serem naturalmente alegres, passam sempre com diálogos de alegria e alguns grupos até mais exaltados. O banco da praça é duplo, de dois lados, a faz pouco que assentou um homem às minhas costas e está contemplando a vista das torres, ou como eu, aguardando o telefone tocar da cabine em frente. É um ritual diário que me faz muito bem, pois neste espaço de tempo, nada tenho a fazer exceto contemplar e quando trago o micro, textualizar a contemplação. Tenho 43 anos e nunca observei tanto minhas mãos como agora, pois estão doloridas, praticamente todos os dedos estão com alguma ferida ou hematoma. Os peixes, além de seus espinhos, vez ou outra, ao enfiar minha mão em suas entranhas para arrancá-las para fora e com a ponta da faca separar o cordão que está preso à goela, acabo por me espetar com a ponta da faca ou me espeto em algum anzol esquecido. Ontem, eu me lembrei de um provérbio interessante, pois os peixes estão dentro de caixas com gelo moído, portanto, estão muito gelados e as mãos vão ficando duras. “Um passarinho caído no ninho no inverno, estava para morrer de frio, quando passa uma vaca e caga em cima dele, mas a bosta por ser quente não o deixa morrer, nisto passa um gato, que tira o pássaro da bosta e o limpa, e em seguida o come – moral: nem sempre quem te põe na bosta é o seu inimigo, e nem sempre quem mostra ajuda é o seu amigo!”...pois estava com a mão congelada e me atentei que não sentia as dores nos dedos. Uma espetada com a casca do homar me trouxe uma inflamação debaixo da unha do dedão, um corte de anzol no dedão da mão esquerda, vários pequenos cortes e pequenas queimaduras, ou pelo vapor da estufa de preparar os homar ou pela salamandra onde sou encarregado de vigiar os pães que são tostados para acompanhar o Foie Grãs. Mas tudo bem, e não é diferente da maioria aqui, o que lamento é não poder usar o violão que me foi deixado pelo japonês que morava aqui. Aliás, quando chego no restaurante pela manhã, fico até ansioso por começar a escamar os peixes, gosto disto agora, me sinto meio sei lá, no mundo de atlântida, o chato é que já encontrei escamas na minha cama.
Aqui tem sido incrivelmente didático para mim, e abrindo um leque de opções para quando voltar, caso tenha que fazer outra coisa...posso abrir uma tinturaria “belas artes”..tenho feito miséria com minhas camisetas, que eram brancas e agora parecem uma arara saída do liquidificador....posso abrir uma flora, pois to craque nos buquês....ou é claro, uma peixaria!
Em uma noite dessas aconteceu algo muito trágico, mas que me levou a refletir sobre perdas e ganhos. A moça que trabalha aqui, lançou um pequeno pote com azeitonas fatiadas para eu completar as entradas, e virou em seguida, mas o potinho deslizou sobre a bancada e tocou levemente a colherzinha de porcelana, que deu um rodopio silencioso e caiu bem a minha frente, trazendo para mim o olhar de todos, e do chefe, o corpo todo, que veio conferir os cacos, xingou uns 15 minutos, ainda bem que não entendia, quis falar que não foi culpa minha, mas deixei, pois não estava traindo a verdade, e sim a sorte. Dei uma gargalhada mais tarde, pois ser visto como o Jerry Lewis da cozinha era engraçado. Fazer o quê...pois de manhã, eu fui encher o balde para lavar o chão, a maioria do pessoal ainda não havia voltado do almoço, liguei a mangueira no máximo, parecia de hidrante tal a pressão da água, e apoiei a mangueira com um cano enquanto buscava um pano, nisto, o cano rolou, e a mangueira parecia uma sucuri nervosa, num balé ou alguma dança de acasalamento, levei o maior banho para desligar, e rapidamente passei o rodo no chão e pano nas bancadas, nisto chega o pessoal, e quando me vêem todo molhado, acham que era suor, e perguntam se eu estava “chou”...disse muito quente, e lá fora o maior frio! Não se ganha todas.
Chegou uma estagiária japonesa, acho que ela fala, mas não estou certo, e é uma graçinha, pois parece de brinquedo, não tem um metro e me lembra Sung Mi Cang, uma ex-namorada coreana do Rogério, acho que foi depois da Soninha “Toda Pura”, mas mixada com um dos Gremilins, com um olhar do Yoda, do guerra nas estrelas. Muito simpática, trouxe de presente a todos, uma linda caixa com lindos biscoitos de camarão e algas, onde esforçadamente, consegui ser o único que comeu um até o fim sem morrer de rir, pois parecia papel de embrulhar camarão em pó. A garotada não perdoou, mas eu como bom ator, só faltei pedir a receita, e ela ficava olhando pra mim como se eu fosse o king kong, gente, ela é muito pequena. Eu ia trazer uma pinga e fazer umas caipirinhas, mas deixa pra lá.... Foi bom ter outra pessoa para chamar a atenção deles, quis dizer pra ela que na primeira semana eles vão te dar de tudo pra provar, serão atenciosos, na segunda semana irão perder a paciência por não serem entendidos de primeira e na terceira vão te lembrar algum filme de piratas e o que deve ser caminhar pela prancha, e se até a quarta semana não tiver fugido, vai relaxar, entender onde ficam as coisas e seus nomes e apelidos e eles não se incomodarão tanto de repetir a mesma frase 3 vezes, mas acho que ela vai descobrir tudo isto sozinha.
Ontem, recebi como os demais, um envelope da madame Coutanceau, era meu primeiro pagamento, no contrato dizia que receberia 350 euros por mês, aqui é uma merreca, mas ajuda, pois me tornei duas coisas na França, trabalhador e econômico, o que já ta valendo a aventura. Estava louco por chegar ao chambre e abrir o envelope, e no intervalo da tarde o faço, e duas surpresas, uma ruim e a outra também...era um cheque e de 300 euros...eu é que não vou reclamar. Passei a mão no passaporte e no cheque e fui procurar o banco, pensando ser aqui por perto, mas que nada, andei feito um retirante, e chegando lá, 40 minutos após muita pernada, a moça me diz que o banco não paga o cheque! Será souvenir? Pra pendurar na parede?...bom, quarenta minutos de volta e estava no porto, e então percebi como a vista do outro lado era linda, pena não ter levado a maquina, mas voltarei, e ainda passei pela universidade, lindos prédios e a biblioteca publica que irei visitar numa folga, que tem 3 vezes o tamanho da de BH, e olha que aqui tem 100 mil habitantes. Já contei que agora moro com o garotinho com penteado de cracatua da pâtisserie?...é legal, duro é a mala dele, o garçom do restaurante que mora no quarto ao lado, eles vivem juntos, ou seja, o outro, meio-bicha, vive aqui, debruçado na janela a minha frente todo arrebitado...é osso!!..sábado passado foi bem engraçado, não que eu sja demasiadamente debochado, mas tem limites, o novo garçom do restaurante, chegou perto de mim e eu ri...não consegui segurar...”que miséria de penteado é esse?...ele me lembrava alguma ave que já vi em algum programa ou zôo, um espanador aleijado seria mais legal..mas eles são cool...e com muito gel.
Está muito frio estes dias, fui cortar um pão na maquina, mas a tomada não funcionava, e arrastei a pesada maquina, que com isto, o pão virou e não percebi, liguei e passei o pão, putz, tava de lado e aleijei todo o pão, para fazer as “temponades” que acompanham o foié grãs, nisto veio o Damien, meu chefinho, mostro pra ele, que me olha como quem não sabe o que faz, se me mata ou ri...eu disse disse “desolée”..com uma cara que me lembrou o bichinho do filme “A era do Gelo” no final do filme após rachar a ilha, ele disse que não era nada, pois bastava mesmo tirar a fatia fina de cada pedaço, nada demais, mas passaram 5 minutos e ele tava azedo comigo..e o pior, eu danei a rir, lembrando do esquilo pré-histórico do desenho e sua cara de “fiz mancada”...não conseguia mais parar de rir, lembrava da cara do Damien, que é muito legal e não me entrega pro chefe, conta pros outros, mas também fazem mancadas o tempo todo então ta limpo, mas me passa a Clemançe, a chamo de Purgante e ela atende, e me diz a frase que virou moda no restaurante, quando eu disse após levar bronca por errar a espirrada da porcaria do chiffon e sua poderosa gosma verde em cima da colherzinha de louça fina...” cést lá mérde!!”.... Aliás, quando tinha que usar o chiffon, meu coração acelerava de ansiedade, cheguei a tremer um dia, hoje, faço de tranqüilo, e se o chiffon faz uma que parece uma diarréia com pressão, nem ligo, culpa do treco, do gás do calor ou do frio...A tarde não tinha muito o que fazer, me deram uma bacia de cebolas para descascar, achei ótimo, pois fiquei num canto com uma linda vista pra praia, que estava ensolarada, mas como estava frio, as pessoas andavam de casacos. Como chorava copiosamente devido a cebola, achei um desperdício de lagrimas, e me lembrei de uma musica do Elomar que tenho cantado muito aqui..me inspirou a chorar melhor e mais completo....aliás..uma das musicas mais lindas que conheço, cantada em forma medieval e triste...vou colocá-la para quem tiver paciência, já que a linguagem Elomariana é algo que acompanho desde meus 17 anos e me é familiar, mas talvez estranha aos visitantes deste meio:


O rapto de Joana do Tarugo
(Elomar)
Enfrentei fosso muralha e os ferros dos portais
Só pela graça da gentil senhora
Filtrando a vida pelos grãos de ampulhetas mortais
D'além de trás os Montes venho
Por campos de justas honrando este amor
Me expondo à Sanha Sanguinária de côrtes cruéis
Enfrentei violões no Algouço e em Senhores de Biscaia
Fidalgos corpos de armas brunhidas
Não temo escorpiões cruéis carrascos vosso pai
Enfreado à porta de castelo
Tenho meu murzelo ligeiro e alazão
Que em lidas sangrentas bateu mil mouros infiéis.
Ô Senhora dos Sarsais
Minh'alma só teme ao Rei dos reis
Deixa a alcova vem-me à janela
Ó Senhora dos Sarsais
Só por vosso amor e nada mais
Desça da torre Naíla donzela.
Venho d'um reino distante, errante e menestrel
Inda esta noite e eu tenho esta donzela
Minha espada empenho a uma deã mais pura das vestais
Aviai pois a viagem é longa
E já vim preparado para vos levar
Já tarda e quase que o minguante está a morrer nos céus
Ó Senhora dos Sarsais
Minh'alma só teme ao Rei dos Reis
Deixa a alcova vem-me à janela
Ó Senhora dos Sarsais
Só por vosso amor e nada mais
Desça da torre Joana tão bela
Naíla donzela, Joana tão belas.

Tenho muito para dizer, mas deste jeito perco os assinantes..beijos a todos...
Amanhã devo continuar...